Em busca da verdade

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Hermione, ao deixar a biblioteca, pôs a correr. A professora Minerva que saiu da Biblioteca atrás dela começou a correr também, mas como essa era muito mais velha que a aluna ficou para trás. Hermione não sabia muito bem porque razão estava fugindo de Macgonagal, mas só sabia que queria correr livre e para longe de tudo. Hermione começou a descer as escadarias com impulso, passou entre um grupo de alunos da grifinória onde estavam Rony e Harry, mas não parou de correr. Logo alcançou o saguão de entrada e saiu como um passarinho que ganhava a liberdade correndo pelos jardins. Ela correu até a orla da floresta e, escondendo-se atrás de um grosso carvalho, sentou-se sobre a relva verde.


Ela abriu o livro que pegara da biblioteca. O livro de Legitimencia tinha uma figura muito esdrúxula na primeira página. Logo escutou os passos de alguém se aproximando. Imaginando tratar-se de Macgonagal, continou a leitura até que dois pares de sapados surgissem a sua frente. Hermione ergueu o pescoço para contemplar Harry Potter.


- A professora Minerva está atrás de você. Não é bom que faça isto, Hermione. Não deve quebrar as regras que Dumbledore impôs, ou terá que retornar a Azkaban. - Harry disse num tom calmo e preocupado bem diferente da ultima vez em que se falaram.


- E o que te importa? - Hermione perguntou, ríspida. - Afinal, não foi você quem garantiu a minha ida a Azkaban?


- Sim. - Harry respondeu, seco. Hermione abaixou os olhos e fingiu ler novamente.


Harry ajoelhou-se e fechou o livro em suas mãos.


- O que é?


- Levante-se e vá procurar a professora Macgonagal. Você é sensata, Hermione. Não cometa uma estupidez que pode comprometer o resto da sua vida.


Hermione gargalhou sarcasticamente.


- Eu já cometi uma besteira, Harry. Minha vida já está comprometida.


- Não quero que volte para Azkaban...


- Ah, não. Se você não me quer ver em Azkaban, porque você depôs contra mim.


- Eu tive que fazer isto, Hermione, por uma razão que você não compreende.


- Eu compreendo, sim. Compreendo mesmo. - Hermione tentava controlar os sentimentos em vão, os lábios tremiam e ela começava a gaguejar, os olhos marejados de lágrimas manchavam as longas pálpebras - Eu compreenderia se Rony tivesse me acusado, Harry, mas não você. Você me conhece, como ninguém. Você sabe que eu jamais mataria uma mosca se quer. Mas você não quis acreditar em mim. Você disse que eu podia confiar em você, mas você mentiu. Ah, Harry. Você nem imagina o quanto eu sofri em Azkaban, o quanto eu...


Hermione enterrou o rosto nas mãos, tentando buscar forças.


- Eu perdi tudo o que eu tinha. Perdi meus pais, perdi meus amigos, perdi você. Eu nem sei se quero mais viver.


- Não diga isto Hermione. Não diga isto jamais.


Hermione ergueu o rosto para Harry. Agora seus olhos estavam vermelhos.


- Eu não vou me matar se é isto o que pensa! Eu vou viver... dia após dia... minuto após minuto no intuito de buscar a verdade. E quando eu puder provar ao mundo que eu não sou o monstro que todos pensam que sou, eu juro que vou me vingar daqueles que provocaram isto, e aí então, Harry, eu poderei ser presa como uma assassina porque eu vou matar sem piedade quem matou meus pais e quem me fez matar minha amiga.


Hermione contraia os músculos da mandíbula e respirava com dificuldade. Harry ficou com medo do que encontrou nos olhos de Hermione. Ela estava diferente, não era mais a amiga doce que sempre fora, e seu coração ficou pesado de arrependimento: ele sabia da verdade!



Adorável Prisioneira (Fanfic Harry Potter)Where stories live. Discover now