Cap.1

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Muitas vezes ao olhar-me no espelho, questionei quem eu era. O que seria incompreensível para algumas garotas, pois a maior parte se admiravam.
Quando fiz 13 anos, desejei tudo que uma adolescente do século passado desejaria ganhar, uma boneca. Mas como sabemos que as coisas mudaram, aos 14, decidi me livrar delas e simplesmente entrar no mundo adolescente, que dizia que deviamos perder o BV* (boca virgem). A verdade é que nada me agradou quando comecei a escutar as garotas, pelas quais chamei de "amigas", zombarem de mim por nunca ter beijado. Não tive pressa nenhuma para isso, sempre fui paciente com as coisas. Até que conheci Luba, assim o chamavam, um garoto fofo e totalmente viciado em jogos virtuais. Preciso dizer o que aconteceu... Nós namoramos por apenas 3 meses ou menos que isso. O fato é que meu primeiro beijo não foi como imaginei: dente batendo com dente, ainda tenho trauma dessa lembrança, por isso acreditem quando disserem que o primeiro nunca será esquecido.
Terminei com ele, no último segundo da formartura. Não por causa do beijo, mais simplesmente, porque confundi meus sentimentos de afeto amigável, com amoroso.
Por isso, aprendi que nunca se deve forçar um sentimento, ainda mais com um gamer eles são totalmentes ligados a pessoa que gostam, e se decepcioná-lo ou se der um pé na bunda, como no meu caso, o mundo que ele construiu na imaginação com você, acaba por completo.
Como as coisas seguem, pelo menos pra mim, estava pronta para as férias. Praia, comida, comida, praia. Não que aqui, onde eu moro, seja ruim, mas o Rio de Janeiro tem suas maravilhas. Era mais um ano: de vida, de escola, de carência e de viagem.
Ver meus parentes, rir com meus primos e voltar com um sotaque carioca pra casa, parecia ser uma diversão.
Fazer 17 anos, teria sido ótimo, se eu não tivesse me envolvido tanto com meu primo. Lucas, um garoto alto, ombros largos de nadador, sorriso malicioso. Me perguntei muitas vezes o que vi nele, e descobri que, o fato de nos relacionarmos tão bem e porque somos "parecidos", não a aparência, mas pela chatice de perturbar quem quer silêncio, de rir do lamentos do tio Jeff. quando perde seus óculos, de arriscar algumas coisas e principalmente por aturrarmos um ao outro. Talvez, se não fossemos primos, dariamos um belo casal, como tudo tem um motivo pra acontecer, então evitar o que estava por vir não era questão de escolha.

##

Acordei com o sol radiante de 30 graus, nem precisava de termomêtro, meu próprio corpo sentia. Fiz minha higiene matinal, e sai daquele jeito mesmo, pijama azul celeste com carneirinhos voando.

- Belo pijama, parece que os carneirinhos vão levar você, ou seria o contrário?! - disse Lucas encostado na bancada da cozinha dando uma gargalhada

- Pelo menos, não estou usando uma cueca samba canção idesejavél, que reparando bem, não ficou mais ridícula que essa sua cara.

Digamos que eu não tenha dormido muito bem, Lucas percebeu, vi em sua expressão de: Melhor eu ficar quieto.
Após o café da manhã, com um climáx nada bom entre nós. Resolvi ir a praia. Vestir meu vestido longo e pronto. Dando um abraço nos meus tios, sai em direção ao elevador.
Passos apressados atrás de mim, me causaram uma certa curiosidade e só no elevador puder tirar essa vontade.

- Que horas são? - perguntou Lucas

- São 14:26. - falei sem o encarar

- Por que esta agindo dessa maneira? Como se eu não existisse? Me ignorando a todo custo.

- Para de melodrama. - revirei os olhos, mais ao ver seu olhar intenso tive que reponder - Eu estou fazendo o que é melhor pra gente.

- Você sabe que isso não é certo. Não pode evitar o que sente.

- Se depender de mim... Eu...Eu posso - falei gaguejando, sentindo seu corpo se aproximando de mim

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O Avesso (Maethe e Alan)Where stories live. Discover now