Capítulo 14 - Outros Descendentes

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— Isla – chamou o garoto. – esses eram os Generais dos irmãos?

Ela sorriu e assentiu com cabeça:

— Sim, o Triângulo Real de Erin e o de Sorenta.

Todos olhavam admirados para as imagens, que impunham respeito.

— Por que não retrataram Zero? – perguntou Rafaelo.

— Por motivos óbvios – respondeu Norah.

— Zero foi o pior ser que este continente já viu. Ninguém sequer se aproximou de sua perversidade. Mesmo o mal que enfrentamos hoje, no dia a dia, não chega nem perto desse homem desprezível.

Percebendo o clima, Higino tentou mudar de assunto:

— Me diz, Isla, por que tem tanta gente aqui?

— O Castelo oferece treinamento e estudo sob diversos aspectos. É como uma Academia, que oferece teorias e práticas acerca do nosso continente e do planeta Terra como um todo. Lá fora, nas laterais, vocês devem ter notado duas construções ao lado do pátio. Elas têm três andares cada e abrigam ginásios para treinamentos práticos.

— Como assim? – perguntou Norah.

— Lá as pessoas interessadas aprendem e colocam em prática as técnicas mais variadas.

— Como aquelas que o Marcus usou? – perguntou Mabel.

— Exatamente. E como aquilo que você fez com a semente.

Ian coçou a cabeça, em dúvida:

— Ele disse que a criatura que ele manipulava se chamava criatura elóica. O que é isso?

— Uma das técnicas mais requisitadas pelas pessoas que procuram este lugar é a de criar um ser elóico. Ou criatura elóica, se desejar. Exige muito comprometimento no treino e gasta-se muita energia vital para utilizá-la. Elóico é um termo que vem de elo, que é justamente o que se cria entre o usuário da técnica e o ser. Se um sofre dano, automaticamente o outro também. Se o dono morrer, a criatura morre junto, mas se a criatura morrer o dono não segue o mesmo destino, necessariamente. Pode acontecer. Se o conjurador não morrer, no mínimo vai sentir uma dor inimaginável.

— Nós podemos aprender tudo isso? – se empolgou Ian.

— Claro. Vocês e qualquer um aqui. Aqui no segundo andar nós hospedamos aqueles que participam dos treinamentos e estudos daqui.

— Que legal! – disse Higino.

Eles subiram a escada central e ao chegarem no segundo andar, notaram que o terceiro não era vazado como aquele em que estavam.

— Quantos andares tem esse Castelo? – perguntou Rafaelo.

— Cinco – respondeu Estéfano. – e estamos indo para o quarto.

— Nunca ouviram falar em elevador? – debochou Higino, baixo, ao ajeitar os óculos e revirar os olhos.

Os meninos, as meninas e até mesmo Ricardo deram uma risadinha. Subindo mais alguns lanços de escada, os oito chegaram até o penúltimo andar, que estava vazio, exceto por dois homens que estavam de guarda diante de uma porta dupla, um de cada lado. Ambos, porém, estavam levitando a poucos centímetros do chão, com as pernas cruzadas, os olhos fechados e as mãos repousando juntas sobre as pernas.

Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)Onde histórias criam vida. Descubra agora