Capítulo sete

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Às 19 horas, Pedro e eu já estávamos dentro do carro, indo para o restaurante. Gabriel tinha saído de casa há poucas horas e nos encontraríamos no lugar combinado. Infelizmente, papai teve que trabalhar e não pode ir junto. Eu realmente gostaria de tê-lo por perto.

- O Gabriel é muito legal – Pedro comenta. – Ele disse que vai me levar para jogar futebol na semana que vem.

- Ei, eu também te levo para jogar futebol, às vezes.

- Eu sei, mas você joga muito mal – explica. – E ele disse que posso levar todos os amigos que couberem no carro.

Eu dou uma risada.

- Que bom que vocês estão se dando bem – digo.

Ele balança a cabeça, fazendo que sim.

- E vocês dois também, né? – pergunta, com um tom de esperança na voz.

- É, acho que sim. Mas não o conheço direito ainda.

- Ele falou que você é muito bonita – diz.

Eu arregalo os olhos e o observo pelo retrovisor.

- Ele disse isso?

- Sim.

- O que mais ele falou?

- Que você faz uma lasanha muito boa.

- Hum, o que mais?

- Que você é a menina mais bonita que ele já viu.

Eu franzo o cenho.

- Ele não disse isso – falo.

- Disse, sim.

- Por que ele te diria isso?

- Porque eu perguntei, ué – diz, tranquilamente.

Eu sinto meu rosto corar.

- Você perguntou para ele se ele me achava bonita?

- Claro.

- Por quê?

- Porque se ele te acha bonita vocês dois podem ser namorados.

Eu sorrio.

- Eu já tenho um namorado, Pedro. Você sabe disso.

Escuto-o suspirar.

- Eu sei, mas ele não é tão legal quanto o Gabriel. E vocês dois nunca se veem.

- É porque ele mora em outra cidade – explico.

- Mas o Gabriel é muito mais legal que o Bernardo.

- Eu não acho.

Pedro fica em silêncio pelo resto do caminho, parecendo pensativo. Quando estamos quase chegando, ele pergunta:

- Mas você acha o Gabriel bonito?

- Eu não vou te dizer. Você vai contar a ele, assim como me contou o que ele disse.

- Eu não vou. Só quero saber.

Eu o encaro pelo retrovisor.

- Sim, acho ele muito bonito.

- E você acha ele engraçado?

- É, ele é um pouco engraçado.

- O Bernardo também é engraçado?

Eu paro para pensar.

- O Bernardo é diferente, Pedro – digo quando chegamos ao restaurante. – Agora, vamos parar com essa conversa, certo?

Ele assente.

Depois que você chegouOnde as histórias ganham vida. Descobre agora