E se?
E se ao encontrar Luna a senhora Sharon tivesse outra estratégia?
E se ela resolvesse acolher e dar todo o carinho do mundo para sobrinha que era herdeira da fortuna e esquecesse de sua filha adotiva?
E se toda família de Luna morasse na mansã...
Depois que o cafona se afastou de mim eu fui até os armários pra tirar os patins e enquanto estava só de meias pegando minhas botas.
- Olá, sumida! -- levantei o olhar sabendo exatamente quem falava comigo.
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- Oi Matteo! - Que estranho não é?-- ele cruza os braços. - O que???-- levantei a sobrancelha e terminei de pôr meus sapatos. - Estranho foi a luz acabar assim que comecei a cantar pra Luna e mais estranho ainda foi você sumir durante todo o processo da reforma da pista e voltar hoje com essa carinha de coitada! -- ele franziu as sobrancelhas olhando pra mim. - Matteo... -- levantei o encarando olho no olho -- do que está falando? você é muito criativo, devo admitir...-- dei de ombros. - Eu sei que tem dedo seu nisso tudo. -- ele fala baixo me encarando de perto. - Você não sabe de nada! -- ri de forma debochada -- não precisa chegar tão pertinho pra falar comigo, tá?
Segurei as bochechas dele com uma mão só descendo o olhar pelo rosto do meu ex namorado.
Ele puxou meu pulso com desdém e deu um passo para trás.
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- Quando vai melhorar, hein???-- pergunta frustrado -- Quando vai parar de tentar prejudicar as pessoas? É por isso que anda sozinha. Até suas amigas e o cara que você gosta passaram a semana trabalhando pra reconstruir o que você destruiu. - Quer saber?! Eu não preciso ficar te escutando! -- peguei meus patins e passei pelo Matteo afim de sair. - Vai lá! Você tem a vida toda pra passar sozinha!
Mesmo de costas ouvi, ouvi o meu maior medo em voz alta. Ser essa pessoa solitária para o resto da vida, sem família, sem amigos e sem nada que eu possa chamar de meu.
Em outro dia essa conversa não me afetaria, mas depois de ser abandonada pela minha madrinha as palavras do Matteo trouxeram a tristeza à tona.
Corri até o banheiro puxando o ar e me esforçando pra segurar as lágrimas, tinha medo que alguém me visse desse jeito.
Senti meu estômago se revirando e corri até vaso sanitário me curvando e vomitando novamente.
Saí pálida e suando frio, fui até a pia e me olhei no espelho.