Just to prove to each other that we'd do what we said

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"Espera aí, vou pegar um chiclete. Quer alguma coisa?" Ela perguntou, já olhando os estandes com curiosidade.

"Não, tô de boa. Mas se você achar um chocolate, talvez eu aceite" respondi, rindo.

Rosa voltou poucos minutos depois, com uma barrinha de chocolate e um pacote de chicletes. "Tá aqui, pra você." Entregou o chocolate. "Olha o que eu achei" Ela tirou dois chaveiros da sacola. De primeira, não consegui identificar o que eram, mas quando ela os colocou na palma da mão, vi que eram números. 7 e 2. Nossos números. 

"Que gracinha, Rosa" Sorri. Peguei os objetos da mão dela e os observei atentamente. Ambos eram de metal, pintados na cor azul. 

"O 7 é seu, e o 2 é meu" Ela disse. "É pra gente sempre lembrar uma da outra." Suas bochechas coraram. 

"Linda" Sorri e deixei um beijo em sua bochecha e um selinho rápido em seus lábios, aproveitando que não havia ninguém por perto. "Você sabe ser fofa, né?" Ri. 

Rosa deu uma risada tímida e colocou o chaveiro número 2 na alça de sua mochila. "Às vezes eu acerto, né?" Disse, com aquele sorriso despreocupado que sempre me fazia derreter. Fiz o mesmo com o número 7, pendurando-o na minha bolsa, e segurei sua mão por um instante.

Continuamos andando até o portão, conversando sobre os últimos dias e o que esperávamos das próximas semanas. Era sempre fácil falar com Rosa, mesmo que o nervosismo pelo que nos esperava tentasse ocupar espaço na minha mente.

Quando chegamos ao portão, havia algumas pessoas sentadas, mas o movimento ainda era tranquilo. Escolhemos dois assentos próximos à janela, de onde podíamos ver os aviões estacionados e os funcionários correndo de um lado para o outro no pátio. O silêncio momentâneo entre nós foi preenchido pelo som ambiente do aeroporto.

Não demorou muito para chamarem para o embarque. Rosa e eu nos levantamos, pegamos nossas coisas e seguimos para a fila. Durante o curto trajeto até o avião, ela manteve um tom descontraído, me fazendo rir das observações dela sobre os passageiros e as comissárias.

Entramos no avião e logo encontramos nossos assentos. Era um alívio perceber que estávamos lado a lado. Melhor ainda foi observar que ninguém ocupou o terceiro assento ao nosso lado. Rosa sorriu ao perceber que tinha ficado com o assento da janela, algo que ela adorava. O avião começou a encher rapidamente, e a movimentação nos corredores trouxe um certo caos ao ambiente.

Quando finalmente todos estavam a bordo, os comissários começaram as orientações de segurança. Rosa me deu uma cotovelada leve. "Você já decorou essa parte, né? Aposto que consegue recitar de olhos fechados." 

"Provavelmente" respondi, segurando o riso. "Mas não custa prestar atenção de novo, vai que muda alguma coisa." Ela revirou os olhos de brincadeira, mas manteve o sorriso.

Na hora em que o avião decolou, Rosa ficou em silêncio, completamente fascinada pela vista. O sol iluminava as nuvens de forma quase surreal, e eu podia ver o reflexo de seu sorriso na janela. Fiquei a observando por um instante, admirando a simplicidade com que ela se encantava com o mundo.

"Tá bonito, né?" perguntei baixinho.

"Tá lindo" ela respondeu, sem tirar os olhos da janela. Depois se virou para mim, os olhos brilhando. "Queria que você visse daqui. É tipo... especial."

"Eu já tô vendo algo especial" respondi, sem pensar muito. Rosa me olhou por um segundo, surpresa, e depois sorriu, corando levemente.

"Para, Caroline. Você me deixa sem graça" disse, rindo baixinho, antes de voltar a olhar pela janela.

O voo transcorria de forma tranquila. Conversamos sobre planos para os próximos treinos, sobre lugares que gostaríamos de visitar um dia e até sobre filmes que tínhamos assistido recentemente. Em determinado momento, Rosa encostou a cabeça no meu ombro "Vou dormir um pouco, pode ser?" perguntou, a voz já ficando baixa.

The Only ExceptionWhere stories live. Discover now