-Você é péssima, Melissa.
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Na noite do dia seguinte. Sai do hotel junto de Elize, a mesma estava usando um pijama de moletom com um dos meus grandes casacos por cima, já eu usava uma camisa branca, calça preta e um casaco vermelho parecido com o que eu usava nas caçadas.
Vendei a mesma com um pano preto e a levei até a van que alugamos, entrei junto com ela e comecei a dirigir pelas ruas de Roma.
-Eu ainda quero saber onde estamos indo. -ela disse com um sorrisinho.
-Vai saber assim que chegarmos, Lizie. -respondi.
-Pode pelo menos ligar o rádio?
-Posso. - desvie de outro buraco na estrada antes de finalmente ligar o rádio enquanto saíamos do centro da cidade.
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Antes que o momento acabe
Hino da festa número um
O olhar de amor, o fluxo de sangue
O "Ela está comigo" é o encolher de ombros gaulês
-No. 1 Party Anthem, Artic Monkeys.
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Segui pelo caminho sinuoso indicado pelo GPS, subindo por uma trilha íngreme que cortava a montanha. O som suave do rádio preenchia o carro, tocando a playlist romântica que eu havia escolhido com cuidado. Como um presente inesperado do destino, "No. 1 Party Anthem" dos Arctic Monkeys começou a tocar, uma das bandas favoritas de Elize.
Eu já estava acostumado com sua empolgação toda vez que ouvia essa música. Ela cantava com paixão, mesmo que sua pronúncia em inglês deixasse muito a desejar. Muito mesmo. Tanto que a minha teoria de que ela cabulava as aulas de inglês no fundamental parecem se comprovar a cada dia. Mas era impossível não sorrir ao vê-la tão entregue, sua voz doce e não tão afinada tornando a experiência estranhamente encantadora.
Chegando ao destino, estacionei de ré em uma das inúmeras vagas desertas. A escuridão do estacionamento contrastava com as luzes tênues da cidade ao fundo. Soltei o cinto, virei-me para Elize e disse que ajustaria apenas um detalhe antes de permitir que ela abrisse os olhos. Com cuidado, finalizei os preparativos.
Quando tudo estava pronto, guiei-a para fora do carro, suas mãos firmes nas minhas enquanto a noite nos envolvia. Retirei a venda de seus olhos e a conduzi até a parte traseira da van. A porta da mala estava aberta, revelando um cenário que parecia saído de um sonho: a vista majestosa da cidade de Roma se estendia diante de nós, suas luzes douradas brilhando como pequenos vagalumes.
A noite começava a cair, e o céu se enchia de estrelas, as constelações nitidamente visíveis graças à ausência de luzes artificiais ao nosso redor. A mala estava transformada em um pequeno refúgio: o chão forrado com cobertores macios, uma cesta recheada de queijos e vinhos cuidadosamente posicionada ao lado.
Elize parecia hipnotizada, os olhos brilhando com a mistura de surpresa e admiração. Ela ficou imóvel por um momento, absorvendo a beleza da paisagem e o esforço por trás daquela surpresa. A melodia suave da música no rádio ainda tocava ao fundo, elevando o clima a algo quase mágico.
Ao observá-la, com o sorriso mais genuíno estampado em seu rosto, senti que cada pequeno detalhe daquela noite havia valido a pena. Era como se o universo tivesse conspirado para criar aquele momento perfeito.
Quando estava prestes a quebrar o silêncio, fui surpreendida por um abraço da menor. Correspondi ao gesto com um dos braços envolvendo sua cintura enquanto o outro se elevava, pondo a mão em seus cabelos ondulados e o afagando, sentindo aquele cheiro delicioso de pêssego que ela exalava.
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Fragile.
FanfictionA figura encapuzada vira o rosto na minha direção, a iluminação fraca apenas me permite ver um sorriso satisfeito envolto de lábios pintados de vermelho vivo por debaixo daquele X que cobria parte de sua face. Ela leva o indicador até os lábios faze...
XIV- Coroa de Sangue.
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