CONTOS - PARTE 2

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Ser selecionado era algo que eu não queria, mas tudo isso fazia parte dos planos de meu pai. Ele sabia desde o inicio, ate aonde seus planos iria, ele queria quebrar as barreiras de segurança que protegem a monarquia, e tinha melhor jeito de fazer isso colocando um dos seus no meio deles? É aqui estou eu, filho do maior rebelde sulista que Illéa teve em anos.

Nada que eu dissesse tiraria essa ideia absurda da cabeça do meu velho, até mesmo se precisasse sacrificar o próprio filho, ele estava disposto a isso. O assustador de tudo isso, ele nunca me considerou como seu filho, o amor que ele deveria sentir por mim, como muitos pais por aí tem pelos seus filhos, ele nunca teve.

Assim que teve a oportunidade de se livrar de mim, e ao mesmo tempo resolver todos os seus problemas, ele fez.

– Quero­­ que os coloquem dentro dessa seleção. - dizia meu pai, o líder de mais de cem mil rebeldes sulistas.

– Mas senhor, será impossível colocar tantos dos nossos lá dentro! - dizia um dos capangas dele. – No máximo conseguiremos colocar quatro dos nossos! Estou sendo até muito otimista... - ele para de falar assim que percebe o olhar mortal que recebe de meu pai.

– Não quero ouvir desculpas, quero soluções se eu disse que quero, eu realmente quero. - diz meu pai, se aproximando com uma voz calma, mas com os punhos fechados, o que prova sua irritação.

– É cla-ro, si-sim se-se...nhor! – diz o idiota tremendo de medo.

– Melhor assim! – disse meu pai voltando a se sentar, em sua cadeira de couro, e com o olhar perdido, se concentra nas paredes dos fundos – Quero ela morta... - diz ele subitamente. Todos os pelos do meu corpo irrigassem simultaneamente.

– Se prepare James, sua obrigação é mata-la. – diz ele batendo uma das suas mãos em minhas costas, estou sentado de cabeça abaixado, sem saber ainda o que fazer.

Não queria ser um rebelde, e tão pouco ser um selecionado, eu não queria matá-la. Mas tinha que fazer isso.

- Eu não vou conseguir matá-la, senhor! - digo, e ele esbofeteia minha cara com força, o que faz meu rosto doer.

- Repete! - ele esbraveja. 

– Sim senhor. – digo firme, e caminho até a porta do escritório, e os deixo sozinho, vou para meu quarto, fecho a porta, e me sento no chão. – eu poderia fugir – digo baixinho, planejando uma fuga como uma criança. – Não posso mais fugir, chega de ser um fracote. – digo batendo com força as mãos nas cabeças, convencendo-a mim mesmo, que isso é o certo a se fazer. Bem não tão certo assim. Matar alguém inocente nunca será certo.

– James? – pergunta uma voz do outro lado da porta, batendo na porta – James eu sei que você está aí... abre essa porta! – continua batendo forte. Acabo desistindo, e me levanto e abro a porta do quarto revelando Luany. Antiga amiga minha, a quem tem sentimentos, mas nunca revelei. Nem tive planos para isso.

- Olá Lua. – digo cumprimentando pelo apelido carinhoso, enquanto ela entra abusadamente no meu quarto, e senta-se na minha cama sem cerimonias.

- Como podem te enviar para uma missão como essa? – ela pergunta apressadamente, e parece que ela nem notar meu cumprimento – Sinceramente, você? – diz ela incrédula, e ela se joga com vontade em minha cama, seus cabelos escuros combinam perfeitamente com sua pele bronzeada. Uma linda garota de dezessete anos. Autoritária, e cheio da energia e atitude.

- Obrigada por acreditar em meu potencial. – digo fingindo estar magoado, mas ela continua vidrada nos seus próprios pensamentos, me ignorando completamente. Avoada como sempre.

Lady's Selection [Revisão]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora