PLÁGIO É CRIME
Chamar a atenção era a última coisa que Tayla queria, justo agora que o que ela mais precisava era ser discreta, ter atenção de alguém em si por mais tempo que o necessário era um incômodo no qual ela não queria lidar. Mas infeli...
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Havia algo reconfortante nos recomeços, assim algo que me incomodava. Apagar tudo antes já vivido e começar do zero como se nada tivesse acontecido era algo que não era qualquer um capaz de fazer e eu não sabia se eu era capaz também, mas ali estava eu. A ideia era apagar o meu passado e a minha vida desprezível, uma nova chance me foi dada, mas não sei se foi um ato misericordioso da parte de meu querido pai, na verdade, eu acho que tinha muito mais a ver com vingança e mais uma de suas tentativas de disciplina.
Era um castigo, ele estava me castigando.
Era a única explicação que eu tinha por estar sentada há quase 40 minutos ouvindo o reitor da faculdade, Michael Kurts, falar o quanto aquele lugar era prestigiado e quantos nomes importantes saíram dali. Ele até mesmo apontou para uma parede no canto do escritório onde havia fotos de políticos, jogadores de basquete e até mesmo algumas celebridades do entretenimento, todos que já estudaram ali. Eu não me importava com nada daquilo, mas ao invés de morrer de tédio, eu preferi mil vezes encarar aquela prateleira enquanto bloqueava a voz irritante do homem.
— ... Ah sim, seu pai também já foi um dos nossos alunos, sabia? Ele era um dos melhores da turma de Direito. — o homem continuou a tagarelar, eu bufei e me joguei sobre a cadeira, entrelacei os dedos em cima da barriga e olhei para ele com uma cara que eu desejava que transmitisse o grande "foda-se" que eu queria dizer no momento.
— Eu posso imaginar... — sussurrei com desinteresse, Alex também tinha uma parede em seu escritório e ela era lotada de troféus e medalhas de honra que ganhou na época da faculdade, ele adorava esbanjar aquilo como se alguém se importasse.
Cansada, pousei o calcanhar direito sobre o joelho da esquerda, eu ainda usava as roupas de viagem, uma calça jeans cinza, os coturnos pretos e a regata, a jaqueta jeans estava jogada sobre a minha mochila no chão. Eu vi exato momento que o homem desviou o olhar para as minhas pernas desaprovando meu gesto, ao mesmo tempo que parecia admirá-las, tão nojento quanto o momento que entrei por aquela porta e ele me olhou de cima a baixo analisando-me e eu podia muito bem imaginar os pensamentos que ele estava tendo.
— Sabe, eu... — ele começou e eu já imaginava que começaria mais uma rodada de uma história que eu não estaria interessada, então fui rápida em interrompê-lo.
— Senhor Kurts!
— Sim?
— Por que estou aqui? — ajeitei a postura, o homem franziu a testa confuso.
— O que?
— Eu mal pousei e já recebi uma ligação pra vir aqui, eu nem mesmo cheguei a ver o lugar que eu vou ficar. — expliquei, foram longas horas de viagem, eu estava exausta e depois de ser olhada como fui por aquele homem mesmo me sentindo um lixo, eu não estava me sentindo muita apta a simpatia no momento. Eu só queria sair dali o mais rápido possível. — Eu pensei que o meu pai já tivesse cuidado de tudo.
