Capítulo 2 - Style

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-Você não sabe bater na porta? –Perguntei sorrindo, o fazendo rir.

-Achei que a chance de você bater à porta na minha cara seria maior.

-Acho que eu deveria ter feito isso mesmo. –Disse de forma provocativa. –Eu vou me trocar, aproveite o efeito hipnose.

Ouvi sua risada enquanto caminhava até meu quarto para vestir algo mais apropriado.

[...]

-Você sabe que amanhã apareceremos em capas de revista, certo? -Perguntei um pouco receosa. -E que você vai ser apontado como o próximo namorado da minha "lista infinita" de ex-namorados... -Falei em tom tedioso e fazendo aspas no ar.

-Eu sei com o que estou lidando, também sou uma pessoa pública, esqueceu? –Ele me olhou e sorriu tentando passar segurança, mas eu tinha certeza que sair comigo, principalmente àquela hora da noite, causaria uma reação que ele ainda não conhecia.

Era impossível alguém se acostumar com isso, a mídia era sempre a mesma quando se tratava dos meus relacionamentos, ela sempre caia matando. Eu já sabia como lidar, os melhores horários para sair em um passeio e os melhores lugares, os mais reservados e escondidos. Mas de toda forma nós não éramos namorados, nem estávamos ficando, não tinha motivos para que eu ficasse tão preocupada como estou agora.

Paramos em frente a uma lanchonete, aparentemente era 24hrs. Não consegui não olhar ao redor, apenas para certificar que ninguém nas ruas e nem na lanchonete que entramos nos reconheceriam, tirariam fotos ou qualquer coisa do tipo.

Algumas pessoas dentro da lanchonete nos olharam, seus olhos diziam que tinham nos reconhecido, mas nenhuma veio até nós e pareceram não ter tirado nenhuma foto, apesar de que alguns fãs eram piores que os paparazzi se tratando de tirar foto.

-Está tudo bem? -Percebi que ele me olhava um pouco preocupado.

-Está sim. -Falei com um sorriso convincente. -O que vai querer para comer? -Perguntei com a esperança de mudar logo de assunto, pegando o cardápio.

Ele ainda estava me observando com uma mão tampando a boca, parecia querer rir.

-O que foi?

-Nada não. –Mas mesmo assim ele continuou na mesma posição.

-Como nada, Harry? Você está quase tendo um infarto segurando esse riso. -Falei revirando os olhos, logo em seguida ouvindo sua risada um tanto alta soando como música para os meus ouvidos.

-É que... Está muito óbvio que tem algo te incomodando e você insiste em demonstrar que não. Além de você ficar muito linda tentando esconder algo...

Fiquei envergonhada e senti que meu rosto queimava.

-Me desculpe ter rido. –Ele colocou uma mão no meu rosto, percebi que meu corpo todo pareceu ascender ao seu toque. –Fui inconveniente, acho que a convivência com o Niall está me afetando. –Ele sorriu e eu não pude deixar de acompanhar.

-Desculpe não ter falado o que está me incomodando.

Na verdade eu nem me lembrava mais do que estava me incomodando a cinco minutos atrás no momento, ele podia continuar acariciando meu rosto do jeito que estava que eu não me incomodaria de forma alguma. Mas não durou muito mais, sua mão saiu do meu rosto e foi até a minha mão que estava em cima da mesa.

-Não tem problema, eu só quero que você confie em mim. -Ele falou acariciando minha mão.

-As pessoas não param de nos olhar, eu sempre fico um pouco incomodada com isso, mesmo depois de tanto tempo. -Falei depois de um tempo com um pequeno sorriso nos lábios.

-Eu realmente não havia percebido isso. -Ele falou olhando para os lados e vendo alguns olhares especuladores.

Ele parecia estar surpreso de verdade. Aquilo me deixou um pouco indignada.

-Sério?!

-Sério... Bem, acho que foi porque eu não consegui prestar atenção em nada a não ser você. -Ele falou, parecia relutar em dizer isso, talvez com medo da quantidade de sinceridade que eu percebi sair de sua voz.

Eu realmente não sabia o que dizer, aquilo havia me pegado de surpresa, a sensação que aquelas simples palavras me trouxeram foi assustadoramente maravilhosa, eu senti meu estômago revirar de uma forma não incômoda.

Eu tentava achar alguma palavra para dizer depois daquilo, mas, felizmente, ele mudou de assunto.

-O que acha de pedirmos macarrão? -Ele perguntou piscando ao terminar, eu apenas assenti e ele chamou o garçom.

[...]

Havia gargalhado tanto que me barriga até doía, há muito tempo eu não me divertia tanto. Estávamos dentro do carro, ele me levava para casa e conversamos sobre várias coisas, ele me contou sobre como era viajar com amigos fazendo algo que ele amava, e que era um amor em comum que compartilhávamos: a música, me contou mais sobre sua família, e eu contei sobre a minha.

-E por fim, meu irmão está entrando na faculdade, eu acho isso tão distante agora, e antes parecia ser tão perto, como se meu caminho já estivesse traçado, sabe...

-Sei bem como é, mas eu fico feliz em ter podido sair da sala de aula mais cedo. -Ele falou me fazendo rir novamente. -Ok, brincadeira, mas escola pode se tornar chata com o tempo, eu estava começando a chegar nesse momento quando minha vida mudou completamente.

Paramos no semáforo e ele se virou para mim, me observando. Olhei para ele também, seus olhos eram tão lindos e intensos, carregavam um ar de mistério que eu daria de tudo para descobrir. Sua boca era bem desenhada e rosada... E eu nunca quis beija-lo mais do que agora. Percebi que nos aproximávamos assim que senti sua respiração sendo misturada com a minha, ele encarava minha boca e eu seus olhos, mas eu não podia continuar permitindo essa aproximação sem uma pergunta:

-Harry... -Sussurrei. -Eu vi fotos suas neste meio tempo, eu preciso saber se você está comprometido de alguma forma com alguma delas.

-Eu não consegui pensar em mais ninguém que não fosse você nesse tempo todo...

Ele não me respondeu e eu continuei a encara-lo sem me mexer.

-A resposta é não. -Declara percebendo que eu não deixaria que ele me beijasse se não deixasse clara sua resposta.

Suspirei aliviada, e ele pareceu perceber.

Coloquei minha mão em sua nuca e ele fechou os olhos com o meu toque, sinto sua boca macia, melhor do que eu havia imaginado. Senti como se meu corpo fosse explodir a qualquer momento de tão arrepiada que eu estava, minha barriga parecia que estava com milhões de borboletas batendo suas asas loucamente.

Ele tentou me aproximar mais de si, mas não havia como me aproximar dele naquele carro. Resmungos vindos de nós dois eram ouvidos, estava óbvio que ambos necessitavam de maior contato, mas não nos separamos. Até que ouvimos buzinas insistentes, nos fazendo recordar que estávamos no meio da rua parados no semáforo.

Harry voltou a dirigir, consegui perceber que sua respiração estava descompassada, mas a minha também não estava muito diferente.

1989 (Haylor) - Temporada 1Where stories live. Discover now