Liam Adams cresceu em um lar conturbado, os pais estavam passando por um divórcio, e seu pai acabou se mudando com ele para uma cidade chamada Hawkins, que no qual estava passando por uma perda difícil, o desaparecimento de um garoto chamado: Willia...
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O céu estava nublado e chovia como nunca na vida, as nuvens escondiam a lua, e os postes de luz pareciam ironicamente não terem luz naquela noite, e o silêncio era a coisa mais insuportável naquele momento, era como se fosse uma cidade deserta, o ronco suave do morto era abafado pelo som forte da chuva batendo no carro até a mesmo a música era inaudível e consumida pelas gotas de água.
Liam olhava pela janela do carro, perdido em próprios pensamentos, não podia reclamar do divórcio de seus pais, mas não achou que teria que ir para outra cidade depois de tudo que acontece, Hawkins, nunca havia ouvido sequer uma palavra dessa cidade, contudo era um bom começo, em um lugar onde ninguém o conhecia e não o encheria de perguntas sobre de onde veio ou onde estava sua mãe, podia ser o lugar perfeito para um recomeço.
A chuva parecia que não iria parar tão cedo, o carro parou em frente a uma casa antiga, a tinta descascava, e estava uma escuridão dentro do lugar, quase parecia um cenário de filme de terror. Trevor saiu primeiro do carro, e foi até a porta da frente, se atrapalhando com as chaves antes de finalmente abrir e entrar na residência, acendendo uma das luzes que estranhamente ainda funcionavam, considerando a casa meia boca que iriam morar a partir daquele dia. Liam saiu do veículo depois de seu pai, sentindo a chuva molhar toda suas roupas, entrou correndo para dentro de casa já que era o lugar mais quente além do carro.
Mesmo com a situação precoce do exterior, pelo interior era bem arrumado com móveis cuidados com um pano branco em cima de tudo, não era um lugar enorme mas também não era só de um cômodo, tinha dois quartos, uma cozinha, uma sala de estar e tudo que uma casa de classe média podia ter.
— Liam, eu sei que esse lugar não é um dos melhores, mas é mais confortável do que a outra casa não é? — brincou Trevor soltando uma risada baixa, quase forçada, antes de suspirar.
Liam só assentiu, seguindo para um dos quartos, era aconchegante para dizer o mínimo, havia uma cama, guarda roupa, uma escrivaninha e um cheiro de madeira molhada. Não era um dos cheiros mais acolhedores, contudo não era algo que ele podia reclamar de qualquer forma, porém era um novo começo longe de sua mãe e de qualquer coisa que remetesse a aquela mulher.
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Will já havia caído no mínimo duas vezes enquanto corria do que quer que o seguisse, já havia olhado para trás tantas vezes que sentia seu pescoço doer, mas nada parecia o seguir porém a chuva também não ajudava e impossibilitava de ver qualquer outra coisa além das sombras escuras das árvores e suas folhas, sua bicicleta perdeu no caminho, e não voltaria atrás para pegar, só queria chegar em casa o mais rápido possível — pensava que lá pelo menos estaria seguro com seu irmão e mãe.
Assim que chegou a porta de casa, demorou ao abrir a porta devido o nervosismo crescente e o medo, conseguiu abrir a porta para se encarar sozinho na quietude se sua casa, sem ninguém, o vento batia fortemente nas janelas e nas folhas do lado de fora.
— Mãe!? Jonathan?! — gritou enquanto verificava os quartos em busca deles, estava apavorado, aquela coisa que havia visto não lhe parecia humano, embora no fundo de sua mente desejasse que fosse, porque embora pela falta de iluminação, aquela coisa era tudo, menos humana.
Will correu até a janela para ver se havia sido seguido, e aquela figura conseguia se distinta seu andar parecia monstruoso e que não parecia ter pressa para fazer qualquer coisa, ele correu até o telefone discando apressado o número de sua mãe ou de seu irmão, tentando buscar alguma forma de ajuda, estava em puro desespero, mas ao ligar não recebeu nada além de uma respiração abafada, até parecia estar ao seu lado naquele momento o que fazia tudo ser ainda mais pior do que já estava.
A tranca da porta foi aberta, sem precisar de esforço algum, quase como se aquela coisa tivesse ali, mesmo sem ser visto, Will correu para a porta dos fundos, indo até a casinha onde sua mãe guardava tranqueira e coisa que não usava mais, talvez por precaução ou segurança, lá havia uma escopeta, que provavelmente não era usada, apenas estava lá para se dizer que havia alguma coisa para se proteger, mesmo aos prantos ele tentou colocar as munições na arma tentando ser o mais rápido possível naquele segundo que sua vida parecia estar em uma corda bamba fina que a qualquer momento podia arrebentar.
E a única coisa que Will não queria, era morrer tendo tanto a viver, ainda queria jogar com seus amigos e terminar a escola para ao menos pensar na possibilidade que pode morrer a qualquer momento.
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Liam acordou naquela manhã com o sol batendo em seu rosto, afinal em seu quarto não havia cortina, o cheiro de café da manhã vinha da cozinha, e junto um rádio ligado com algum noticiário sendo finalizado, assim que saiu de seu quarto e foi para a cozinha encontrou seu pai de costas fazendo uma panqueca, na mesa já havia um prato com dois bancos e uma panqueca, o homem cantarolava alguma coisa baixo só para si mesmo, parecendo imerso em seus pensamentos.
Trevor colocou a comida em um prato e se sentou à mesa em frente ao filho, ficando em silêncio por longos minutos.
— Então… está nervoso para seu primeiro dia? — perguntou casualmente, encarando o prato.
— Um pouco sim. — admitiu Liam, dando um pequeno gole de seu café, olhando de relance para o pai. — O senhor não dormiu de novo? — perguntou.
— Não é nada. — Trevor sorriu levemente.
— Você sabe que tem que dormir, pai. O seu…
— Eu sei o que ele falou, filho, mas você sabe é difícil. — cortou Trevor antes que Liam pudesse terminar de falar.
Liam apenas assentiu, sabia que não ia ia como discutir com seu pai e também não tinha como obrigar ele a dormir seis horas seguidas sem acordar assustado ou num susto por algum pesadelo, e também não podia controlar o que seu pai sonharia ou deixaria de sonhar.