Capítulo 45

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Ben me deixou em casa e eu fui assistir filmes, com um pote de Nutella de 1k e muita lágrima.

Assisti três filmes, torcendo para a hora passar, mas ela não estava ao meu favor. Era 22:00PM ainda. Cedo demais para ir dormir, mas eu não tinha escolha.

Tomei um banho quente, li a bíblia, orei e fui dormir. Não demorou muito para o sono aparecer.

Levantei às 10:19 AM. Levantei, orei e li a bíblia. Não havia coragem nenhuma para ir tomar banho, mas fui mesmo assim.

Sequei meus cabelos com o secador, vesti uma roupa confortável e tomei um maravilhoso café da manhã solitário.

Isso tá ficando horrível. Sentei no sofá e liguei a televisão. Coloquei num desenho bem estranho e mandei um e-mail para às meninas, avisando que eu já tinha chegado, e sobre o meu trabalho.

Alguns minutinhos depois a campainha tocou e eu fui me arrastando até lá. To igual um bicho preguiça, sério.

─ Ian? - perguntei quando vi ele parado a porta.
─ Quando você ia me contar que tinha chegado? - perguntou frio.
─ Eu cheguei ontem. Você queria o que?
─ Que me contasse, é claro. - falou e sentou no sofá, impaciente. ─ Tem mais alguma coisa para me contar não? - perguntou sarcasticamente.

O que haveria demais em eu ir trabalhar?

─ Eu vou trabalhar. - falei dando de ombros e sentei ao lado dele no sofá.
─ Ah é, de quê, posso saber? - começou a andar de um lado a outro.
─ Secretária. - falei. Não consigo entender esse garoto.
─ De quem?
─ Benjamin. - falei e ele parou de andar e me fitou.
─ Blaker? Benjamin Blaker? - perguntou sem expressão. Como ele conhecia Ben?
─ Sim. - falei e engoli em seco. ─ Você conhece o Ben?
─ Ben? - perguntou, incrédulo. ─ Você faz idéia de quem estamos falando?
─ Do Dr. Benjamin Blaker. - falei e ele riu sem humor, me assustando.
─ O que anda com Will. - falou e me olhou com os olhos mais escuros que o normal.

De repente me lembrei de um oceano quando está em uma tempestade. A água fica escura, muito escura. Quase preta, e era exatamente essa cor que os olhos dele estava. Os olhos de um azul oceano em pleno verão, estava um azul oceano em uma grande tempestade.

─ Eles devem ser só amigos. - falei.
─ Você acha mesmo que Will tem amigos? - perguntou irônico. ─ Will não tem amigos Kate, ele tem capangas. Ele é o maior traficante de Seattle, você tem idéia do que é isso? - gritou.

Não. O Benjamin não era aquilo, não podia ser. Ou era? Mas eu vi a sinceridade dele com Sig, vi eles adorando a Deus. Ele não teria como mentir aquele ponto.

─ Você pode trabalhar em qualquer lugar. Se você quiser eu te coloco no lugar de Barack Obama, mas não trabalhe para aquele cara. - gritou.
─ Não. - falei. ─ Eu vou trabalhar você querendo ou não. Independente do que ele seja, eu vou trabalhar e pronto. Você conhece esse tal de Wiil, Ian. Mas não conhece o Benjamin, não conhece. - falei e enxuguei uma lágrima que caiu. ─ Além do mais, ele não tem motivo nenhum para fazer nada contra mim.
─ Ou sim. - falou, me contrariando.
─ O que então, hein? O que? - perguntei.
─ Não sei. - disse e passou às mãos pelos cabelos, exasperado. Ficamos bastante tempo em silêncio, até que ele resolveu quebrar. ─ Tudo bem então, se é isso que você quer. - falou e coçou a nuca. ─ Mas você vai de que para o trabalho?
─ Quando ele for trabalhar vai passar por aqui, para me levar. - falei e ele passou às mãos pelos cabelos de novo.
─ Eu te empresto meu carro. - falou.
─ Hein? Não! - falei. Ele é louco ou o que?
─ Eu tenho mais cinco carros em casa Kate, um não vai fazer falta, e não vou aceitar não como resposta. Você tem carteira de motorista? - perguntou.

No Tempo de DeusDär berättelser lever. Upptäck nu