— Você acha que a morte do Marcus pode ter sido o estopim para eles virem atrás da gente?
— Acho que pode ter intensificado a busca por nós - Mabel respirou fundo. - não vamos esquecer que aquele maluco já estava atrás de mim antes de nos reunirmos no vale.
— Se fosse assim, já teriam pegado a gente - Higino ponderou.
Rafaelo achou o comentário pertinente:
— Concordo, mas não dou a minha cara a tapa. A gente não sabe nada sobre eles e nem sobre essa história de descendência. Vai ver eles querem apenas observar por enquanto.
— O que torna tudo ainda mais assustador - disse Ian.
— Melhor mesmo a gente ir - disse Norah.
— Amanhã, então, na Casa da Costa - disse Higino, antes de voltar pelo corredor com a irmã e sumir ao descer as escadas. O garoto não quis prolongar o bate papo.
— Ele está bem arredio, né?
— Está sim, Mabel – Ian respondeu com desconforto.
Rafaelo apenas ouvia. Não tinha nada a dizer. O trio fez o mesmo caminho que os gêmeos, descendo pelas escadas até voltar para a movimentação de pessoas que apenas tinham a atenção voltada para a festa.
No dia seguinte, bem cedo, o sol estava castigando Vila dos Anjos sem que houvesse uma nuvem para abrandar os raios solares. A ansiedade tinha consumido cada um dos adolescentes sem exceção e nenhum deles dormira bem. Ian desceu a escada principal que levava ao portão e ao sair, Mabel e Estéfano já esperavam por ele.
— Pai, esse é o Ian.
Estéfano se aproximou, sorridente:
— É um prazer te conhecer pessoalmente, Ian.
— O prazer é meu - disse ao apertar a mão do homem.
— Estou curiosa para saber o que vocês têm para contar - disse Mabel, virando para o pai.
— Eu também - disse Ian.
— Vamos andando. Senão podemos nos atrasar.
Os três caminharam com tranquilidade e não demorou muito para que chegassem na entrada da Casa da Costa. O jardim, bem cuidado, era sempre convidativo.
— Como pode um lugar desses não ser visto, pai?
— O que é de Terraforte, fica em Terraforte - ele sorriu.
Ian não fazia ideia do que Estéfano queria dizer com aquilo e achou a resposta um tanto macabra, mas não iria questionar a natureza de algo que ele nem sabia o que era, algo do início dos tempos, segundo entendera. Os três subiram os poucos degraus de madeira e o homem segurou a maçaneta da porta ornamentada e a girou, entrando na casa.
Quando Ian entrou, notou que Higino, Norah e Ricardo já estavam ali, sentados no assento de pedra no meio da sala, junto com Isla. Sete-Vidas estava em seu colo. Ao vê-lo, Mabel correu ao seu encontro, os olhos brilhando de alegria.
— Sete-Vidas!
O animal saiu do colo de Isla e se posicionou na parte de cima do assento, esperando Mabel se aproximar. Quando ela o fez, a pequena criatura pulou para seu colo e se aninhou entre os braços da menina. Deu uma lambida discreta no queixo, que a fez dar uma risadinha.
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Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)
FantasyA Ferida da Terra precisa ser contida. O tempo corre. A situação piora. Mas o que ela é, Ian não sabe. Ele não sabia nem mesmo da existência de um novo continente, vizinho ao Brasil, assustadoramente mascarado por uma magia que não poderia ser denom...
Capítulo 13 - O Castelo de Sorin
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