Luke termina o seu prato com esparguete e levanta-se, colocando-o na banca da loiça. Volta para o meu lado e, inesperadamente, pega em mim, levando-me para a sala de estar. Cuidadosamente, deita-me no sofá e ocupa um lugar ao meu lado, mantendo-se bem próximo de mim.

- Espera! - exclama, levantando-se rapidamente. - Precisamos de mais uma coisa.

Desaparece da divisão por uns minutos e, enquanto está ausente, dou o meu melhor para não adormecer. Consigo perceber que pouca é a vontade de Luke para dormir e também sei que não gosta de falar sozinho, por isso acho que posso fazer um pequeno esforço para ficar acordada com ele. Amanhã é domingo e ninguém me pode impedir de dormir o dia todo (só o Luke, neste caso).

Ouço os passo de Luke e reparo que este carrega o edredão da minha cama nos seus braços. Tenho de admitir que trazer o edredão ao invés de um cobertor normal é uma ideia bastante inteligente.

Deita-se novamente ao meu lado e cobre-nos com o edredão. Os seus braços rodeiam o meu corpo e consigo sentir os seus lábios contra o meu pescoço.

- Porque é que não podíamos simplesmente ir para a cama, Luke? - questiono, procurando a sua mão.

- Assim tenho a certeza que posso ficar perto de ti. - faz uma breve pausa e encolhe-se contra mim. - Ficar perto das tuas maminhas.

Reviro os olhos à sua resposta e sinto a sua respiração quente contra o meu pescoço. Remexo-me no sofá, deitando-me de forma a conseguir olhar diretamente para Luke. Coloca uma das suas pernas sobre as minhas e puxa-me para si. Estar mais próxima dele é algo que julgo ser impossível.

- Estás com sono? - pergunta-me e encolho os ombros como resposta. Estou com sono, mas não me importo de ficar acordada caso Luke queira conversar. - Achas que posso falar contigo? Só um pouco, não precisas de responder... Apenas ouvir.

Aceno afirmativamente e Luke aconchega-se no meu peito. A sua mão pousa na minha perna e traça pequenas formas com a ponta dos dedos, provocando-me ligeiros arrepios.

- A nossa relação não começou da melhor maneira e tomou um caminho ainda pior, mas agora estamos aqui e eu não podia estar mais feliz por ter alguém para me fazer companhia às quatro da manhã. - solta uma pequena gargalhada. - E não me sinto culpado... Achas que eu sou uma má pessoa por isso? Eu tenho medo do que é que as pessoas possam pensar disto, sabes?

Passo a minha mão pelos seus cabelos e deixo um beijo no topo da sua cabeça. Nem parece a pessoa que falou no outro dia, parecia muito mais confiante do que agora.

- Tu não és uma má pessoa, Luke... - murmuro e sinto-o suspirar. - Podes ter errado, mas ficar feliz não faz de ti uma má pessoa.

- Eu só quero que tudo fique bem... - sussurra e aperta-me nos seus braços.

- E vai ficar tudo bem, Luke. - tento assegurar e Luke parece sossegar um pouco, permanecendo em silêncio por um curto período de tempo.

Sinto os meus olhos a ficarem cada vez mais pesados e Luke remexe-se no seu lugar, ficando literalmente em cima de mim.

- Os meus pés estão fora do sofá. - fala baixinho, despertando-me.

- Tens a certeza que não queres voltar para a cama? - pergunto e Luke abana a cabeça negativamente.

- Eu quero ficar aqui. - choraminga e deixa um beijo no meu maxilar. - Tenho estado com uma dor de dentes insuportável e não sei porquê, acho que vou ter de passar pelo consultório.

- Eu posso marcar uma consulta para ti para vermos o que se passa. - digo entre gargalhadas devido à repentina mudança de assunto.

- Ficaria bastante agradecido. - os seus cabelos provocam-me cócegas no pescoço. - Estás com sono?

Neighbours || Luke HemmingsWhere stories live. Discover now