Depois da sobremesa todos ajudamos a minha mãe a arrumar a cozinha e fomos passar um tempo no quintal, conversando mais um pouco e apenas aproveitando o momento juntos. Harry pegou um dos seus blocos de desenho e ficou distraído em sua arte enquanto eu e meu pai achamos uma velha bola de futebol minha que estava perdida na garagem e ficamos jogando um pouco, apesar de ele reclamar toda hora que estava velho demais para se exercitar tanto.

Era só mais um simples momento em família, mas era perfeito!

-Posso ver o que você tanto desenha aí, querido? – minha mãe perguntou ao Harry, ele estava tão distraído que até se assustou com a aproximação dela, mas logo sorriu e assentiu.

Observei enquanto ela se sentava ao lado dele e vi quando um sorriso surgiu no rosto dela.

-Você é tão talentoso. – ela suspirou e até o meu pai parou para observá-los.

-Acho que os meus desenhos são sempre melhores quando estou desenhando o Lou. – Harry riu e me olhou.

Fiquei curioso e cheguei perto deles, imediatamente ele me puxou e acabei sentando em seu colo. Seu bloco de desenhos agora estava nas mãos da minha mãe e me inclinei para ver o que ele estava fazendo antes de ser interrompido por ela. Era um desenho meu, eu estava parado com a bola de futebol debaixo de um dos pés, minha cabeça meio inclinada pra trás enquanto eu ria, o desenho não tinha sido finalizado ainda, mas era incrível, como tudo o que ele fazia.

-Ele sempre me retrata muito mais bonito do que eu realmente sou. – murmurei passando os dedos pelos traços do desenho.

-Não diga besteiras, Louis! – minha mãe ralhou comigo. –Você é lindo e o Harry retrata isso muito bem na arte dele.

-O Lou vive dizendo que eu sou modesto, mas ele é que nunca gosta de admitir o quão lindo é. – Harry disse. –Ele é a minha maior inspiração, acho que vocês verão isso na minha exposição.

-Estamos ansiosos pra isso. – meu pai entrou na conversa e a partir daí voltamos a deixar o Harry sem graça enquanto olhávamos seu bloco de desenhos e meus pais o enchiam de elogios, pelo menos naquele bloco não tinha nenhum dos desenhos "proibidos" que ele vivia fazendo de mim.

No fim da tarde o meu pai precisou sair para resolver umas coisas no centro da cidade e a minha mãe disse que precisava organizar algo dentro de casa, então Harry e eu ficamos sozinhos ali no quintal. Eu permaneci no seu colo e nos beijamos mais do que conversamos, nós só interrompemos as incríveis sessões de beijos quando o celular dele tocou.

-É o Brian. – ele me contou olhando o visor do aparelho antes de atender a chamada.

Me ajeitei mais confortavelmente no colo dele e tentei não prestar muita atenção na conversa, mas fiquei curioso quando ele disse algo sobre um jantar lá em nossa casa.

-Não será nenhum incômodo, Brian. – Harry estava dizendo. –Louis e eu vamos adorar recebê-lo lá em casa, assim você também já conhece o meu modesto atelier lá e dá uma olhada no que andei pintando nos últimos dias.

Ele ficou em silêncio enquanto ouvia a resposta do Brian e depois gargalhou.

-Claro, assim que voltarmos para Londres eu te ligo e marcamos o dia. – depois disse eles falaram mais algumas coisas e se despediram.

-Então teremos um jantar com o Brian lá em casa? – perguntei casualmente, eu nunca ia admitir que sentisse uma pontada de ciúmes desse Brian, acho que não necessariamente dele, mas do tempo que ele vinha passando com o Harry, até porque eu me sentia meio egoísta sentindo isso, já que o Brian só estava ajudando o Harry a realizar um sonho.

You Always Saved My HeartWhere stories live. Discover now