Cap. 18 - Um ombro amigo

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Fecho a porta atrás de mim e escorrego por ela até o chão. Meu coração está completamente quebrado em milhões de pedacinhos irreparáveis.

A sensação é de que eu entrei no meu pior pesadelo e não consigo acordar.

Foi tudo mentira!

Todos os beijos, todos os carinhos, todos os sorrisos...tudo uma mentira.

Encolho as pernas e as envolvo com meus braços, apoio a testa em meus joelhos e choro.

Meu peito dói. Sinto-me uma idiota, uma idiota que não conseguiu ver além do sorriso bonito e caiu direitinho na armadilha.

Eu o amo. Eu o odeio. Nunca mais quero vê-lo na minha vida.

Quero feri-lo, mas não posso. Quero esquece-lo, mas não consigo. Será que algum dia conseguirei?

Eu o amo de uma maneira quase insustentável, o que só me faz ter certeza que tira-lo de minha mente e do meu coração será quase impossível.

— Desgraçado! Eu te odeio, te odeio! — Meus dentes rangem com a força que eu os pressiono.

Estou com tanta raiva, tanto ódio. Levanto-me em um rompante de fúria que nunca tive antes e corro para meu quarto.

O Scooby de pelúcia que ele me deu aquele dia em Dallas repousa em minha cama. O pego em minhas mãos trêmulas e puxo com força, as costuras reclamam e sedem.

Continuo puxando e rasgando, o enchimento salta para fora.

— Maldito cachorro! — Grito e largo no chão o resto do que um dia foi um cachorro de pelúcia, do que um dia representou algo que na verdade nunca existiu.

Vou até o mural em cima da minha mesa e arranco todas as fotos dele, rasgando-as e jogando-as no chão.

Tudo. Absolutamente tudo o que ele me deu ou o que me lembra dele é destruído.

Puxo a colcha e os lençóis da cama para fora e os jogo longe. Foram nesses lençóis que ele conseguiu o que queria, que ele conseguiu ganhar a sua maldita aposta.

Procuro por uma tesoura na gaveta da minha cômoda e começo a retalhar o maldito lençol. Depois de terminar com ele é a vez dos travesseiros receberem um pouco da minha ira.

Na minha estúpida tentativa de aliviar a raiva, acabo cortando o dedo com a tesoura. Amaldiçoo e a jogo na parede.

Deito-me na cama, em um quarto todo destruído. Encolho-me, sentindo toda a minha insignificância, a minha pequeneza.

Trago minha mão machucada para perto do coração, que sangra assim como ela. Choro, deixando que a dor da realidade me consuma.

VINCE

As portas do elevador mal se abrem e eu já estou me projetando para fora. Furioso. Perigoso. Incontrolável.

Esmurro a porta até que ela se abre. Elliot não tem tempo de fazer nenhum dos seus típicos comentários sarcásticos, pois acerto seu rosto com um soco. Sua cabeça vai violentamente para trás, ele cambaleia, mas não cai.

— Que porra! — Ele tenta parar o sangramento no nariz, mas o sangue escorre por entre seus dedos, sujando sua camisa.

Minha mão está doendo, mas estou longe de ter terminado.

— Você merece muito mais, e é isso que você vai ter hoje, seu desgraçado. — Cuspo as palavras, com nojo desse verme que um dia eu considerei um amigo.

— Você está maluco, idiota?

— Você sabia que isso aconteceria, ou você achou que você me faria perder a mulher que eu amo e eu não faria nada? — Agarro-o pela camisa, sinto minhas têmporas pulsando com o ódio mortal que estou sentindo.

Paixão em Jogo         (Livro 5)Kde žijí příběhy. Začni objevovat