Neon Colapse🎸 '²

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(ROCKSTAR AU)

O estúdio parecia ter vida própria, cada vez mais impregnado pelas longas horas de ensaio. Entre cabos embolados, latinhas de energético esquecidas e folhas com rascunhos de letras, a “nova fase” da Hunters começava a ganhar forma.
— Bora, bora, que hoje eu quero pancadaria sonora — disse Tessa, estalando os dedos antes de pegar o microfone.

Julye deu a contagem, a bateria explodiu, Valkiria entrou com riffs sujos, e Uzi puxou a guitarra com tanta força que quase encobriu a voz de Tessa.

— Uzi! — Tessa gritou entre uma estrofe e outra. — Não tenta me sabotar no grito, porra!

— Não é sabotagem, é adrenalina — Uzi rebateu, rindo sem parar enquanto soltava um solo improvisado.

Nithe entrou no baixo, pesado, mantendo a linha que amarrava tudo. O som era barulhento, mal acabado, mas todos ali sentiam a eletricidade pulsando.

No fim, Julye largou as baquetas no chão.
— Isso foi horrível… mas do tipo que eu amo.

Doll, sempre no canto, apagou o cigarro no chão.
— Horrível é só o primeiro estágio antes de virar viciante.

2° ensaio

Chegaram tarde, todos atrasados, menos Uzi e Nithe. Ela afinava a guitarra, ele dedilhava preguiçosamente.

— Eu não sei se é ensaio ou encontro, vocês dois sempre chegam cedo — brincou Valkiria, abrindo a mochila com um pacote de salgadinhos.

— Cala a boca e toca — Uzi respondeu sem graça, escondendo o sorriso atrás do cabelo colorido.

Quando finalmente começaram, Tessa puxou a voz mas desafinou feio no refrão.
— Caralho, parecia uma cabra gripada — Julye riu alto.

— Vai tomar no cu — Tessa jogou a garrafa de água na direção dela.

No meio da confusão, Nithe começou a tocar uma linha de baixo caricata, imitando trilha de circo. Uzi acompanhou na guitarra com acordes exagerados. Em segundos, a sala inteira estava rindo e improvisando uma música ridícula sobre “o palhaço que desafinou”.

— Isso nunca vai pras gravações — Tessa disse, tentando manter a seriedade, mas rindo junto.

3° ensaio

Era fim de tarde quando Uzi entrou sozinha no estúdio. Encontrou Nithe mexendo no amplificador.

— Tá tentando explodir o lugar ou só bancando o técnico? — ela provocou, largando a guitarra no sofá.

— Só tentando entender esse chiado. — Ele respondeu, ajeitando o cabo. — Quer testar comigo?

Ela pegou a guitarra e plugou. Nithe dedilhou uma linha grave, constante, e Uzi seguiu com acordes suaves, quase melódicos demais pro estilo deles. Era um som diferente, mais íntimo, e nenhum dos dois falou nada, apenas se perderam naquilo.

Quando Tessa entrou e os pegou no meio do improviso, levantou a sobrancelha.
— Uau. Vocês podiam ao menos esperar a banda inteira pra fazer mágica.

Uzi fingiu indiferença, mexendo nos pedais.
— Só tava passando o tempo.

Mas por dentro, sentia o coração acelerar cada vez que Nithe olhava em sua direção.

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O estúdio estava abafado, janelas fechadas e cheiro de suor misturado a cigarro. Na mesa, latinhas vazias e papéis rabiscados com versos riscados e reescritos.

— Beleza, agora é sério — disse Tessa, ajeitando o microfone. — Sem zoeira, sem improviso aleatório. A gente vai fazer “Neon Collapse” inteira, do começo ao fim.

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