Lucas

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Ter a Duda ao meu lado tem me feito bem ultimamente, minha mãe esta animada em saber que eu tenho a Duda comigo, eu estou disposto a contar todo o meu passado para ela, então por isso decidi levar ela para conhecer alguns amigos que eu ainda mantenho contato.
Estamos no galpão do Léo, onde todos estão reunidos, eles estão falando sobre os negócios dele, eu nem estou prestando atenção, estou observando minha baixinha ela parece muito incomodada com algo, talvez eu devesse ter explicado quem era esses meus amigos antes de trazer ela aqui, ela se aproxima e sem querer o João fala.

— Aquele desgraçado está atrás de todos nós, ele disse que vai nos buscar até o inferno.
— Nem me fale — Léo fala — eles apareceram na minha casa duas vezes atrás de drogas, eu nem mexo com drogas, mas na verdade eles querem saber é de você Lucas, vivem perguntando de você.

Quando ele fala meu nome enfio minha mão no bolsos, então Duda toma um gole da minha bebida, ficando na pontinha dos pés ela me dá um selinho e surrua que está me esperando no carro.

— Galera eu estou indo — falo dando um toquinho na mão de cada um.
— Lucas onde você arrumou essa pirralha? — João pergunta.
— Mais respeito por favor.
— Então?
— Não é da conta de vocês, bom nós vamos se falando.

Me viro e saio de lá, adentro do carro vejo Duda fungar, quando ela me ver entrar no carro de, ela limpas as lágrimas, acho que ela não estava pronta para isso, estou dirigindo em silêncio até uma lanchonete próxima, paro o carro de frente a mesma, olho para ela que nem se quer me encarou.

— Podemos conversar? — pergunto olhando para a lanchonete.
— Sim — ela responde abrindo a porta do carro.

Vou atrás dela e o tempo começa a fechar o tempo para chuva, eu sei que ela quer resposta é isso que eu vou dar para ela.
Nos sentamos eu peço um café, ela pede um suco, seus olhos estão inchados mostrando que ela chorou muito, estou me sentindo culpado por fazer ela chorar.

— Duda eu vou ser direto — falo analisando seu rosto — o que você achou dos meus amigos?
— Olhando para os carros e motos diria que são empresário, mas quando você os vê pessoalmente, eles parecem bandidos, aquelas mulheres pareciam vadias, mesmo estando acompanhandas estavam dando em cima de você como se você não estivesse acompanhado.
— Bom, eles não são empresários, eles são traficantes da pesada.
— Lucas...
— Eu já fui que nem eles, antes de ser o que sou hoje, alguns anos atrás eu comecei a me envolver com essas coisas erradas, passava drogas e tals, até que eu me envolvi com um traficante boca quente chamado Felipe, eu não fiquei devendo nada para ele, mas ele queria que eu trabalhasse para ele, então ele vive me chantageando e querendo me recrutar para o tráfico.
— Lucas como você está vivo?
— Minha mãe, ela decidiu que seria melhor eu passar um tempo fora do Brasil e me mandou para Nova Iorque para estudar direito, lá sim eu fiz arruaça, ao invés de estudar eu caia na gandaia, aprontava todas, eu tranquei a faculdade e fui curtir minha vida.
— O que fez você mudar de vida?
— Minha irmã.
— Sua irmã? Você tem uma irmã?
— Sim, ela era doce igual a você, ela me fez perceber que a vida é muito mais bela do que podemos imaginar, eu decidi indireitar minha vida e ser um novo homen, sei que não posso apagar meu passado, mas eu quero viver meu presente e meu futuro diferente do que eu fui, eu só quero viver se você estiver ao meu lado.
— Lucas, o que houve com a sua irmã?
— Ela morreu, Eduarda eu não quero que você pense que o dinheiro que tenho é do tráfico, meu pai era dono de uma empresa de advocacia e minha mãe é arqueóloga, quando meu pai morreu a empresa passou a ser minha, mas eu era novo e minha mãe cuidou dela por um tempo, mas hoje sou eu que administro a empresa, eu também abri algumas casas de shows para poder movimentar o meu dinheiro e não ficar parado,  eu e o Léo trabalhamos juntos nessas casas de shows.
— Como era o nome da sua irmã?
— Violetta.

Tocar no nome da Vilu me deixa muito sentido, Duda percebe que eu não quero falar disso e muda o assunto.

— Eu fico feliz que você quer mudar de vida.
— Na verdade, eu estava pensando em voltar para o mundo do tráfico, mas algo diferente aconteceu, eu vi você tentando se proteger da chuva naquele dia, quando você caiu e eu fui te ajudar, eu senti algo diferente, mas não tinha certeza se era o certo a fazer.
— Lucas você fez a escolha correta, mudar de vida assim não é fácil, mas você conseguiu e isso me deixa orgulhosa, eu sempre vou estar com você.

Quando ela fala isso, eu a beijo um beijo a qual eu guardava muito tempo, pego ela em meu colo e a levo até o meu carro, eu só quero levar ela para casa e a encher de beijos, assim que chego em casa, a levo direto para o meu quarto, estamos nos beijando quando retiro minha camiseta, Duda para o beijo e eu entendo que ela não quer isso agora, eu vou saber esperar por ela, ficamos conversando e ela me mostra uma tatuagem que ela tem, eu diria que é muito linda, olho no relógio e vejo que já está tarde.
Decido levá-la embora para sua casa, estamos conversando no meio do caminho eu decidi fazer um convite para ela.

— Duda, o que acha de irmos para o Rio de Janeiro? Eu tenho uma fazenda lá, eu iria amar passar um tempo com você lá.
— Eu iria amar, mas preciso falar com o meu pai antes de te dar uma resposta.

Chego em frente a sua casa, Duda me dá um beijo e sai do carro, espero ela entrar e vou embora, eu estou me sentindo nas nuvens, tenho certeza que minha mãe vai adorar passar um tempo na fazenda comigo e com a Duda.
Chego em casa fico no sofá, estou observando como essa casa está silênciosa sem minha rainha, vou até a cozinha pegar um copo d'água, o telefone da casa toca, mas quem será essa hora? Atendo já pensando que algo ruim aconteceu, e realmente aconteceu.

— Por favor o senhor Lucas Marchetti — ouço a voz falar.
— Sou eu mesmo — repondo — quem está falando?
— Lucas boa noite, eu me chamo doutor Silas, estou falando do hospital Santa Cecília, nós queremos informa que sua mãe Eloisa Marchetti acabou de vir a óbito, será que o senhor pode vir aqui pela manhã?

Não respondo nada derrubo o telefone no chão, meu mundo morreu de vez, agora não sou ninguém sem minha mas mãe.

Toda baixinha tem seu gigante perfeito - Nova VersãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora