✯TOＧᕮTᕼᕮᖇ {imagines NUzi}✯

Neon Colapse🎸 '²

Uzi olhou para Nithe, que já afinava o baixo. Os dois trocaram um olhar rápido, como quem dizia “é agora”.

Julye bateu as baquetas duas vezes no ar.
— Bora nessa.

Valkiria puxou os primeiros riffs, sujos e arrastados. Uzi entrou logo em seguida, a guitarra dela ecoando um tom melancólico, cheio de delay. O estúdio inteiro se transformou num espaço escuro só pelo som.

Tessa respirou fundo e começou:
"I walk these streets with broken veins
Graffiti screams but forgets my name..."

A voz dela saiu rasgada, cheia de dor, e pela primeira vez ninguém riu nem interrompeu. Uzi entrou com backing suave, um sussurro melódico por trás da fúria de Tessa.

Nithe segurava o baixo com firmeza, olhos fechados, como se cada nota fosse uma batida do coração dele. Julye, no fundo, fazia a bateria soar como marretadas, secas, preenchendo cada silêncio.

Chegaram ao refrão e Tessa gritou com todas as forças:
"I try to fit, try to scream
This city is a shit and I'm the creep..."

Uzi atacou as cordas com fúria, cabelos caindo no rosto, os dedos quase sangrando de tanto apertar as cordas. O som explodiu pelo estúdio pequeno, reverberando nas paredes.

— ISSO! — Doll gritou do canto, levantando a lata de cerveja como se fosse um brinde. — Agora vocês soam vivos de verdade!

Eles seguiram até o breakdown, quando só baixo e guitarra ficaram. O silêncio entre as notas fez todos prenderem a respiração. Uzi dedilhava devagar, com eco, enquanto Nithe segurava uma linha grave que tremia o chão.

Tessa voltou, gritando como se cuspisse a própria alma:
"Do you hear me now?
Or am I just a sound?
Collapsing, collapsing
But brighter underground!"

Quando terminaram, o estúdio ficou em silêncio por alguns segundos. Todos estavam ofegantes, suados, como se tivessem acabado de sair de um ringue.

— Caralho… — Valkiria disse, limpando o rosto. — Isso soa como se fosse maior que a gente.

Julye girou a baqueta nos dedos e sorriu.
— É. Isso não é só uma música. É tipo um manifesto.

Uzi largou a guitarra no chão e caiu no sofá, rindo sem ar.
— A gente acabou de criar um hino pros fodidos.

Nithe se encostou na parede, olhando pra todos.
— Se o público sentir metade do que a gente sentiu agora… já era.

Tessa ainda segurava o microfone com força, os olhos marejados mas o sorriso estampado.
— É isso. “Neon Collapse” não é só nossa. É de quem nunca se sentiu em lugar nenhum.
Esse é o apelo que sempre quiseram ouvir.

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O camarim estava lotado de roupas jogadas, maquiagem borrada e cheirava a spray de cabelo barato misturado a suor. Todos estavam se preparando para a primeira vez que *Neon Collapse* seria mostrada ao público.

Valkiria passou delineador preto de forma descuidada, rindo.
— A gente parece um bando de vampiros fluorescentes.

— Era exatamente essa a ideia — Tessa rebateu, ajeitando a jaqueta de couro cheia de detalhes em neon verde que brilhava sob a luz negra do camarim.

Julye ajustava as luvas sem dedos, batendo as baquetas no joelho, nervosa.
— Esse público é pesado… se não curtir, vai vaiar sem dó.

— Melhor ainda. Vaiar também é reação. — Doll, encostada na porta, tragava o cigarro como se nada pudesse abalar.

Uzi surgiu de trás de um biombo improvisado, ajeitando a guitarra no ombro. O short preto rasgado mal cobria as coxas, a regata neon colada no corpo brilhava sob a luz. Correntes balançavam na cintura, botas pesadas marcavam cada passo.