Cap. 24 - Perdão

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Bob Johnson, o nosso técnico, além dos meus colegas e eu mesmo, respondemos a várias perguntas. Desde estratégias técnicas a se estamos nervosos com o jogo de amanhã.

— Vince, você está jogando para o Dallas Cowboys há um ano agora. Como tem sido a sua experiência?

Olho para a jornalista que me fez a pergunta, não ouvi seu nome ou para qual jornal ou revista que ela trabalha. Fecho a garrafa de água da qual acabei de tomar um gole e cruzo os braços em cima da mesa.

— Tem sido muito gratificante. Todo o time me recebeu de braços abertos e com o tempo eles acabaram se tornando como uma segunda família para mim. Sou muito grato pela oportunidade de poder trabalhar fazendo o que eu amo, os Cowboys me deram mais do que uma segunda chance, eles me deram a oportunidade de ficar mais perto da minha mãe, de voltar para casa e recomeçar. Tenho feito o melhor que posso para mostrar o quão grato estou por isso.

— Não muito tempo atrás você estava passando por um tempo, digamos, conturbado. Você diria que está totalmente recuperado agora?

— Eu estou muito bem no lugar em que estou agora. Tive tempos difíceis é verdade, mas todos nós temos. Esse último ano tem sido maravilhoso, não só estou conseguindo recuperar o que eu havia perdido, como também estou ganhando coisas novas e pelas quais sou extremamente grato. Estou muito feliz em jogar com esses caras aqui... — Dou uma rápida olhada para os lados, para meus companheiros e amigos. — Consegui comprar uma boa casa para minha mãe e lhe dar a vida confortável que ela merece, tenho o apoio dos meus fãs de volta e tenho a chance de mostrar que sou bom naquilo que amo. É a vida dos sonhos de qualquer um.

— Se me lembro bem, uma certa vez você disse que seu sonho era o Giants...

— Os sonhos mudam, não é? — A interrompo antes que ela possa terminar. — Alguém mais? — Pergunto olhando para os outros jornalistas.

— Mary Stuart, do Daily Journal. — Outra mulher se levanta e se apresenta. — Vince, gostaria que você nos falasse um pouco sobre o seu recém inaugurado centro de esportes e o quão importante você acha que é o esporte na vida das crianças e dos jovens.

— Esse centro comunitário é motivo de grande orgulho para mim. Acho que o esporte, qualquer que seja, tem o poder de mudar vidas. Eu sei que mudou a minha. Ensina disciplina, dedicação e a trabalhar em grupo, mas também diversão, alegria, é uma válvula de escape dos problemas. Acho que o esporte é esperança, e é exatamente isso que eu quero oferecer para as crianças da minha cidade com esse centro esportivo.

Mais algumas perguntas para as outras pessoas na mesa se seguem até que falem comigo novamente.

— Greg Styles, do The Guardian. — Dessa vez é um homem que se levanta. — Como você se sente ao saber que irá jogar contra o Giants depois do desastre de quase dois anos atrás? — Ele pergunta olhando diretamente em meus olhos, quase como se estivesse me desafiando.

— Me sinto como se estivesse prestes a jogar com qualquer outro time. — Minto, é claro que estou nervoso, com um pouco de medo até, mas nem morto iria confessar algo assim.

— Isso não pode ser verdade, depois do fiasco que foi você abandonar o time no meio do jogo, você deve estar receoso, nem que seja pelo menos um pouco.

— Na verdade não. — Dou de ombros.

— Posso aproveitar a oportunidade para perguntar o que aconteceu naquele dia? — Ele pergunta e eu sinto meu corpo ficar tenso na hora. Nunca, eles nunca vão deixar isso para lá, mesmo agora, quase 20 meses depois. Eu ainda não gosto de falar sobre isso, toda essa conversa me lembra dela.

Paixão em Jogo         (Livro 5)Where stories live. Discover now