CAP 5

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Katherine:

---- Que droga,Dimitri! Sinceramente, eu pensei que você tivesse mudado! Mas eu me enganei. – Falei olhando nos olhos dele.

----- A Tamara é uma mentirosa, meu amor! Você vai acreditar nela, e acabar com esta fase tão maravilhoso que estamos tendo? – Tentou se explicar.

---- Eu não sei em quem acreditar! Não mesmo! – Bufei.

---- Acredita em mim, Kath! Eu te amo! E se tem alguma mulher no mundo, que eu quero que seja a mãe do meu filho este alguém é você! – Tentou me beijar, e eu virei o rosto.

---- Eu exijo o exame de DNA,Dimitri! E certamente, a Tamara também vai querer! – Fui firme no que disse.

--- DNA? Pra quê DNA? Não acredita na minha palavra? – Agora ele estava pálido.

---- Quem não deve, não teme,rapaz! – Que raiva! Ele estava tendo resistência ao exame!

----- Tá bom, eu faço! – Bufou.

----- O mais rápido possível, por favor! Ah,e não ouse em tentar falsificar esse exame! – Apontei o dedo para o rosto dela.

----- O que você pensa que eu sou, Katherine? – Pareceu irritado.

----- Eu não tenho mais adjetivos que possam te definir,Dimitri! Você destruiu tudo de bom, que nós estávamos começando á construir! – Uma lágrima sincera caiu de meus olhos.

---- Ok, mas vamos tentar esquecer esse assunto até que o exame seja realizado,e curtir um cineminha, com direito á muitos beijinhos? – Convidou, e eu olhei para ele com uma cara tipo , “what?”.

----- Um tsunami se instaurou no meio do nosso relacionamento, e você tem a cara de pau, de me chamar pro cinema? Dá licença, né? Enquanto eu não souber do resultado desse exame, você não toca em nenhum fio de cabelo meu, tá ouvindo? Nenhum! – O empurrei,e fui embora furiosa.

1 mês e meio depois...

Por quê sofrer tanto, por um cara que não vale a pena? Foi difícil esperar pelo resultado do tal exame, mas tive que esperar! E nessa espera, eu tive que me distanciar de Dimitri o máximo que pude!

Para mim, era muito dolorida a sensação de ter alimentado novas esperanças com ele, e novamente, ter quebrado a cara.

Estava marcada uma reunião no apartamento dele ás 16:00 horas para eu, Dimitri, e a tal Tamara, abrirmos o envelope do exame, e vermos o resultado que me tirou tantas noites de sono.

Ás 16:00 horas em ponto, eu estava no apartamento do meu “quase ex barbudão” com a maior cara de tacho, olhando para ele, e com uma vontade descomunal de arrancar o objeto sexual dele,e jogar para os porcos. Espera! Que porcos?! Não interessa!

Alguns minutos depois, Tamara chega com uma expressão abatida, e a sua magreza era visível. A barriga também estava visível, mas ela não parecia uma grávida saudável.

Ela entrou, nos sentamos os três no sofá, e eu tomei a iniciativa de abrir o envelope.
E a tensão claro, se instaurava por cada canto daquela sala.

---- Eu.. não..não.. acredito! Deu positivo! Você é o pai desse bebê que ela está esperando? – Não consegui me controlar, e as lágrimas insistiram em invadir o meu rosto de forma desordenada.

Tamara também chorava, e Dimitri ficou paralisado,com uma cara sem definição.

----- Ela falsificou esse exame, meu amor! Olha para ela! Ela é falsa! Admite que você falsificou esse exame, sua doente, admite! – Ele chacoalhava a moça a segurando pelos braços.

---- Deixa ela, Dimitri! Quanta falta de sensibilidade! Olha as condições dela! Pensa no teu filho! – Gritei.

----- Eu não tenho filho nenhum, com essa daí! Eu já falei! – Ele estava em estado de fúria.

----- Escuta aqui! Se deu positivo, você não pode simplesmente ignorar isso! E mesmo que não case com ela, você vai ter que dar tudo que essa criança precisar! Tudo! Essa criança não tem culpa da sua irresponsabilidade! – Falei, e agora Dimitri chorava.

----- Eu odeio essa criança! – Deu um empurrão em Tamara, ela caiu no chão, e quando levantou-se, deu um tapa sonoro no rosto dele.

Vendo que aquilo poderia tomar outro rumo, eu a levei até em casa no meu carro, e depois voltei para dar um fim na minha história com o Dimitri.

----- Não faz assim, Katherine! – Ela soluçava de tanto chorar.

----- Acabou! Não insista! Você me traiu pela segunda vez, e eu não admito! Ah, e eu quero a demissão da empresa! Não quero mais te ver na minha frente! E não me persiga! Ou, vou ter que chamar a polícia! – Eu estava sentindo um mix de sentimentos.

---- Não, Kathe! É tudo mentira dela! Eu te imploro,não me deixa! – Ele começou á beijar os meus pés.

----- Siga a sua vida, que eu seguirei a minha. Passar bem! – Fui embora com a certeza, de que ao menos eu tentei, mas não que era pra ser!




Katherine:

---- Dimitri, não insista! Eu não vou mudar de opinião! – Aquele joguinho de gato e rato já estava me enchendo o saco.

----- Você não pode desistir de nós assim! E o pior, vai pedir demissão da empresa? De quê você vai viver? – Ele parecia está em choque.

----- Eu sou uma boa arquiteta, e conseguir um novo emprego, não vai ser impossível. Ah, e não se preocupe! Minha amiga jamais me deixaria passar fome! Agora, me deixa em paz! – Aquilo estava me tirando do sério.

------ Por favor, Kath! Não seja imatura! A Tamara está mentindo o tempo todo.

----- Escuta aqui, Dimitri! O que eu preciso fazer para você me deixar em paz? Ver se me erra! Eu não te quero mais! É tão difícil assim, entender isso? – Gritei.

----- Eu não aceito! Isso não vai ficar assim! Não vai! – Saí, e deixei ele falando sozinho.

Passei no rh da empresa, peguei os meus direitos, e fui para a clínica do vistoso Dr. Adrian Marcelo. Quando cheguei lá, não havia ninguém, então eu pude entrar sem ter que marcar um horário,ou enfrentar uma fila enorme.

----- Atrapalho? – Perguntei.

----- Katherine! Claro que não, entre! – Ele sorriu misterioso como sempre.

----- Acabou! Decidi cortar o mau pela raíz de uma só vez! – Bufei, me deitando no divã.

----- Como assim? – Ele perguntou.

----- O Dimitri destruiu tudo novamente, e desta vez eu não mudo mais de opinião! Acredita, que ele engravidou a vadia da secretária dele? – Respirei fundo.

----- Hum, e como se sente? Vai ficar sofrendo pelos cantos? – Perguntou, sempre de cabeça baixa e fazendo anotações,com uma prancheta em mãos.

----- Eu sinto uma sensação de dever cumprido sabe? Aquela sensação de que ao menos eu tentei. – Fui sincera.

----- E o quê mais? – Desta vez ele me encarou enigmático.

----- Eu quero seguir a minha vida, sem ficar sofrendo,e tentar aproveitar todo o tempo que perdi investindo em um cafajeste sem ficha. – Eu estava me sentindo uma idiota.

----- Pensar desta forma, te ajudará bastante! Você vai poder seguir um novo rumo facilmente,e isso é muito bom! Não é mesmo?! – Sorriu.

----- Claro! Eu sinto uma sensação de liberdade, sabe? Acho que preciso viajar, respirar um ar puro! Ainda mais agora, que pedi demissão da empresa , para cortar qualquer tipo de aproximação do Dimitri. – Relaxei.

----- Você fez bem. Parabéns! Você está tendo atitude de uma mulher de fibra! – Deu-me um aperto de mão.

----- Não só fibra! Mais proteínas, carboidratos, minerais, e tudo de comestível que existir no mundo! – Dei um sorriso travesso.

----- Eu não falei nesse sentido, mas.. – Gargalhou.

----- Ooh! Arranquei um sorriso desse rosto sério, e imponente! – Puxei as bochechas dele sem nem perceber a besteira que estava fazendo.

Ele ficou tímido, e levantou-se sem graça indo em direção á janela da clínica.

---- Desculpas, não quis te constranger. – Corei de imediato.

----- É que eu não tive tão próximo de uma mulher.. – Ele estava suando.

----- Pára o mundo,que eu quero descer! Você é virgem? Meu Deus! – Caí no sofá boquiaberta.

----- Não, não é isso! – Tentou se explicar.

---- Você é gay? Que desperdício, Senhor! – Enlouqueci com a idéia.

---- Espera! – Ele me segurou pelos ombros, e eu pude sentir a força que aqueles braços torneados tinham.

----- Xiii.. – Fez lentamente, conseguindo me deixar em silêncio.

----- Eu não sou gay, nem virgem..- Falou baixinho.

----- E o que você é então? – Aquele cheiro másculo, estava me deixando embriagada.

----- Eu sou,sou, sou o seu analista, e só! Não posso falar da minha vida pessoal com os meus pacientes! O que eu sou, não te diz respeito! – Ele pareceu nervoso.

----- Nossa, tudo bem então. Vou indo! Obrigada pela atenção. – Fiquei tão sem graça, que fui embora igual á um cachorrinho, com o meu rabinho entre as pernas.

Adrian Marcelo:

Burro, burro, burro! Por quê descontar a minha frustração na Katherine? Em algum momento, todos os meus pacientes irão ficar sabendo que eu causei a morte da minha esposa e do meu filho,mesmo que de forma acidental.

Já fazia algum tempo que eu não havia a visto mais, e quando ela volta para dizer que o relacionamento não deu certo, mas que ela está bem, eu estrago tudo?! Mas,com razão! Aquela garota é um pouco louca, e falar do meu passado, me afeta de maneira muito intensa.

Após fechar a clínica ás 18:00 horas, fui pra casa tomar o meu rotineiro conhaque, fumar um pouco, e tirar um cochilo.

Acordei angustiado, e me perguntando até quando eu vou viver desse jeito me culpando, me martirizando, e me sentindo o pior homem desse mundo.

Recebi uma ligação de um amigo me chamando para ir para uma balada, e eu aceitei,pelo simples fato de querer me divertir um pouco,ao menos uma vez na vida.

Assim que cheguei na boate com o Felipe, vi Katherine toda solta,dançando com a Malu,e bebendo vários drinks.

---- Uau! Que ruivinha linda, hein? E pelo visto, você também achou não é? – Felipe perguntou rindo,vendo a minha cara de bobo olhando para Katherine.

Sentei-me á uma mesa com ele, ficamos bebendo um pouco, conversando, até que Felipe sai da mesa de finhinho, e quando percebo.. Ele está falando coisas no ouvido da Malu, e os dois estão quase se beijando.

Faço de conta que nada está acontecendo, e fico curtindo o ambiente, mas sem tirar o olho daquela ruiva espoletada.

Aquelas pequenas sardas espalhadas pelo seu rosto, e aqueles olhos angelicais,demonstravam inocência, aquela pele branca me passava uma sensibilidade única, e aqueles cabelos tão vermelhos quanto o fogo me remetiam á sensualidade, á intensidade.

Fiquei a observando de longe sem ter coragem de chegar, e dar um “oi”. Até, que percebo que três caras se aproximam dela, e um passou a mão por baixo da saia dela,a fazendo ficar indignada e indo em cima dos homens, que tentam á qualquer custo, tirar algum proveito de seu corpo perfeitamente desenhado.

Uma ira paranormal invadiu o meu ser, o meu sangue ferveu, e eu me levantei da mesa irado, e bati naqueles caras o mais que eu pude.

Quando Felipe viu a movimentação diferente,também foi me ajudar, e o tumulto na boate foi geral!
Katherine estava assustada e chorando muito, então a polícia foi chamada, fomos todos para a delegacia, ela prestou queixa, e depois a levei no meu apartamento, para que ela pudesse se acalmar.





Katherine:

Meu Deus! Eu estou sonhando, ou ficando definitivamente louca? Eu estava no apartamento do meu analista,e assim que entramos, eu escorreguei em um brinquedo de criança, e a minha “abundância” foi ao chão, me fazendo gargalhar.

Eu estava bêbada, fui assediada, armei o maior barraco, fui defendida pelo meu analista sem barba, e ainda fui parar na delegacia chorando,e depois, simplesmente estou na casa do Adrian, com a maior cara de Amélia.

---- Quer uma água? – Perguntou sem acender muitas luzes do apartamento.

----- Tudo que eu quero,é esquecer o dia, e a noite de hoje. Vou pra casa! Não sei o que estou fazendo aqui. – Tentei ir embora, mas ele me impediu.

----- Melhor não! A sua amiga foi pra casa do Felipe, e é melhor que você fique por aqui mesmo. Está tarde, e está frio.. – Ele falou.

---- Tudo bem. – Me sentei no sofá envergonhada.

----- Quer alguma coisa? – Perguntou.

---- Não, obrigada. – Respondi me deitando naquele sofá que parecia mais, uma cama.

E depois daquele momento, só lembro que Adrian pôs uma coberta quentinha sobre mim, e eu dormi como um anjinho.

No dia Seguinte..

O sol invadia toda a sala dando aquela iluminação natural maravilhosa, e eu acordei desnorteada.

--- Acho que jogaram pimenta em meus olhos, só pode! – Falei me espreguiçando, e levantei – me totalmente relaxada.

Eu estava apaixonada por aquele sofá! Como pude dormir tão bem em um sofá? Não interessava, fui á procura de um banheiro,e quando abri a primeira porta daquele apartamento imenso..

Me deparei com um quarto de criança. De menino, especificamente. Lindo, decorado em azul, amarelo, e com brinquedos espalhados por toda parte. Na parede, um banner com a foto de um menhinhinho lindo.

Fechei a porta baqueada, e quando abri a segunda porta, me deparei com um quarto de casal, e com um banner que tomava uma parede inteira com a foto de Adrian, e uma mulher muito bonita por sinal! Cabelos longos negros, pele branca, e com olhos cor de mel. E os dois usavam aliança!

---- Safado! Ele é casado, e me trouxe aqui? Que imbecil! – Resmungo, e encontro o banheiro no final do corredor.

Lá dentro, fiz um bochecho com enxaguante bucal, dei uma arrumada no cabelo, removi a maquiagem,tomei um banho,e troquei de roupas, já que quando vou para a balada, sempre levo uma roupa reserva,em caso de imprevistos.

Quando saí do banheiro, continuei á explorar a casa, e encontrei uma mini biblioteca ali. Muitos livros sobre comportamento,psicologia, psicanálise, psiquiatria,e um gênero em especial que me chamou muita atenção: Espiritismo! Quando peguei um dos livros com o tema: A linguagem dos espíritos, Adrian entrou de uma vez,me fazendo cair para trás com a mão no peito, com tamanho susto.

----- O que quer aqui? Por quê está mexendo nas minhas coisas? Eu não te dei permissão! – Me puxou pelo braço, me fazendo sair dali.

---- Que grosso, eu não estava mexendo em nada! – Reclamei.

---- Estava sim, e eu não te dei permissão para ficar rondando a minha casa! – Ele estava bravo.

----- Sua mulher sabe que você me trouxe pra cá? – O encarei, e ele ficou paralisado.

----- Responde, Adrian! Ela sabe? – Insisti, e ele me pôs para fora da casa dele sem nada dizer.

Mas que loucura,é essa? Por quê ele foi tão grosso dessa maneira comigo?
Fui pra casa em frangalhos, e me isolei durante todo o restante do dia.

Por quê tantos mistérios? Ele só podia ser mais um cafajeste! É óbvio! Ele engana aquela pobre moça, e fica dando uma de cara sério, e blá blá blá.

Adrian Marcelo:

Merda! Mas que idéia de jerico trazer Katherine para o meu apartamento! Ela acabou vendo tudo, e me deixando nervoso ao me perguntar coisas sobre a Irma.

Esse assunto me desestabiliza por inteiro, e eu não consigo sequer, dizer o nome do meu filho. Eu não sei por quê, mas toda vez que eu pronunciava o nome dele, a minha dor, e a culpa que eu sentia,só aumentavam.

Eu não me sinto preparado para contar isso para ninguém! Na verdade, eu não consigo! É como se eu revivesse todo aquele pesadelo novamente.

O Analista Perfeito (DEGUSTAÇÃO)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin