END GAME

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POV Freddie

Ela me acertou o terceiro tapa antes que eu conseguisse reagir. 

 — Sam! — segurei seus pulsos, desviando de mais um golpe.  — Calma, caramba! 

 Ela parou, ofegante, o cabelo, antes preso em uma espécie de coque, caia sobre o rosto. A camiseta fina grudava na pele, e eu tive que forçar os olhos pra não parecer um completo idiota.

— Você é doente? — ela rosnou. — Ficou me espionando, é isso? 

 — Espionando? — ri, incrédulo. — Eu vim falar com você! 

 Ela piscou, confusa, mas ainda desconfiada. 

 — Conversar? Sobre o quê? 

 — Eu... — respirei fundo — Fui pra casa, mas fiquei pensando na nossa conversa de antes. Então eu voltei e subi de novo, porque precisava terminar o que comecei. Só não fazia ideia de que você ia sair... assim. 

O olhar dela ficou ainda mais indignado. 

 — Assim como? — cruzou os braços, desafiadora. 

 — Sem... — parei a frase no meio. — Esquece. 

Ela ergueu uma sobrancelha, o canto da boca ameaçando formar um sorriso. 

 — Continua, nerd. Tô curiosa. 

 — Sam, por favor. — passei a mão pelo cabelo, exasperado. — Toda vez que eu tento conversar, você transforma tudo em piada. 

 — Porque é engraçado te ver tentando ser sério — ela rebateu, ainda com um resquício de deboche na voz.

— Não, não é. — soltei o ar devagar. — Eu tô tentando ser sincero, e você fica tentando mudar de assunto.

Ela revirou os olhos, mas não respondeu. 

 — Sempre acha que é uma pegadinha, ou que eu ainda sou aquele idiota apaixonado pela Carly. — dei um passo à frente. — Mas eu não sou mais. Faz tempo. 

 Ela desviou o olhar, fugindo de mim. 

— Freddie, não é uma boa hora para termos essa conversa... 

— E quando vai ser a hora certa, Sam? — dei outro passo, com a voz mais firme. — Eu tô aqui. Me explicando. Aceitando que você voltou a me tratar mal, porque eu entendo que esse foi o combinado quando terminamos. Mas a verdade é que eu estou cansado de fingir que eu não me importo com as suas piadinhas, com o seu jeito...

Ela mordeu o lábio inferior, como se enfrentasse uma luta interna. 

— Você não entende. Você acha que eu faço o que faço porque não sinto mais nada. — ela afirmou, enfim. 

— Eu sei que você sente, porque eu te conheço — avancei mais um pouco, até poder sentir o cheiro doce vindo de seu cabelo. — Só que você tem tanto medo de demonstrar alguma coisa que me faz pagar o preço por isso. 

Ela me olhou cruamente. 

— Eu tentei, Sam. Primeiro, tentei esquecer o que tivemos. Tentei mesmo. Foi por isso que fiquei "afim" da Carly de novo — fiz aspas com as mãos —  Agora estou aqui tentando me explicar, ver se consigo ter você de volta, mas você não me dá abertura.

O silêncio caiu como uma bigorna, mas eu sabia que ela estava ouvindo. Ela suspirou.

— O que você quer que eu faça, Freddie? — a voz dela saiu quase num sussurro. 

— Quero que pare de fugir. Que pare de agir como se eu fosse o inimigo. Quero que pare com esse jogo de amor e ódio. Eu tô aqui, mesmo depois de tudo que aconteceu e de tudo o que você fez comigo, e você ainda me trata como se eu fosse o errado da história. 

Wrong Right WaysWhere stories live. Discover now