Capítulo 13 - O Castelo de Sorin

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— Você acha que a morte do Marcus pode ter sido o estopim para eles virem atrás da gente?

— Acho que pode ter intensificado a busca por nós - Mabel respirou fundo. - não vamos esquecer que aquele maluco já estava atrás de mim antes de nos reunirmos no vale.

— Se fosse assim, já teriam pegado a gente - Higino ponderou.

Rafaelo achou o comentário pertinente:

— Concordo, mas não dou a minha cara a tapa. A gente não sabe nada sobre eles e nem sobre essa história de descendência. Vai ver eles querem apenas observar por enquanto.

— O que torna tudo ainda mais assustador - disse Ian.

— Melhor mesmo a gente ir - disse Norah.

— Amanhã, então, na Casa da Costa - disse Higino, antes de voltar pelo corredor com a irmã e sumir ao descer as escadas. O garoto não quis prolongar o bate papo.

— Ele está bem arredio, né?

— Está sim, Mabel – Ian respondeu com desconforto.

Rafaelo apenas ouvia. Não tinha nada a dizer. O trio fez o mesmo caminho que os gêmeos, descendo pelas escadas até voltar para a movimentação de pessoas que apenas tinham a atenção voltada para a festa.





No dia seguinte, bem cedo, o sol estava castigando Vila dos Anjos sem que houvesse uma nuvem para abrandar os raios solares. A ansiedade tinha consumido cada um dos adolescentes sem exceção e nenhum deles dormira bem. Ian desceu a escada principal que levava ao portão e ao sair, Mabel e Estéfano já esperavam por ele.

— Pai, esse é o Ian.

Estéfano se aproximou, sorridente:

— É um prazer te conhecer pessoalmente, Ian.

— O prazer é meu - disse ao apertar a mão do homem.

— Estou curiosa para saber o que vocês têm para contar - disse Mabel, virando para o pai.

— Eu também - disse Ian.

— Vamos andando. Senão podemos nos atrasar.

Os três caminharam com tranquilidade e não demorou muito para que chegassem na entrada da Casa da Costa. O jardim, bem cuidado, era sempre convidativo.

— Como pode um lugar desses não ser visto, pai?

— O que é de Terraforte, fica em Terraforte - ele sorriu.

Ian não fazia ideia do que Estéfano queria dizer com aquilo e achou a resposta um tanto macabra, mas não iria questionar a natureza de algo que ele nem sabia o que era, algo do início dos tempos, segundo entendera. Os três subiram os poucos degraus de madeira e o homem segurou a maçaneta da porta ornamentada e a girou, entrando na casa.

Quando Ian entrou, notou que Higino, Norah e Ricardo já estavam ali, sentados no assento de pedra no meio da sala, junto com Isla. Sete-Vidas estava em seu colo. Ao vê-lo, Mabel correu ao seu encontro, os olhos brilhando de alegria.

— Sete-Vidas!

O animal saiu do colo de Isla e se posicionou na parte de cima do assento, esperando Mabel se aproximar. Quando ela o fez, a pequena criatura pulou para seu colo e se aninhou entre os braços da menina. Deu uma lambida discreta no queixo, que a fez dar uma risadinha.

Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)Where stories live. Discover now