1 | Novidade

4.3K 265 11
                                    

- Tasha! Tasha! - Não sei quem está a chamar-me, mas essa pessoa não deve ter amor a sua própria vida, só pode.

Ponho a almofada em cima da minha cabeça para abafar os gritos. Do outro lado da cama, sinto alguma coisa a descer o colchão e a mandar -se para cima de mim.

- Mana, a mãe está a chamar-te - Enzo, o meu irmão mais novo tira-me a almofada da cabeça - Ela diz que é urgente.

- Claro que é urgente, o meu sono também é urgente - Tiro a almofada da mão dele e tento voltar a dormir.

- O pai também chamou-te.

- O quê? O pai chamou-me? - Saio da cama o mais rápido possível e corro para a casa de banho deixando a porta aberta - Eles disseram o que queria?

- Não, só disseram que era importante - Eu assenti com a cabeça e fechei a porta da casa de banho.

Depois de ter tomado banho o mais rápido possível, lavado os dentes, tentado pentear o cabelo e vestido desci as escadas.

Quando cheguei à sala, os meus pais já estavam lá. Eles estavam os dois a conversar perto da janela, viram-se por causa da minha barulhenta entrada. A minha mãe tinha o maior sorriso espetado na cara que já vi vindo dela. O meu pai olhou-me de relanço, mas voltou o seu olhar para a janela, não esperava melhor dele.

- O que eu fiz? - Mesmo com esta felicidade toda, continuo a olhar para eles, desconfiada.

- Nada, amor - A minha mãe vem na minha direcção e abraça-me. Pronto, eu estou totalmente lixada, só pelo gesto carinho. Na minha casa, nós nunca demostramos afecto, nunca. Só quando alguém morrer ou porque algum de nós quer alguma coisa, bem isto não é propriamente carinho, é mais teatro. Eu afasto a minha mãe que olha-me chocada. O meu pai continua a ver pela janela mostrando-se indiferente a minha presença.

- Então deixa-me mudar a pergunta, o que vocês fizeram? - Perguntei com o tom um pouco mais elevado. Olho para a minha mãe que se faz de desentendida e o meu pai, o meu pai deve achar que esta sozinho na sala. Revoltada com eles, gritei-lhes - Respondam!

- Maya, sai - O meu pai disse com um tom cortante, ainda a olhar pela janela. O quer que esteja naquela janela deve ser muito interessante.

- Mas... - O meu pai só virou-se, olhou-lhe e a minha mãe já não se encontrava na sala.

- Natasha, senta-te - Ele apontou para os sofás individuais e uma mesa que estava perto da janela e da secção dos whiskeys. Eu sentei-me, pois desobedecer ao meu pai é como um crime - Eu decidi fazer uma aliança com o Norte por razões que nunca irás entender - eu bufei - e para selar o acordo, eu decidi unir os territórios pelo matrimónio.

O meu pai acha que as mulheres só servem para satisfaze-los e para ter filhos, com o passar dos dias ele torna-se cada vez mais ridículo. Mas o mais ridículo não é ele pensar isso, porque eu já estou habituada, o ridículo é que só quem não tem um cérebro é que não percebe do quê nós vivemos, das alianças e das tréguas. Durante décadas, o submundo do país em que eu vivo foi divido em três partes: Norte, Centro e Sul. Cada pertence a uma respectiva família, o Norte da Família Fontana; o Centro da Família Ravani - A minha família; e o Sul da Família Bonavigo.

- Parabéns, pai. Mas o que eu tenho a ver com isso? Como disseste eu sou muito ignorante para perceber alguma coisa do que tu fazes. - Pôs logo a mão na boca quando acabei de falar. Acho que passei das marcas desta vez.

- Não sejas insolente, Natacha. - Se os olhos dele pudessem matar eu já estava morta há muito tempo.

- Desculpe, pai.

- Como eu estava a dizer, o casamento é entre ti e o filho do Fontana.

- O quê? - Eu gritei

__________________________________________

Espero que tenham gostado :b

Obrigado pelos votos e cometários no prólogo.

Votem e comentem o que acharam pff :)

Beijos :b

Herdeira [H.S] & [J.B]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora