Prólogo

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*Emma narrando*
O dia em Méssia estava quente, apesar de já ser final de tarde. Hoje ainda não choveu, o que é estranho já que a chuva faz parte do nosso dia a dia. Papai saiu já tem algumas horas e ainda não voltou, presumo que a feira hoje deve estar bem interessante.
As roupas já secaram, então pego-as e levo-as para dentro. Estava tão abafado dentro de casa, que eu resolvi por tirar meus sapatos. Minhas roupas já eram leves o suficiente.
Fico sentada na cadeira de madeira por algumas horas, lendo um livro, até que papai chega. Ele está com as mãos cheias de sacolas e o rosto suado. Coloca as frágeis sacolas sobre a mesa, e me olha com cara de cansado. Diz:
-Coloque os sapatos, Emma! Quem lhe autorizou a ficar com os pés descalços?
-Desculpe, pai. Estava muito abafado aqui dentro e já me disseste uma vez que não devo ficar fora até depois das cinco.
-Sim, sim! Lhe disse! Mas, e onde estão suas sandálias de dedo?
-Elas arrebentaram ainda mais cedo. Logo depois que o senhor saiu.
-Não se preocupe. Amanhã vou até o Senhor Finnick e peço a ele um par de sandálias novas.
-Não! Não! Não é necessário! Eu não me importo de ficar com os pés descalços!
-Mas eu sim! Uma moça como você não deveria arriscar engrossar a sola dos pés, caminhando nos chãos sem os sapatos!
-Mas, papai! Não temos tanto dinheiro sobrando! Não estamos em época de safra e a vaca não está dando tanto leite!
-Aquela vaca velha! Caiu doente! Vou ter que vendê-la e comprar outra, aquela ali não vai dar mais nada não! Mesmo assim, Emma, o seu velho aqui pode não ter tanto dinheiro, mas pode lhe dar, pelo menos, uma sandália de dedo.
-Tudo bem, papai. Não lhe contestarei mais.
-Melhor mesmo!
Então, papai saiu da sala, e foi a seu quarto. Alguns minutos depois volta e desempacota todos os itens comprados. Cebola, cenoura, pão, leite, arroz e soja. Muita soja.
-Bem, eu acho que isso é tudo! Precisávamos de mais alguma coisa, querida?
-Não senhor, papai. Só adubo. Mas isso eu vejo se consigo comprar amanhã pela manhã.
-Tudo bem! Agora, vá ler mais um pouco!
-Sim, senhor.
Eu li mais algumas páginas do meu livro, provavelmente trinta. Então preparei o arroz e a soja e cortei dois pedaços de pão. Peguei dois copos e dois pratos e fiz a mesa. Papai comeu rapidamente e foi dormir.
Eu realmente acho que ele não dorme, só fica lá deitado, pensando em como será o dia de amanhã. Assim como eu.
Assim que termino de comer, vou me deitar. Me ponho na cama, sob as cobertas finas e pouso minha cabeça sobre o travesseiro. E espero que amanhã seja bom. Só espero.

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*Charlie narrando*
Ser um príncipe não era fácil. Todas aquelas responsabilidades. Os modos, o acenar, as vestes, o jeito de empunhar uma espada. Tudo tem que ser perfeito. O sorriso perfeito, a simpatia perfeita, o porte perfeito, o corte de cabelo perfeito. O alinhamento das roupas, os sapatos, a barba, o andar, até mesmo o flertar.
Tudo aquilo combinado com uma pitada de arrogância, talvez!? Eu devia parecer inalcançável para meus súditos. Todos tinham que sentir inveja de mim, do que eu sou, do que eu possuo. Mas, ao mesmo tempo, me amar por meus atos magníficos em nome do Reino de Méssia. Me aclamar por todas as vitórias sobre os inimigos, por todos os saqueadores que já foram presos.
E, é claro, eu tinha que ser bonito o suficiente para arrancar suspiros de todas as plebéias e todas as madames. E charme o suficiente para conseguir o que eu quisesse. Além da postura imbatível e do olhar frio e acolhedor.
Naquele dia, em especial, dois saqueadores foram presos. Príncipe Charlie atacara novamente diriam os jornais de amanhã. Meus pais, Rei Louis II e Rainha Helena, nunca estiveram mais orgulhosos de mim. Eu estava em uma boa fase. Eles só não gostavam muito da minha fama de conquistador. Achavam que era muita irresponsabilidade de minha parte nunca se aquietar com uma só garota.
Mas, falando vulgarmente, eu sou assim mesmo. Don Juan foi um cara muito esperto, se é que ele tinha tantas assim. Aposto que as tantas que ele tinha, nem se aproximam de mim. Mas qual a graça de ser um príncipe, se não ter todas as meninas aos seus pés, te adorando e aclamando, te achando o maioral!? Além do mais, se eu ainda não achei a ÚNICA, porque me preocupar em ficar procurando. Se ela realmente existir, vai simplesmente aparecer na minha vida. Assim, num estalar de dedos.
Além do que, todo príncipe nunca se casa por amor. Assim como em todas as histórias, os pais arranjam um casamento só pensando na unificação de dois reinos. Eu só espero que haja um reino, nesse mundo afora, que possua uma princesa tão linda quanto a lua.
Eu nem iria reclamar de ter que me casar com ela. Mas, infelizmente, nem sempre é assim. Tem uns reinos aí, que a princesa é tão feia quanto um canhão de guerra. Mas isso não vem ao caso agora. Porque AGORA é a hora de me aproveitar da vida e de todas as mordomias que ela me oferece.

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Olá pessoas felizes, se vcs me acompanham, sabem que eu tenho outra história ainda em processo. Mas, eu acho que aquela história não tinha muito a ver comigo, não era tão romântica, nem otimista. Então resolvi começar essa, que, se eu não foder com tudo, tem tudo pra ser uma ótima trama. Eu espero que vocês entendam. Aquela outra não ia muito pra frente mesmo.
E, se vcs gostaram me dá uma estrelinha. Ou comente, como quiser. E eu queria pedir um favor para vcs.
Tem uma amiga minha, a Lena_Floor, ela fez a capa dessa história pra mim. Então eu queria pedir a vcs pra darem uma olhadinha lá no livro que ela tá escrevendo: Histórias Cruzadas. A história é muito boa, e eu, particularmente, gosto... Então, deem uma lidinha lá okay!?
Não se esqueçam da estrelinha se gostaram (*3*)
Beijos de Nutella....................................Fui!

Um Beijo EncantadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora