Cap.1: Enfermaria Grega

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Capítulo Um:
Enfermaria Grega

NICO
"Eu sou romana, então o correto é Netuno."

  A pouco tempo atrás eu havia caído em cima de May. No caso, foi meio constrangedor. A garota tinha os olhos castanhos que pareciam constatar cores diferentes, os cabelos lisos caíam até a última costela, também castanhos. Era um pouco mais baixa, era até meio nanica. Usava jeans claro, manchas de tinta de caneta rosa cobria seus bolsos dianteiros. Os all stars estavam sujos e usava uma camisa roxa velha, sem logomarca. O rosto claro estava sujo de sangue seco.

  -Tem certeza de que está tudo bem? - Perguntei.

  Ela olhou pra trás.

  -tenho que voltar para o acampamento. - Sussurrou.

  -que acam... - olhei para o seu braço esquerdo onde tinha SPQR com um tridente e oito linhas. - você é do CJ? - Perguntei.

  May, a garota, encolheu-se.

  -Talvez. Você é algum um monstros que eu já tenha visto? - Perguntou. Parte da sua franja caiu nos seus olhos castanhos, segurei o impulso de afastá-los.

  -Eu também sou um semideus. Ahn... filho de Hades. - Falei. - vejo que seu pai é Netuno. - Ela cobriu a cicatriz. Parecia desconfortável. - O que você está fazendo fora do acampamento?

  -Eu estava na casa da minha mãe... mas então fugi. - May me olhou, seus olhos castanhos brilhavam ao luar. - Minha mãe disse que eu tinha dois pais, aí eu surtei, fugi, e depois me perdi. - A menina fungou. - não posso chorar. - sussurrou.

  -está com medo de borrar a maquiagem? - brinquei. A garota me olhou séria, deu até uma pitada de medo, mas então ela pegou sua trouxa no chão e me olhou novamente.

  -Danifica minhas lente. - falou e automaticamente deu um tapa na própria testa. - Argh, falei demais. Onde nós estamos?

  -Em Long Island - Falei subindo uma colina. - estamos no acampamento grego.

Pov. May

  -Eu não vou entrar em um acampamento grego, garoto! - protestei.

  -ah, vai sim! Você precisa entrar. - Nico me puxou e descemos colina abaixo.

  -Nico pára! você não pode me obrigar a fazer isso! - me desvencilhei das suas mãos geladas. O menino revirou os olhos negros.

  -Se não for por bem, vai ser por mal. - ele me puxou pelos ombros e me empurrou até o acampamento grego. - Viu, nada aconteceu, até agora... - Ao começar a adentrar no acampamento, minha visão, de algum modo ficou mais iluminada. Cobri minha Marca do Acampamento Júpiter, de longe vi um garoto loiro, de costas, usava armadura, camisa laranja e um arco pendia em seu ombro direito. - Faça silêncio. Ele pode pensar que são intrusos. - o garoto sussurrou no meu ouvido fazendo-me engolir em seco. Nico era silencioso. Mas para o meu azar: pode parecer estranho, mas eu pisei em um graveto, e essa tal porcaria quebrou (May/F: E eu pensando que isso só acontecia em filmes), O loiro virou. Percebi que ele já tirara o arco das costas e mirava a flecha em mim. Sabe quando você fica paralisado com uma ameaça assustadora na hora do pânico? pois é, isso mesmo, eu simplesmente paralisei, Nico tentou me empurrar, mas logo o garoto pálido viu o que eu olhava. Ele se intrometeu na minha frente e abrandou a voz:

  -Will, ela está comigo, não é uma ameaça a ninguém - aquilo foi uma indireta a mim? Eu ainda cobria meu antebraço. O menino Will baixou a arma. E fitou o meu braço com curiosidade. Minha mão não era grande o suficiente para cobrir as oito linhas.

  -É uma semideusa romana? -  perguntou Will. Fiz que "sim" com a cabeça. Ele olhou para Nico com algum interesse.

  -A menina precisa de curativos, é uma fugitiva de casa. - disse Nico. - Ela já está ciente que é filha de Poseidon...

  -Eu sou romana, então o correto é Netuno. - corrigi-o.

  -Tanto faz, de qualquer maneira precisará de ajuda. - disse ele. Eu queria discutir que Netuno não era a mesma coisa que Poseidon, e sim, precisava planejar uma desculpa, mas a única coisa que eu conseguia fazer era morder o lábio inferior em busca de desculpas.

  -Er... eu preciso... - tentei.

  -É, você precisa descansar. - ele pegou no meu ombro direito e caminhamos até uma casa de quatro andares azulada. Devia ser a Casa Grande, Frank já falara isso. - Vamos à enfermaria. - disse Nico. Dei uma olhada para trás e vi Will nos seguindo, estava sério. Era mais alto que Nico poucos centímetros. Os olhos azuis me fitavam com desgosto, ele parecia irradiar um pouquinho de luz, mas isso não o impedia de me fuzilar mentalmente, o que eu fiz para merecer aquilo? Virei meu rosto e já estávamos entrando na tal enfermaria. Nico soltou meu ombro e sentou-se em um sofá ao lado da porta. Will me levou até uma das camas de madeira, os lençóis de seda. Para eu que só tenho 1,55 de altura é uma mixaria quando se tem 14 anos. O menino louro percebeu o meu problema e pegou-me pela cintura e me pôs na cama.

  -Obrigada, Will - sorri. Ele continuou sério. Puxou uma maleta debaixo da cama e começou a me tratar.

A União dos Três Grandes | Operação Mães em Apuros (#1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora