Capítulo 4

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Ai, ai, ai, Malu ...

O que você vai aprontar?

Será que nessa vida tudo que fazemos tem volta?

Que colhemos sempre as consequências dos nossos atos?

Somos nossos próprio parâmetros e nossos próprios algozes? 

Rsrsrss Calma! Não é papo filosófico!

Sou eu aqui, apenas pensando nas escolhas de Malu rsrs.

Vamos ver? Depois me digam o que acham, tá?

Beijos!

Ah! Esqueci de dizer! Tem tanta coisa ainda para acontecer!
Vocês nem imaginam! rsrs

Beijos de novo! <3 


Capítulo 4


"(...) E que a minha loucura

Seja perdoada

Porque metade de mim é amor

E a outra metade também (...)"

(Metade – Oswaldo Montenegro)



Nos dias seguintes, fui à academia à noite, para não encontrá-lo. Mas esse horário, com as crianças em casa, era muito ruim para mim.

O fim de semana chegou e eu o passei repetindo, como um mantra, que aquilo tinha parado por ali. Claro que, na mesma proporção, passei o tempo relembrando cada palavra, olhar e toque. Eu estava me transformando num poço de contradições. Era um misto de excitação e medo. De liberdade e prisão. De querer e não poder. De certo e de errado....

Definitivamente, eu não estava sabendo bem o que pensar ou como me portar nesta nova fase da minha vida. Sem contar que o cara devia acreditar que eu era alguma desequilibrada. E, pelo o que começava a me perturbar e incomodar, devia estar certo mesmo.

Acordei na segunda-feira me sentindo chateada e um pouco envergonhada com tudo o que aconteceu. Meu corpo estava pesado e cansado. Com certeza, os sentimentos e angústias que perturbaram minha cabeça durante todo o fim de semana, deixaram seus rastros no meu corpo.

Acabei não indo a academia e mergulhei no trabalho. Tentei me concentrar, mas foi em vão. O tempo todo fiquei recordando o seu gosto em minha boca, o seu cheiro bom demais, o calor e a pressão de suas mãos em minha pele. Sem contar na lembrança da grossura e da rigidez de seu pau. Ainda estava sem entender o porquê que eu não o olhei. Eu era uma desequilibrada mesmo.

À noite, quando estava na sala com meus filhos, eu os olhei e indaguei a mim mesma o que eles diriam se soubessem que eu quase tinha transado com um homem casado. Mais uma vez a vergonha me atingiu, já prenunciando a tragédia de tudo aquilo. Chico nem entenderia direito, mas Bernardo, que vivia bem atento a mim desde que me separei, não aceitaria essa minha atitude.

Eu sabia que, quando fosse me relacionar mais sério com algum homem, teria que ter uma conversa franca com eles. Apesar deles terem aceitado, numa boa, quando Samuel - depois de ter passado meses me cercando - ter finalmente começado a namorar uma mulher, sabia que comigo seria diferente. Era estranho, mas filho menino era um pouco ciumento. E Bernardo, apesar de sua personalidade tranquila, parecia sempre me observar, às vezes sondava se eu tinha conhecido alguém ou não. Tinha que ser mesmo cuidadosa.

No entanto, do jeito que as coisas iam, eu não tinha muito que me preocupar com a chegada deste momento. Quase não saía e não conhecia gente nova. E não seria um cara casado que eu apresentaria aos meus filhos como namorado. Ou seja: ninguém ou ninguém mesmo. A coisa estava feia para meu lado afetivo.

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