ashton

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acho que choveu nos seguintes 10 minutos e por mais que quisesse contar todos os pormenores desde encontro, não consigo. acho que saímos de lá encharcados, hipnotizados, porém anestesiados e noutra dimensão. ariane cantou nos 10 minutos seguintes depois de chover, cantou drake e the neighbourhood, acho que Lana constou na playlist mas acho que não estive minimamente interessado no que esta cantava, foquei-me na sua doce e reconfortante voz, a cantar sobre amor e decepção, fomos buscar um cobertor que tenho sempre como reforso na carrinha, os seus labios estavam roxos e tremiam, perguntei-lhe se ela queria ir para casa, mas ela recusou-se enroscada apenas na manta que partilhávamos e no calor dos meus braços.

ela cantou durante muito tempo e bebeu de um frasco que tinha no bolso.

ariane sorriu para mim de todas as vezes que dava um gole, ela era linda e por muito encharcado que estivesse, desconfortável e com frio, para a ver, ficaria sempre assim, até me dava nojo o facto de estar tão perdidamente encantado por uma rapariga, e os 15 minutos depois de a ter deixado na bomba de gasolina como ela pediu, foram gastos em pensamentos de como eu não me deveria perder na beleza e rebeldia de ariane. eu não podia-me apaixonar isso era certo, eram agora 2 da manhã, bato com os dedos no volante e recebo a mensagem do calum com o adereço da festa. mais uma.

arranco, continuando a bater com os dedos no volante ao ritmo de green day, sorrio, música faz-me sorrir seja ela qual for, triste, agitada, faz-me sorrir e eu nem sei porquê, dou por mim a sorrir cada vez que ponho os fones nos ouvidos ou um CD no velho rádio.

a casa onde provavelmente me ia embebedar e foder com alguma rapariga bebeda e desesperada, apareceu á minha frente, estaciono a carrinha num lugar vago a alguns metros da mesma e no caminho guardo o telemóvel no bolso de trás pondo-o em vibração, Luke aparece ao meu lado na entrada onde várias pessoas fumavam e conversavam de copos azuis na mão.

adentro a casa enquanto cumprimento luke com um aperto de mão.

"então mano?" ele sorri "quais são os planos para hoje?"

"não sei, o calum chamou-me disse que tinha algo para nós" encolho os ombros enquanto pego uma bebida na cozinha.

dou um golo na lata de cerveja e contínuo até à sala de convívio, a cena das festas é de serem quase todas iguais.

calum aparece no meu campo de visão, ao lado dele está Michael e na sua mão um saco de plástico com pastilhas no mesmo.

pastilhas.

sorrio.

"então calum vejo o que arranjaste para nós" aperto a sua mão encostando-a ao peito e gargalho.

"isto mesmo que vês" ele abana o saco na minha cara e gargalha comigo.

"hoje temos que ter extra cuidado, é um bom bairro e pode haver polícia" Michael diz e cumprimento-o igualmente.

"aqui o calum só escolhe ótimas noites para trazer do melhor" Luke intervém e todos concordamos soltando uma gargalhada.

seguimos Michael que nos leva até à parte de trás da casa, com as cervejas na mão, sentamos-nos em puffs que lá estão e Calum passa duas pastilhas LSD a cada um.

"uma de cada vez rapazes" brindamos antes de as colocar na boca "à droga, à vida, às fodas" Calum olha para mim "e ao amor" todos gargalham e abano s cabeça.

"que raio de amigos eu arranjo!" com isto colocamos as pastilhas na boca, uma cada um, esperando uns segundos para que o efeito se concretize, sinto-me relaxado, a tensão evapora-se e sinto o meu corpo ganhar uma leveza absurda, tudo parece ficar silencioso, e sei que estou limite de trippar, sei que este LSD não é da melhor qualidade e a trip pode durar no máximo 5 minutos, pequenas luzes aparecem luzes vermelhas.... e azuis? abro os meus olhos com força, nunca trippei com luzes e isto não pode ser da droga, depois de me afeiçoar com a visao, os meus ouvidos dão sinal de vida, ouço Michael a gritar para o seguir e apercebo-me, merda a polícia, o pior de tudo é que eu já era maior de idade, e por muito pouco que possa ser o tempo na prisão, ou a fiança da mesma, eu estava pobre e precisava de algo para fazer da vida. levanto-me rapidamente, deixando todas as minhas energias nos pés, salto a cerca do pátio e contínuo a correr por entre as caras casas do bairro, as luzes da polícia podem se ver em todos os lados, assim como o alto barulho das sirenes ecoa nos meus tímpanos, sorrio com a sensação, a adrenalina a correr-me nas veias mais os últimos segundos da trip a fervelhar no sangue. sentia-me vivo. continuava a sorrir, já Michael á minha frente, estava preocupado, gesticulava com as mãos para correr mais rápido e para nos escondermos no bosque por de trás do bairro, acho que todos sabíamos que com uma festa com droga e bebida, buscas iriam ser feitas e se não nos escondessemos estávamos potencialmente fodidos por muito tempo. no entanto as gargalhadas pareciam sair da minha boca como a chuva nesta tarde. finalmente paramos atrás de uns arbustos, o mesmo com várias outras pessoas, sorrio enquanto levo a mão ao peito e regulo a minha respiração. passos são ouvidos e sorrio mais um pouco, uma rapariga vem de trás contra mim e contra Michael e quando ela se vira posso ver ariane a rir também, o meu riso ainda não tinha parado e juntamos nos numa gargalhada silenciosa.

"ariane" digo e ela assente.

"olá ashton" ela ri-se mais um pouco fazendo-me repetir o gesto. ela regula a respiração e senta-se descontraidamente no chão de caruma.

"vocês são os dois malucos! podíamos todos ir para a prisão, estão ai a rir como uns malucos!" Michael solta um suspiro quando sussurra.

ele olha para a ariane de cima a baixo, que agora trazia outra roupa, o seu cabelo estava esticado e trazia um vestido largo e branco que acredito ser feito de lã, com mangas largas e compridas, trazia também as mesmas botas e as meias castanhas saídas.

"é está a ariane?" ele aponta para ela quando me vê a sorrir descaradamente "malucos como são, estão perfeitos um para o outro" ele suspira.

no fun: ashton irwinNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ