— Isla – chamou o garoto. – esses eram os Generais dos irmãos?
Ela sorriu e assentiu com cabeça:
— Sim, o Triângulo Real de Erin e o de Sorenta.
Todos olhavam admirados para as imagens, que impunham respeito.
— Por que não retrataram Zero? – perguntou Rafaelo.
— Por motivos óbvios – respondeu Norah.
— Zero foi o pior ser que este continente já viu. Ninguém sequer se aproximou de sua perversidade. Mesmo o mal que enfrentamos hoje, no dia a dia, não chega nem perto desse homem desprezível.
Percebendo o clima, Higino tentou mudar de assunto:
— Me diz, Isla, por que tem tanta gente aqui?
— O Castelo oferece treinamento e estudo sob diversos aspectos. É como uma Academia, que oferece teorias e práticas acerca do nosso continente e do planeta Terra como um todo. Lá fora, nas laterais, vocês devem ter notado duas construções ao lado do pátio. Elas têm três andares cada e abrigam ginásios para treinamentos práticos.
— Como assim? – perguntou Norah.
— Lá as pessoas interessadas aprendem e colocam em prática as técnicas mais variadas.
— Como aquelas que o Marcus usou? – perguntou Mabel.
— Exatamente. E como aquilo que você fez com a semente.
Ian coçou a cabeça, em dúvida:
— Ele disse que a criatura que ele manipulava se chamava criatura elóica. O que é isso?
— Uma das técnicas mais requisitadas pelas pessoas que procuram este lugar é a de criar um ser elóico. Ou criatura elóica, se desejar. Exige muito comprometimento no treino e gasta-se muita energia vital para utilizá-la. Elóico é um termo que vem de elo, que é justamente o que se cria entre o usuário da técnica e o ser. Se um sofre dano, automaticamente o outro também. Se o dono morrer, a criatura morre junto, mas se a criatura morrer o dono não segue o mesmo destino, necessariamente. Pode acontecer. Se o conjurador não morrer, no mínimo vai sentir uma dor inimaginável.
— Nós podemos aprender tudo isso? – se empolgou Ian.
— Claro. Vocês e qualquer um aqui. Aqui no segundo andar nós hospedamos aqueles que participam dos treinamentos e estudos daqui.
— Que legal! – disse Higino.
Eles subiram a escada central e ao chegarem no segundo andar, notaram que o terceiro não era vazado como aquele em que estavam.
— Quantos andares tem esse Castelo? – perguntou Rafaelo.
— Cinco – respondeu Estéfano. – e estamos indo para o quarto.
— Nunca ouviram falar em elevador? – debochou Higino, baixo, ao ajeitar os óculos e revirar os olhos.
Os meninos, as meninas e até mesmo Ricardo deram uma risadinha. Subindo mais alguns lanços de escada, os oito chegaram até o penúltimo andar, que estava vazio, exceto por dois homens que estavam de guarda diante de uma porta dupla, um de cada lado. Ambos, porém, estavam levitando a poucos centímetros do chão, com as pernas cruzadas, os olhos fechados e as mãos repousando juntas sobre as pernas.
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Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)
FantasyA Ferida da Terra precisa ser contida. O tempo corre. A situação piora. Mas o que ela é, Ian não sabe. Ele não sabia nem mesmo da existência de um novo continente, vizinho ao Brasil, assustadoramente mascarado por uma magia que não poderia ser denom...
Capítulo 14 - Outros Descendentes
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