Carpem Die

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Ela sabia exatamente o que fazer, bastava dar 15 passos e dizer uma simples palavra, mas estava totalmente congelada de medo e vergonha. Tentando ter atitudes normais, mesmo sabendo que isso é impossível quando se é uma garota de 15 anos e esta tão próxima ao garoto que gosta.

Suas melhor amigas estas ao seu lado, lhe dando cutucadas violentas para encorajá-la a ir de uma vez por todas. Ela olha novamente, e ele continua a ler um livro qualquer. Ela chega a ter ciúmes do livro, que está tão próximo dele. Tolice! Resolve fazer uma tentativa.

Seus passos saem sofridos, a distancia parece maior do que realmente é, no meio do caminho ela olha para trás, buscando apoio doas amigas, que empurram o ar, como se tivessem empurrando ela. Quando enfim se aproxima diz:

- Oi, tudo bem? – O som sai tão baixo que poderia facilmente ser confundido com o barulho do vento. Ele não ouve. Ela olha pra trás, as amigas encorajam a tentar novamente, ela repete mais alto – Oi, tudo bem?

Ele levanta os olhos e responde:

- Oi, tudo certo e você?

Ela se desmancha por dentro, tenta procurar no cérebro algo pra dizer, quase grita:

- Sim, bom livro?

- Não sei...

- Não esta lendo?

- Na verdade não, estava fingindo ler para tomar coragem...

-De ler?

- Não, de falar com você...

Agora é o seu cérebro que congela. O que falar! Será que é ele? Será que pode ser tão perfeito assim? E se não for?... Pensando bem quem se importa? Carpem Die, meu bem!

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