Seulgi nunca achou que se apaixonar doeria tanto.
Não era o tipo de dor que machuca, que corta, que sangra. Era outra coisa. Um ardor manso, constante, que se espalhava devagar pelo corpo cada vez que ela se lembrava de Jaeyi. Cada vez que a via sorrir de longe. Cada vez que os dedos delas se encontravam por acaso no corredor. Cada vez que se despediam com um beijo roubado e promessas silenciosas nos olhos.
Estar apaixonada por Jaeyi era como ter um raio preso no peito... brilhando, inquieto, vivo.
E aquilo a consumia de um jeito tão doce, tão feroz, que Seulgi não sabia mais quem era antes de sentir isso.
Era quarta-feira. As provas finais se aproximavam, e Jaeyi, como sempre, já estava com tudo planejado. Ela convidou Seulgi para estudar em sua casa. A desculpa era perfeita. O momento também.
Mas ambas sabiam que não era só sobre estudar.
Quando Seulgi chegou, o céu já estava tingido de laranja. Jaeyi abriu a porta com um sorriso suave, vestindo uma blusa larga de algodão e um short curto demais para ser casual. Ou talvez fosse; Jaeyi tinha o dom de parecer natural até mesmo quando queria provocar.
“Você veio,” disse, dando um passo para o lado e deixando Seulgi entrar.
“Você pediu,” respondeu ela, tentando parecer calma, mesmo com o coração batendo em um ritmo idiota.
“Quer água? Suco? Talvez um beijo?”
Fez expressão de pensativa, como se fosse algo sério e não uma gracinha.
Seulgi riu.
“Acho que vou querer o terceiro.”
Jaeyi não precisou de convite duas vezes.
O beijo veio calmo, firme, com a urgência disfarçada de carinho. A mão de Jaeyi subiu devagar pela cintura de Seulgi até alcançar sua nuca. Seulgi suspirou contra os lábios dela, sentindo o corpo se encostar, colar, pedir mais.
Mas antes que se perdessem ali mesmo, Jaeyi se afastou com um sorrisinho provocante.
“Vamos estudar primeiro,” disse, já puxando a mochila da mão dela.
Seulgi só conseguiu rir. Aquilo era uma tortura gostosa. E ela não sabia mais se queria resistir.
No quarto de Jaeyi, os livros estavam abertos sobre a cama. Elas sentaram lado a lado, os ombros encostando com naturalidade. Durante meia hora, tentaram fingir que estavam realmente concentradas. Mas os olhos de Jaeyi sempre voltavam para a boca de Seulgi. E os dedos de Seulgi insistiam em brincar com a barra do próprio casaco, como se quisessem segurar o desejo que crescia.
“Você não tá conseguindo se concentrar, né?” Jaeyi perguntou, encostando o queixo no ombro da outra.
“Você também não,” respondeu Seulgi, olhando diretamente pra ela.
Jaeyi riu, deitando de costas na cama. O cabelo espalhou-se como um véu sobre o travesseiro.
“Talvez eu só quisesse uma desculpa pra te ver de novo.”
Seulgi virou o corpo, apoiando um dos cotovelos no colchão. Olhava Jaeyi como quem olha o céu pela primeira vez. Era tanta beleza, tanta delicadeza naquele rosto... e ainda assim, uma força estranha e magnética puxava Seulgi para mais perto.
“Você me olha como se eu fosse preciosa,” sussurrou Jaeyi.
“Você é.”
Jaeyi estendeu a mão e puxou Seulgi devagar, trazendo-a para cima de si. Os corpos se alinharam como peças de um quebra-cabeça, quentes, impacientes. As respirações ficaram mais curtas, os olhos escuros de Seulgi brilhando como brasas.
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E se eu contar? - Jaeyi e Seulgi
FanfictionSHORT FIC Onde Jaeyi secretamente gosta de Seulgi e decide contar pra ela, mesmo ela sendo apenas a bolsista excluída e zoada da escola. Conteúdo +18
