-Realmente Diferente

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Acordei primeiro que Charlie na sexta-feira  de manhã. Foi estranho acordar lá. Sem barulho de carros, ônibus, buzinas, despertadores... Parecia um sonho. Fiquei sentada  observando ela dormir. Nem parecia Charlie, estava muito calma.

Após um tempo ela abriu os olhos devagar e me flagrou ali a observando enquanto dormia e sorriu.

-Bom dia.- Ela disse.

-Dormiu bem?- Acariciei seu cabelo.

-Sim. E você? -Ela segurou minha mão.

-Sim, mas nós temos que ir agora.- Olhei para a porta.

-Você tem certeza?- Ela parecia ter medo de voltar.

-Elizabeth deve estar louca.- Respirei fundo- É amanhã.

-Eu não quero ir. Não quero casar com ela.- Charlie se sentou e estava desesperada.

-Mas por que? Foi você quem pediu!- Disse confusa.

-Eu não a amo.- Ela se acalmou.

-Mesmo? Não pareceu só isso.- Semi cerrei os olhos.

-É uma sensação horrível saber que vai se casar com alguém que não se ama.

-É so isso mesmo?- Fiquei preocupada.

-É...- Charlie baixou a cabeça.

-Gostaria que fosse eu...

Então Charlie se aproximou e segurou meu rosto com as duas mãos.

-Esse é o maior desejo da minha vida.

Achei estranho o que ela dissera nesse momento. Eu me lembrara muito bem do dia em que falei sobre casamento com ela, que por acaso foi no mesmo em que reencontrei Andrew. Aquilo havia causado em mim uma espécie de incômodo na boca do estômago.

-Não foi o que pareceu quando te perguntei.- Levantei brava.

Charlie fez o mesmo.

-Eu só te pedi pra darmos um passo de cada vez. Pelo amor de Deus, Elisa.- Ela ficou irritada.

-Eu quero ir pra casa.- Tirei o roupão e entreguei a Charlie.

-Espero que um dia você entenda.- Ela o pegou das minhas mãos e jogou na poltrona.

Peguei minhas roupas que estavam no sofá e comecei a vesti-las. Charlie fez o mesmo com as dela. 

-Eu já entendi. Você é dela, não minha.

-Eu sou sua. E você é SÓ MINHA.

-Não é comigo que você vai casar.- Vesti a blusa e ajeitei meu cabelo.

-É complicado...

-Não, não é! Essa é a sua desculpa.- Gritei.

-Você não entende, porque não sabe.

-Então me explica, por favor.

-Não. Vamos logo.- Ela abriu a porta da sala e ficou me esperando.

-Tem alguma coisa que você não quer me contar.- Me sentei no sofá.

-Não tem nada. Vamos embora.- Ela encostou a cabeça na lateral da porta.

-Então não saio até você me contar.- Saí da sala e subi as escadas indo para um dos quatros.

Charlie me seguiu.

-Então não vamos sair daqui porque não tem nada pra eu te contar.

-Não acredito em você, Charlie.- Cruzei os braços.

CharlieWhere stories live. Discover now