XIV- Coroa de Sangue.

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Notas da autora: Bom meus amores, passando aqui no início só para deixar a playlist com todas as músicas que apareceram na fanfic e com músicas com a vibe dos capítulos e personagens. Espero que gostem (Vocês vão precisar dela no último capítulo)

https://open.spotify.com/playlist/3xUK94RCCJNyeDeyhHqsm6?si=zDSDM0eUThy6FUbOr5EOwg&pi=qALoHeW9QNimp

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Estávamos muito perto das estrelas
Eu nunca conheci alguém como você, alguém
Caindo com a mesma força
Prefiro perder alguém do que usar alguém

-Reflections, The Neighbourhood.

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Jae-Yoon

Poucas são as lembranças que tenho da minha infância, porém uma é persistente, me enchendo de saudades toda vez que passa pela minha cabeça.

Eu estava sentada no sofá da sala enorme de minha casa na Coreia do Sul, minha mãe dançava no meio da sala enquanto a música na televisão tocava, eu a admirava rodopiar e cantar as músicas tradicionais de sua época.

-Essa foi do meu casamento com o seu pai! - ela disse, enquanto dançava na minha direção, seus braços estendidos como se me chamasse para ela.

A minha cabeça de criança não entendia tudo daquele mundo em que ela vivia, aquele mundo colorido e cheio de amor do qual ela falava. Algo dentro de mim anulava essa noção de sentimentos.

-A senhora ama o papai, mamãe? -perguntei. Ela parou, me pegou em seu colo e depois rodopiou comigo em seus braços.

-Eu o amo. -respondeu. Mas eu ainda tinha as minhas dúvidas.

-Mas como é sentir o amor?

-Ah, minha doce Jae-Yoon. O amor é intenso, porém pacifico. O amor é a linha tênue entre a calmaria dos riachos e a ressaca dos mares. O amor te faz se sentir azul ultravioleta, te faz sentir seguro, estável, como se as frequências invisíveis da paixão tomassem cada célula do seu corpo. Eu peço ao universo que um dia alguém te faça sentir assim, e que você faça o mesmo com esse alguém.

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Dois dias na Itália e eu já estava me acostumando com algumas coisas, com algumas palavras do idioma, com pratos típicos e, obviamente, acordar com Elize ao meu lado.
Toda vez que acordava vendo a morena ao meu lado, meu coração se enchia de algo indescritível, como se minha mente entrasse em pane ao ver seu rosto ainda adormecido e com os cabelos ondulados completamente bagunçados.

Me levantei da cama tomando cuidado para que Elize não acordasse e deixei um bilhete para ela grudado em seu óculos de armação quadrada para leitura, já que a mesma tinha o hábito de ler livros de poesia antes do café da manhã. Sai do quarto já arrumado, com uma camisa de algodão preta de gola alta e mangas longas, por cima um casaco longo bege e uma calça larga preta. Peguei meu celular e sai no corredor já dando de cara com Melissa.

-Vamos? - perguntei, a de cabelos brancos concordou com a cabeça e começamos a andar lado a lado.

-A nossa sorte é que aqui passa táxi direto. - disse animada quase aos pulos.

Melissa estaria nessa missão muito importante comigo, ela usa um casaco como o meu, só que na cor preta, e estava fechado fazendo com que a única coisa visível fosse o seu cachecol vermelho vivo. Vermelho esse que me lembrava que deveria me alimentar mais vezes, só que eu tinha muita pena de ficar machucando Elize.

Fragile. Where stories live. Discover now