read the patterns [único]

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— Então você tá dizendo que não temos um relacionamento parecido com o de namorados, entendi bem?

— Sim, quer dizer, nós fazemos algumas coisas que eles fazem, mas é a diferença entre uma linha pontilhada e uma linha sólida, sabe? — explicou Changbin. — Eu gosto do que temos, não precisa ir tão fundo.

Olívia o encarou, tentando não rir.

— Então você não vai ficar chateado se a gente não puder se ver por um tempo?

— Qual seria o motivo?

— Não sei, talvez eu esteja muito ocupada ou esgotada pra sair e transar.

— Já passamos um tempo juntos sem sexo antes, então me dê outro motivo.

— Tá aí, isso é comportamento de namorados — ela apontou. — Já que não somos amigos pra evitar uma intimidade mais profunda, por que deveríamos passar tempo juntos fazendo outras coisas além de sexo?

Changbin cerrou os olhos, desconfiado.

— Você tá tentando terminar comigo, é isso?

Finalmente, Olívia gargalhou.

— Não! Só acho engraçado que você me dê todas essas frases de efeito idiotas enquanto faz exatamente o oposto — esclareceu, aproximando-se da cama, onde ele ainda estava deitado. — Vou te dar um tempo pra ler os padrões, mas se você se recusar a aceitar, vou ter que mudar nossa dinâmica pro tipo de relacionamento que você realmente quer.

Quando Changbin tentou puxá-la de volta para a cama, ela foi mais rápida, pegando sua bolsa sobre a escrivaninha.

— Não posso me atrasar hoje, Bin — avisou. — Você pode dormir mais, mas não se esquece de lavar a louça e arrumar a cama antes de sair.

— Por que tá me dizendo o que fazer? Eu já esqueci alguma vez?

— Não, não esqueceu, exatamente. Esse é o padrão número um. — Olívia deu uma piscadela e saiu do quarto.

Changbin choramingou o nome dela novamente, fazendo-a segurar um sorriso. Ela apertou o botão do elevador com os pensamentos divagando sobre o "não-namoro" com o homem espalhado em seus lençóis. Estava bem ciente das experiências ruins dele com o namoro anterior, e foi isso que lhe deu paciência para lidar com os discursos de distanciamento dele. O fato é que Changbin era o amigo colorido mais pegajoso que já existiu — o sexo era incrível, é claro, mas o que fez ela ficar foi o comportamento atencioso dele, sua dedicação em fazer ela se sentir o melhor possível na cama, em priorizar seu prazer, em fazer ela querer voltar.

Como eles moravam um pouco longe um do outro, ambos concordaram em passar a noite e só ir embora pela manhã por motivos de segurança. Changbin tinha sido responsável pela ideia, na verdade, na primeira noite juntos.

— Não acredito que seja seguro você ir para casa agora, então durma aqui — disse ele, com a cabeça enterrada na curva do pescoço dela, deixando beijos lentos e preguiçosos em sua pele.

— Ah, você tá inventando uma desculpa pra ficar de conchinha comigo? — perguntou de olhos fechados, aproveitando demais os cuidados pós-sexo.

— Quer dizer, não vou ser rude e mandar você ir embora. Estou pensando na sua segurança, se você está segura de conchinha comigo, o que posso fazer?

Olívia deu um leve tapa na coxa dele, que estava sobre sua cintura.

— Sim, tudo bem. Cozinhar pra mim tá incluído no pacote? Porque estou ficando com fome.

Changbin levantou a cabeça, como se uma lâmpada de desenho animado tivesse surgido no ar.

— Posso cozinhar de manhã, mas minha lanchonete favorita fica aberta até tarde — anunciou ele. — Seu feedback pode afetar seus próximos orgasmos da noite.

read the patterns - seo changbinWhere stories live. Discover now