⠀⠀⠀⠀𝙉em sempre eu odiei essa cidade, acho que foi só depois que eu descobri sua existência que eu passei a ter certa insegurança de estar por lá. Eu sai de Atlanta e tive que deixar os meus amigos para trás, toda a minha história e tudo que eu havia construído por lá... a ideia de estar começando praticamente do zero mais uma vez, não passava pela minha cabeça. Foi somente dentro daquele carro sob a estrada molhada pela chuva recente que eu pude refletir o quão assustador estava sendo isso para mim. Ao contrário da minha irmã, ⠀⠀⠀⠀Maya, que estava relaxada até demais com essa ideia.
Eu a entendo bem, também não ligaria de sair de uma cidade onde meus pais não estão ou que eu não me encaixava nos ambientes que eu estava. Talvez essa nova chance a conforte em saber que ali, seria outra vida comparado ao que tínhamos, e isso na verdade nem é tão bom quanto parece.
⠀⠀⠀⠀Meu carro já teria corrido tempo demais por essa estrada embaixo de nuvens cinzentas e tristes, e foi só quando chegamos em Woodsboro que o aviso de combustível começou a brilhar e piscar, indicando que necessitavamos de uma parada no posto de gasolina. ⠀⠀⠀⠀Felizmente, bem na entrada da cidade havia um, que eu parei deixando o carro estacionado bem na vaga livre ao lado da bomba de combustível. Desliguei o motor e destranquei as portas tentando fazer silêncio para que Maya não acordasse, pois ela ficava extremamente irritante quando acordávamos ela, ainda mais quando nem chegávamos no destino correto.
⠀⠀⠀⠀Mas apesar do meu esforço para mantê-la dormindo, pude ouvir um pequeno resmungo e percebi que ela virou o rosto em minha direção, olhando-me com aqueles seus olhos castanhos, da mesma maneira da qual sempre me olhou quando acordava.
⠀⠀⠀⠀- o que tá fazendo?
⠀⠀⠀⠀ela perguntou esticando seus pés da maneira certa dentro do carro, como antes estava encolhida no banco para melhor conforto.
⠀⠀⠀⠀- o carro precisa ser abastecido, só vai levar alguns minutos.
⠀⠀⠀⠀Respondi antes de empurrar a porta sem força e abrir, podendo colocar meu pé sobre o chão finalmente. Meus músculos doíam depois de acostumarem a estar por muito tempo parados na mesma posição. Pego o bico da bomba de combustível e vou até o outro lado do carro esticando a sua mangueira e abro a tampa do tanque na lateral do carro, encaixando o bico ali mesmo enquanto aperto e espero que ele seja enchido.
⠀⠀⠀⠀Dentro do carro, pude perceber Maya em seu telefone distraída novamente. Não era surpresa para mim, afinal, nesses últimos meses o maior passatempo dela foi estar no celular quase o tempo todo como se dependesse disso - e talvez já esteja nesse nível a sua necessidade de estar o tempo todo na frente de uma tela.
⠀⠀⠀⠀Eu pude perceber algo naquela cidade logo de inicio; o clima era seco, sem muita emoção, e o céu era muito cinza até demais. Comparado com outras cidades que na visitei ou morei, era parecia melancólica e sem graça. ⠀⠀⠀⠀Muitos diziam que eu podia me parece com aquela cidade, sem nem usar as exatas palavras, pois eu era quieta e isolada de acordo com o que diziam sobre mim em Atlanta.
⠀⠀⠀⠀Com o tanque cheio, tirei o bico da bomba de dentro da entrada do tanque na lateral do carro e fechei em seguida, depois levei enrolando a mangueira até a bomba de combustível novamente e a coloquei em seu devido lugar, só para depois disso eu finalmente ter o alívio de ter o carro totalmente abastecido e poderia prosseguir com a viagem. Andei até a lateral do carro onde Maya estava e a vi por alguns segundos através do vidro para reparar o que ela fazia, e não para minha surpresa ela estava novamente no celular ‐ ela teria feito isso, no mínimo o ano todo em momentos livres ou que ninguém reparasse nela por tanto tempo - parece que se tornou dependente disso, mas eu não a julgava, afinal, poderia ser eu mesma a causadora disso.
⠀⠀⠀⠀Dei exatos três toques na janela do carro ao lado dela, e a mesma olhou-me logo em seguida com um olhar cansado e com a feição que revela que a mesma teria realmente acabado de acordar, e talvez um refrigerante ou algo para comer não fosse tão mal naquele momento. Ela abriu a janela usando o botão da porta e perguntou o que eu queria, então logo respondi.
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Echo of The Scream
FanfictionSinopse Quando um grupo de adolescentes se muda para Woodsboro, ninguém imagina que a antiga casa de Sidney Prescott será o palco de novos horrores. Aos poucos, eles começam a desvendar os segredos sombrios que assombram a casa e a pequena cidade...
