04: Dia dos namorados.

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14 de fevereiro de 2024.

Faltavam quatorze dias para o meu aniversário de 13 anos. Eu já estava lidando com espinhas, crescimento do corpo, enfim, puberdade.

Toya não tava muito diferente de mim: a única diferença era que ele tava enorme, quase passando de um metro e sessenta e oito.

Eu e ele tínhamos estabelecido uma rotina mais intensa e treinamento, pois iríamos nos candidatar ao curso de heróis da U.A. em menos de dois anos.

Hoje era o dia dos namorados.

Claro, a escola — ensino fundamental — resolveu fazer um evento em que alunos poderiam mandar correio elegante e presentes uns para os outros, tanto anonimamente quanto com seu nome. Na verdade, a escola sempre fez isso.

Eu e Toya chegamos juntos e fomos para a ala dos armários.

Quando ele abriu o dele para pegar os cadernos, foi recebido por centenas de cartas e presentes diferentes.

Não era uma surpresa, todo ano isso acontecia.

Afinal, ele é filho do Endeavor. As garotas só gostam dele por isso.

Ele fez uma carranca e eu ri baixinho, abrindo meu próprio armário — claro, também tinham várias cartas e presentes. Eu tinha o status parecido com o do Toya: o lance de filha de herói e blá blá blá.

Ele olhou para as cartas que eu ganhei e percebi os olhos dele escurecendo.

Ele lançou uma pequena faísca e tudo pegou fogo.

Minha alma gelou e eu imediatamente dei dois passos para trás. Ele nunca tinha feito isso.

- T-Toya?! Que isso, cara? - perguntei, abismada, olhando para ele.

A expressão sombria dele virou um sorrisinho e ele fechou tanto o armário meu quanto o dele. Passou o braço ao redor da minha cintura e saiu andando, me levando com ele.

Ok, aquilo foi estranho. Muito estranho.

Depois disso, o dia seguiu normalmente. Tivemos as aulas e fomos embora.

- Te vejo no Pico Sekoto, horário de sempre, Yue. - ele se despediu de mim na saída, com um beijo na bochecha, e pegou o rumo dele.

Eu assenti e sai pelos portões da escola, ficando ali para esperar o Keith.

Depois de uns cinco minutos, ele apareceu, e fomos embora.

18:30

Eu saí da casa, usando meu cachecol, gorro, fones para frio e casaco.

Afinal, temporada de neve. Hoje tinham previsões para -1°C.

Subi algumas ruas e esquinas, atravessei fachadas, e cheguei entre as árvores. Segui a trilha e cheguei no ponto onde eu e o Toya sempre treinavamos.

Eu tava sentindo um cheiro doce. E para minha surpresa, era o Toya: ele tinha feito uma pequena fogueira e tava com marshmallows.

Ao me ver, ele sorriu. Limpou a neve das luvas e veio até mim, com o rosto levemente ruborizado.

- Já que é dia dos namorados e nenhum de nós tem namorado ou namorada... Eu decidi que seria legal sacrificar o treino para aproveitarmos juntos. Vai ter uma chuva de estrelas cadentes hoje. - ele disse.

Os olhos cor de oceano dele estavam brilhando. Eu sorri, meu sorriso quebrando meu rosto sereno. O abracei com força.

- Obrigada, Toya... Isso é muito fofo. Você sabe o quanto eu gosto dessas coisas. - murmurei contra o ombro dele.

Lentamente ele retribuiu o abraço. Os braços dele fechando ao redor da minha cintura, e ele descansando a testa na minha cabeça.

Depois de um ou dois minutos, ele me soltou e pegou minha mão, me levando para sentar com ele ao redor da fogueira.

- Come. - ele me entregou um garfo com um marshmallow.

Eu aceitei de bom grado e comi o doce macio.

Ficamos ali até tarde da noite. Quando o relógio bateu 22h, era o horário da chuva de estrelas cadentes. Eu e o Toya subimos até o ponto mais alto do pico e nos sentamos em baixo de uma velha árvore de cerejeira que havia ali.

Quando a primeira estrela cadente caiu, o Toya imediatamente se virou para mim.

- Faz um pedido, Yue! - ele disse, se voltando para a estrela e fechando os olhos, fazendo um pedido mentalmente.

Eu fiz o mesmo. Fechei os olhos com força.

Eu desejo que eu e o Toya sejamos grandes heróis juntos.

Esse foi o meu desejo. Abri os olhos e olhei pro Toya.

- Fez seu pedido?

- Fiz. Não me conta o seu! Se contar, não vai virar realidade. - ele disse rapidamente e voltou a olhar para o céu.

Estava começando a ficar frio, a neve caindo.

Ele abriu o casaco branco dele e dividiu comigo. Ficamos ali, coladinhos, observando as estrelas cadentes.

Em um momento, ele quebrou o silêncio confortável.

- Yue... Você acha que algum dia... Meu pai vai ter orgulho de mim? - ele murmurou baixinho.

Virei a cabeça para olhar para ele. Minha mão pegou a dele. Suspirei baixinho, o ar quente virando vapor por conta do ar gelado.

- Claro que você vai. Você é incrível, Toya - respondi.

Ele olhou para mim e sorriu um pouco.

- Não pensa muito nisso, Toya... Não é como se a opinião daquele velho importasse muito. - continuei.

Ele riu baixo com aquilo.

- É... Você tá certa. Não preciso ficar me matando pra agradar um velhote egoísta... - ele concordou, se recostando no tronco e entrelassando os dedos com os meus.

O silêncio retornou, enquanto assistíamos ao fenômeno no céu.

Eu limpei a garganta.

- Então... No próximo mês, minhas mães vão vir para o Japão. Eu vou conhecer elas pessoalmente. Vão vir elas, a minha tia, e minhas duas irmãs. - falei baixinho, olhando para ele.

Cocei a nuca e continuei.

- No dia... Vai ser dia 8. Você vai querer... Jantar lá em casa? - murmurei, meio envergonhada, porém não recuei, - pra você conhecer minha família. Digo, você conhece o tio Toshinori, o Keith e a Akemy. Mas minhas mães, meu pai, tia e outras irmãs não.

Os olhos dele se voltaram para mim. Ele sorriu um pouco, o belo rosto dele ganhando covinhas com o sorriso.

- Eu vou adorar, Yue. - ele respondeu.

Ficamos um olhando pra cara do outro por uns segundos. Meu rosto ficou vermelho e foquei os olhos em qualquer outra coisa.

Ele fez o mesmo que eu.

Que vergonha! Por que meu coração tá palpitando?!

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|• What if.... •| ~ Toya Todoroki x OcWhere stories live. Discover now