3 - Uma xícara de açúcar?

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Angeli levou a xícara ate a boca e soprou levemente o liquido contido ali, antes de beberica-lo. Fez uma careta, estava sem açúcar. Pousou a xícara na mesa de centro e se levantou do sofá. Caminhou ate a cozinha a fim de pegar açúcar. Instantaneamente sentiu falta do namorado, Harry morria de ciúmes da cozinha, que ele mesmo decorara quando Angeli resolveu reformar a antiga casa da mãe usando o dinheiro deixado pelo pai que nunca conheceu muito bem, ele vivia trabalhando.

E era por causa desse dinheiro que a ruiva tinha tanto tempo livre, gastos com viagens e noitadas. Fora numa dessas viagens, a França, se a memoria não falha, que Angeli conhecera Julie, que acabou virando sua melhor amiga.

A ruiva se esticou nas pontas dos pés para alcançar o armario da cozinha e xingava-se mentalmente, não devia ter deixado Harry decorar o aposento, tudo ficava alto demais! Sua mão bateu num vidro, ela puxou-o e viu que era um pote cheio de biscoitos feitos por Harry, ele sempre trazia alguns da padaria. Padaria essa que montara com algumas economias que tinha guardado. Ele não queria depender da namorada. Em parte Angeli achava esse ato muito digno, mas quando ficava só em casa, odiava.

Voltou a tatear cegamente o armario e encontrou outro pote, pegou e viu que era o de açúcar. Estava vazio.

Que maravilha!

Ela pousou o pote sobre a bancada da pia e se recostou na mesma, resmungando por Harry só voltar mais tarde com as compras. Ate lá, como terminaria seu chá com biscoitos junto com Ninguém, Qualquer um e Todo mundo, seus amigos imaginarios?

Os olhos da ruiva bateram na caminhonete preta parada em frente a casa do vizinho, aproximou-se da janela e pôde ver um vulto entrar na casa carregando algo parecido com uma caixa.

Viva! O vizinho devia ter açúcar.

Rapidamente ela se armou do pote de açúcar e saiu pela porta dos fundos, que dava na lateral da casa do vizinho. Caminhou rapidamente pela grama, o vento levantando levemente seu vestido bege e bagunçando ainda mais os cachos ruivos. Subiu os degraus de madeira escura da varanda, percebendo que estava descalça, e espreitou pela porta que estava escancarada.

Onde estava a pessoa que ela acabara de ver?

-Posso ajudar?- perguntou uma bela voz masculina atras dela.

Angeli se virou rapidamente, encontrando um par de olhos castanhos esverdeados, quase mel, acompanhados de um rosto anguloso com barba por fazer, nariz retinho e lábios cheios que se abriam em um sorriso sexy, graças a língua que a pessoa insistia em prender entre os dentes brancos e certinhos. Uma mexa de cabelos escuro caia-lhe sobre a testa.

Angeli estava chocada com tamanha beleza, pra ser sincera, eu tambem. A ruiva quase esquecera o proprio nome, quase.

-Hum, sim, eu vim aqui pedir... açúcar?- a resposta acabou parecendo uma pergunta e Angeli teve vontade de se bater mentalmente.

O rapaz sorriu, achando graça no embaraço da moça.

-Quer saber se eu tenho açúcar?- ele refez a pergunta por ela.

-Sim.

-Tenho.- ele falou, sorrindo para a ruiva antes passar por ela e entrar pela porta escancarada, deixando um rastro de perfume masculino e cigarro para trás.

Angeli, meio zonza, segui-o ate um pequeno comodo, parcamente iluminado, a cozinha.

O rapaz mexeu num dos armarios e retirou um pote de açúcar de lá, sorrindo, voltou ate onde Angeli esperava, recostada no batente da porta.

-Obrigado.- ela falou pegando o pote.

-Por nada.- ele fez questão de tocar a mão dela quando entregou o pote.- Me chamo Zayn.

-Angeline.- ela respondeu sem conseguir desviar o olhar do dele.

-Angeline.- ele repetiu, sua voz acariciando o nome dela.- É um belo nome, para uma bela garota.

Cantada barata.- pensou Angeli já percebendo que o rapaz era um mulherengo.

-Bom, Zayn, eu te devolvo o pote depois.-ela fala, incomodada pelo olhar malicioso dele sobre ela.

-Não tenha muita pressa.- ele sorri e se aproxima dela.- irei embora amanhã a noite, pode vir me entregar antes que eu vá.

Tradução: venha a noite para uma rapidinha de despedida.

-Obrigado.- ela mumurou de novo e se fastou dele, saindo rapidamente da casa. As pernas ainda estavam meio bambas.

Ela correu pra casa, entrou pela porta dos fundos e foi em direção a sala, deixando o pote de açúcar na cozinha.

Ouviu barulhos no andar de cima e correu para o quarto, encontrando Harry, que terminava de despir a camisa pra tomar um banho.

-Harry!- ela chamou abraçando-o.

-Oi, amor.- ele sorriu e apertou-a nos braços.

Ela se acalmou um pouco, sentindo o cheiro gostoso e conhecido dele.

-Vai tomar banho?- ela perguntou levantando o rosto para olha-lo. Ele sorriu.

-Quer me acompanhar?

Em resposta ela tirou o vestido pela cabeça, expondo que usava apenas uma calcinha branca minuscula.

Harry puxou-a contra seu corpo e levou-a para o banheiro.

Versículo 15Where stories live. Discover now