Capítulo 15 - Gimmie Love

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Um som estridente me tira dos meus pensamentos ridículos e eu olho para meu celular, o nome "Taylor Swift" e uma foto sua rindo, do dia em que eu havia lhe dado a Polaroide, aparece na tela. Não podia ser possível.

-Alô?

-Harry? Desculpe te ligar a esta hora, espero não estar te acordando.

-Não, estava acordado.

-Bem, desculpe mesmo assim ligar a esta hora... Mas eu estava pensando, será que eu posso ir aí?

Aquilo sim foi uma surpresa, uma enorme surpresa.

-Claro, pode, pode sim. -Falei com certa dificuldade, pela surpresa. Onde em mil anos eu imaginaria que isso aconteceria?

-Se não puder não tem problema, eu entendo. -Ela falou percebendo que eu gaguejava.

-Não, não, por favor, venha! -Pedi quase desesperado.

-Tudo bem, eu... Eu estou indo.

-Estou te esperando. -Falei e em seguida ela desligou.

Levantei-me e dei uma arrumada rápida em alguns cômodos da casa, sem muito sucesso porque ainda assim ficou bagunçado. De todo modo eu só estava tentando dispersar meu nervosismo.

Olhei para fora e pude ver que a chuva ainda caia forte. E ela viria sozinha. De onde eu tirei a ideia de deixa-la vir com uma chuva dessas caindo lá fora? Fui egoísta novamente. Ótimo.

Uma sequência de "toc, toc, toc" fez com que eu parasse de me martirizar, olhei pelo olho mágico e pude ver sua silhueta toda encolhida.

-Desculpe aparecer assim eu só... -Ela começou a falar assim que abri a porta, mas eu a puxei para um abraço imediatamente.

A melhor sensação do mundo surgiu dentro de mim, a sensação de estar perto dela novamente.

Ela se aperta contra mim, correspondendo da forma mais desesperada ao meu abraço, mas percebo que ela estava parando de tremer.

-Vem, vou pegar uma toalha e uma manta para você. –Falo enquanto fecho a porta para que o vento frio não entre.

Ainda abraçados de lado eu a guiei até o sofá. Peguei uma toalha e uma manta em meu quarto e liguei o aquecedor assim que voltei para a sala. Me sentei ao seu lado e nos encaramos por longos minutos.

-Não devia ter deixado você vir nessa chuva. –Murmuro.

Sinto sua mão tocando a minha e minha pele se arrepia. Sua mão estava gelada.

-Eu vim porque quis, porque precisava te ver. –Um sorriso brinca em seus lábios. -E nem está tão ruim assim, a temperatura está diminuindo agora, L.A é abafada.

-Sim, eu sei, mas mesmo assim você pode ficar doente...

-Harry, não será nada que um chá não resolva. -Ela apertou minha mão de leve. -Acho que precisamos conversar sobre outras coisas.

Assinto com a cabeça e ela suspira pesadamente.

Já havia pensado várias vezes em como seria nossa conversa, caso chegássemos a conversar novamente, mas nenhuma tinha um roteiro como este.

-Eu queria conseguir seguir sem você, mas eu só... Eu não consigo. -Ela fala com a cabeça baixa e ao terminar volta a me olha.

-Eu também me sinto assim... Não sei se isso é saudável, mas eu também não quero saber, só quero ter você. De verdade dessa vez.

Ela volta a olhar para baixo e o clima de repente pesa um pouco.

-Sabe, eu sonhei com a gente... -Ela começou a falar ainda sem me olhar. A olhei, esperando que continuasse. -Nós estávamos no seu carro, no estacionamento de um supermercado e, enfim... Nós conversamos, mas no fim eu ainda não sabia se voltaria com você, mesmo sendo tudo o que eu queria. Eu me sinto exatamente assim agora.

Quando ela finalmente me olhou, pude perceber que seus olhos estavam marejados. Ela estava prestes a chorar, e sei que ela não queria se mostrar fraca. Eu não sabia o que falar, queria que nos resolvêssemos logo, mas sabia que era complicado.

-Eu entendo se não quiser voltar comigo agora, eu não mereço você e sei disso... Não depois do que te fiz passar. -Comecei, tentando achar as melhores palavras. –A única certeza que eu tenho é que eu preciso de você, e estou disposto a me agarrar nisso e te mostrar que dessa vez será totalmente diferente. Por favor, me deixa te mostrar que posso ser melhor, pensei bastante sobre nós nesses últimos meses...

Ela ainda me encarava e percebi que também me analisava.

-Queria conseguir esquecer tudo o que passamos, tudo o que eu senti quando você me deixou sozinha... Mas não consigo. Desculpe.

-Não peça desculpas, a culpa é minha e eu sei disso. Só quero poder reparar isso.

Ficamos em silêncio. Já havia pensado bastante em como consertaria tudo, mas no momento parecia uma questão de vida ou morte e minha mente estava á mil por hora. Queria poder entrar na cabeça dela e descobrir no que ela tanto pensava, talvez eu conseguisse resolver tudo de uma vez.

-Por que veio aqui? –Perguntei.

-Eu... -Ela gaguejou mexendo inquietamente os dedos. -Depois que eu acordei percebi que havia sonhado com você, e todas as sensações vieram porque o sonho foi tão real... -Ela parecia falar mais para si do que para mim. -Depois eu me peguei desejando que fosse real, porque eu estava do seu lado e parecia tão certo. Eu estava feliz, estava confortável, mesmo que não tivéssemos nos resolvido ainda. E agora eu me sinto assim também, mas é melhor porque sei que é real. -Ela me encarou.

Eu só queria beija-la, ali e agora, fazer com que ela fosse só minha. E foi exatamente o que eu fiz sem nem pensar direito, só percebi quando minha língua já estava travando uma guerra com a dela.

Minhas mãos foram até sua cintura e eu a puxei para mais perto, para que ela sentasse em cima de minhas pernas, e foi o que ela fez. Suas pernas se enlaçaram em volta do meu tronco, estávamos bem próximos, mas aquilo ainda não era o suficiente, precisava de mais dela.

Uma de suas mãos desceu no meu abdômen que estava desnudo, suas unhas arranhando de leve por onde passavam. Sua outra mão estava ao lado do meu rosto e continuamos a nos beijar até que o ar fosse realmente importante. Nossas testas se encostaram e eu estava tão feliz por finalmente tê-la ali comigo.

-Por favor, me perdoa... Eu te amo demais, não posso deixar que você se vá novamente. -Implorei.

-Não consigo ficar longe de você. -Ela respondeu e levei aquilo como um "sim, te perdoou".

{...}

-Eu te amo. -Ela sussurrou próxima ao meu ouvido.

- Eu te amo... Desculpe por ter feito tudo aquilo com você. -Falei beijando sua testa. -Durante esses meses eu passei em frente à sua casa, talvez seus vizinhos tenham pensado em ligar para a polícia algumas vezes.

Ela levantou o rosto e me encarou, parecia surpresa.

-Pode parecer loucura, mas eu imaginava que pudesse ser você. -Não pude evitar de sorrir ao ouvir aquilo.

-Pensei várias vezes em como faria para te reconquistar, e ainda penso nisso, todas as vezes que eu pensava estar pronto eu ia na sua casa. Mas no fim eu nunca tive palavras suficientes para te pedir perdão. -Falei olhando para o teto, mas pude sentir seu olhar sobre mim.

-Você já me tem. Sempre me teve.

Aquilo era tudo o que eu precisava ouvir. Sua testa molhada de suor, a respiração falha e seus batimentos cardíacos em uma velocidade que entrava em sintonia com os meus.




1989 (Haylor) - Temporada 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora