XIV- Coroa de Sangue.

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-Gostou da surpresa, meu amor? -indaguei sem me mover, apenas desejando que aquele abraço continuasse por um bom tempo.

-Eu amei! - disse com a voz chorosa, me apertando ainda mais.

Aquele momento, a cidade, ela. Tudo estava perfeito. Estava perfeito porque eu tinha a mulher dos meus sonhos nos meus braços. Ela se afastou aos pouquinhos enquanto limpava as lágrimas de suas bochechas finas. A cada dia que passava, eu notava como seu rosto se afinava mais, em como as linhas douradas duplicaram e ficavam mais aparentes em sua pele pálida. Mas mesmo assim, minha Lizie continua linda. Ela é a mulher mais linda do mundo, olhá-la nos olhos é como encarar dois universos se colidindo em milhões de pedaços, seus destroços atingindo meu coração.

Os sentimentos extremos de Sangue superam a razão e a calmaria de conhecimento.

Rajadas finas de luz passaram pelo céu atrás de Elize, proporcionando a memória mais divina que poderia guardar em toda a minha vida. Ela olhou para trás, tendo a mesma visão das estrelas cadentes que eu.

-Estrelas cadentes! Faça um pedido! -ela disse animada, quase aos pulos.

Me coloquei de joelhos atrás dela, peguei a caixa com ambos os anéis e abri estendendo-os para ela.

-Quer namorar comigo? -pedi.

A morena se virou para mim vagarosamente até finalmente me encontrar de joelhos, pedindo por sua mão em meio àquele cenário que parecia ter sido tirado de um livro de romance adolescente.
Elize parecia em choque olhando para mim, sua boca aberta em um "O" perfeito.

-Elizabeth Marques Rios, minha princesa. Anos se passaram desde a primeira vez que te vi, anos se passaram comigo te protegendo pelas sombras e anos se passaram até o dia em que te sequestrei. O que não foi muito legal, mas não vem ao caso agora. -ri de forma nervosa e a vi esboçar um sorriso. -Esse último mês em que passei ao seu lado, te conhecendo, me apaixonando, ficando intensamente fascinado por você. Foram os melhores momentos da minha vida, e acabei chegando à conclusão que quero ter esses momentos para sempre ao seu lado. Acordar com você lendo poesias em uma língua estrangeira, te ouvindo cantar a sua música favorita, falando sobre os seus livros, estando ao meu lado durante as caçadas sem me julgar, se importando comigo e com o que eu sinto. Você foi a única mulher que, em uma vida inteira, me fez sentir o amor da forma mais intensa e mais azul ultravioleta que nunca imaginei sentir. Eu te amo Elizabeth!

Elize se ajoelhou na minha frente e me abraçou novamente enquanto chorava, naquele instante meu coração amoleceu.

-Eu aceito.

Aquelas duas palavras foram o suficiente para que eu a abraçasse ainda mais forte. Éramos nós duas, estrelas e satélites orbitando a nossa volta e nos parabenizando pelo momento. Eu sou dela e ela é minha.

Isso nunca vai mudar.

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A Coroa de Sangue, ou Coroa de Espinhos, é um dos artefatos mais estimados pela alta sociedade do mundo moderno. O problema deles é não entender a imensidão do poder que a Coroa trás as mãos de pessoas como nós. Por isso, ao invés de simplesmente nos endividarmos para consegui-la, vamos roubá-la.

Uma coroa feita de galhos com espinhos semelhantes a uma roseira, banhada do sangue de um Cristo católico, pode transformar qualquer dano mental em dano de Sangue, mesmo que com isso a pessoa não consiga recuperar sua sanidade. Ou seja, qualquer um do grupo que colocar as mãos nela vai ter um poder de proporções inimagináveis.

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No majestoso Museu Capitolino, em Roma, um evento grandioso ganhava vida. As luzes refletiam no mármore polido, onde colecionadores, magnatas e entusiastas de arte se reuniam para um leilão singular. Artefatos romanos de inestimável valor enchiam o salão principal, mas um item em particular dominava o centro das atenções: a Coroa de Sangue.
O leilão começou com entusiasmo. As primeiras peças, estátuas e moedas antigas, passaram de mãos rapidamente enquanto o leiloeiro, um homem de voz poderosa, comandava a atenção do público.

Disfarçados em pontos estratégicos, cada um cumpria a sua função de acordo com o plano. Louis estava na van do lado de fora do prédio passando informações através de escutas que pareciam fones de ouvido. Ao olhar um ponto elevado do salão pude ver Elize, ela estava com os cabelos presos em um coque, usando um terno branco com gravata azul claro, Em seu pescoço um colar com um pequeno frasco de sangue com uma câmera escondida na tampa. Em seu dedo, um anel de compromisso que me fazia sorrir de orelha a orelha. Aquela mulher maravilhosa é oficialmente minha namorada.

Enquanto Louis manipulava seu laptop conectado aos sistemas de segurança, andei pelo salão vagarosamente com meu vestido vinho, observando do meu ponto de vista o que acontecia por de trás das cortinas, obviamente com um champanhe na mão, apenas me preparando pelo que viria.

-Pedro, distração no salão. Cuide do segurança próximo as saídas de emergência. -diz Louis pela escuta.

No nível inferior, Pedro, um italiano mestre dos disfarces, se mistura no meio dos convidados. Com seu terno preto destacando a sua peruca loira foi até a direção dos seguranças na saída distraindo-os com conversas fiadas sobre a decadência da sociedade ocidental, enquanto Melissa, com uma prancheta em mãos, simulava ser uma assistente do leioeiro, ganhando acesso direto ao backstage.

Posicionado no corredor de serviço estava Aguiar que trabalhava em uma porta trancada, o mesmo estava bem equipado, fora mandado por Jeniffer com uma maleta cheia de luvas finas e ferramentas precisas, abrindo caminho para Jennifer, responsável por transportar a Coroa de Sangue para fora do museu.

Quando o leiloeiro finalmente anunciou a Coroa, um silêncio ensurdecedor caiu sob os magnatas. A relíquia estava protegida por uma vitrine blindada, cercada por sensores de movimento e vigiada por seguranças armados, Louis deu o sinal, e o plano entrou em sua fase mais delicada.

Melissa foi para dentro das cortinas e em instantes usou suas habilidades de energia para acionar uma sobrecarga elétrica no sistema do museu, causando uma breve queda de luz. Foi um momento cronometrado com precisão. Aguiar abriu a última porta e Jennifer deslizou pelo caminho até a vitrine enquanto eu me posicionava para carregar a relíquia. Pedro se aproximou de um dos seguranças mais atentos, derrubando acidentalmente uma bandeja de vinho para desviar a atenção.

Quando as luzes voltaram, a vitrine parecia intocada. O leilão prosseguiu, mas a Coroa de Sangue havia desaparecido. Enquanto o leiloeiro e os seguranças tentavam compreender o que havia acontecido, estávamos dentro da van indo para longe do museu o mais rápido possível.

-Gente, acho que temos companhia! -gritou Elize após descer pelo teto solar da van.

-Como assim?! -gritou Louis do banco do carona enquanto Aguiar dirigia sem tirar o pé do acelerador.

-Eles estão vindo. - ela anunciou se sentando ao meu lado, começando a se equipar, deixando todos confusos.

-Eles quem Elize?! -indaguei desesperado, minha ansiedade a mil.

-A Ordem. Eles estão aqui!

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Notas da autora: OIII MEUS AMORES, espero que tenham gostado do penúltimo capitulo. Sim, esse é o início do fim, mas nem por isso eu vou deixar de fazer uma ou duas historinhas extras pra vocês!

Espero que entendam que a minha demora não é só pela escrita, mas também pq tenho tido algumas complicações na minha saúde e a autora de vocês tem que se cuidar!

Espero que tenham gostado, um beijo e até o próximo capítulo 💕 ✨

Fragile. Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang