Chains

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Tudo estava calmamente calculado, e mesmo que a margem de erros fosse de quase 50%, ainda sim as chances de tudo ocorrer certo pareciam mais altas. Milena sorriu quando colocou a mascara sobre o rosto e terminou de aplicar o batom, enfim desligando o telemóvel e entrando no elevador sem a típica musica que parece feita para fazer-te dormir.

Não conseguia parar de pensar em como iria agir quando entrasse e o encontrasse. Mordia o lábio inferior e sentia um formigamento entre as pernas só de pensar nele, em imaginar seu belo rosto e seus traços, aqueles braços e a tatuagem que tinha no barriga. Suspirando, Butterfly apoiou a cabeça na parede que tremia enquanto o elevador subia até o último andar, enfim parando e abrindo para que ela pudesse sair.

Elegante e confiante, os saltos fizeram um som baixo sobre o carpete vermelho, enquanto via um dos guardas em frente à porta de madeira bem polida. Ela deu-o um sorrisinho cafajeste, e ele puxou o trinco, deixando-a entrar sem nenhum tipo de pergunta. A musica baixa e sensual do ambiente preencheu seus ouvidos como em todas as outras vezes, mas agora tinha um toque de superioridade a mais, apenas por ter uma meta a cumprir e não somente saciar seus desejos mais singulares.

Todas as mulheres viraram os olhos em direção de Butterfly, enquanto a mesma desfilava em direção a mesa de sempre, o decote do vestido mostrando o que tinha de melhor, e as pernas cobertas com a meia arrastão. Não estava vulgar ou exibida, mas é difícil argumentar por que Butterfly seria sensual e a sex symbol até mesmo de calças moletom. A curva da cintura para o quadril, ou até mesmo os ossos da clavícula. Tudo nela tinha aquele ar inexplicável e atraente.

Quando sentou-se, notou que o barmen já começava a preparar uma bebida enquanto sorria para uma moça com uma mascara verde. Aqueles cabelos loiros com raízes levemente mais escuras e pontas claras pareciam familiares, mas Milena não tentou buscar na memória o que poderia ser.

Não demorou para que um garçom trouxesse sua bebida exótica de sempre e desse-a um sorriso malicioso. Ao contrario das outras vezes, Butterfly devolveu-o.

Era bom a sensação que corria pelo corpo dela ao ver a expressão de choque e surpresa no rosto do garçom, e desejou fazer isso mais vezes com mais pessoas, porém seus olhos se atraíram para o local proibido ao lado do bar, que era por onde os rapazes vinham a serviço das moças no salão. O rapaz tatuado vinha saindo por lá. Ele tinha a expressão dura e sexy, Milena mordeu o lábio inferior mas ele não olhou para ela, o que só tornou a vontade de manter os olhos pregados nele ainda maior.

O sangue de Milena ferveu quando o rapaz olhou para a loira no bar e mandou para ela um sorriso sujo e cafajeste. Pode ver a loira ficar tímida e se encolher, e quando ela apoiou a mão no balcão para se levantar, reconheceu aquela cor de esmalte. Licor.

Engoliu em seco quando ela passou por ele e entrou no corredor que levaria aos quartos. Ela rebolava exageradamente e apoiava as mãos no quadril. Para Milena aquilo pareceu ridículo e patético. Ela tentava se exibir com o que claramente não tinha. Era obvio que aquela mulher loira era desprovida do que Butterfly tinha, do que Butterfly podia oferecer.

Entrando em ação no exato momento em que ele a seguiu pelo corredor, Milena bebeu o primeiro gole de sua bebida e largou sobre a mesa, levantando e indo atrás dele, de modo que os saltos não fizessem barulho. Era um Louboutin, ele era feito para chamar atenção de todos, então ela teve que tomar cuidado ao andar lentamente.

Um garçom passou antes que Butterfly pudesse entrar no corredor e ela o agarrou pela gravata borboleta. Apontou para o rapaz de costas e disse:

— Qual o nome dele?

Confuso, o garçom não fez nada a não ser arquear uma sobrancelha e responder um tanto rude:

— Harry Styles.

Surrender | H.S fanfictionWhere stories live. Discover now