Fogo Alto

Capítulo 11

Beijos,

M.P."

Manu sorriu sozinha, aliviada, sentindo uma felicidade intensa que lhe encheu os olhos de lágrimas. Só então percebeu como estava com fome. Devorou os morangos primeiro, depois os dois croissants que a fizeram lembrar das três noites que passara em Paris. Quando terminou, estava cheia de energia e, apesar da vontade de esperar por Massimo completamente nua na cama, achou que não conseguiria controlar a ansiedade. Precisava sair daquele quarto, dar uma volta, arejar a cabeça, ver um pouco do bom e velho mundo real.

O vestido preto estava pendurado num gancho atrás da porta, ao lado da minúscula calcinha bordô e exatamente sobre os sapatos vermelhos. Massimo! Manu pôs o vestido e ficou algum tempo em dúvida sobre a calcinha. Lembrou da quantidade de vezes que havia se encharcado na noite anterior, e achou melhor ir sem.

Colocou um sapato, e enquanto estava debruçada sobre o próprio pé afivelando o outro, a porta se abriu. Um Massimo Pastore suado e ofegante parou diante dela. Vestia um abrigo preto, tênis de corrida preto e camiseta preta sem mangas. Estava ainda um pouco corado do exercício e parecia mais bronzeado. Nada em seu rosto afogueado indicava que havia ficado até as três da manhã bebendo e fazendo amor.

- Quer dizer que estava pensando em fugir? – ele perguntou colocando as mãos na cintura e lançando seu sorriso italianíssimo número quatro.

- Talvez... – Manu respondeu respirando fundo para ver se podia sentir o cheiro dele. – Não sei se tenho vocação para escrava sexual...

Massimo sorriu, avançou até ela e a beijou no pescoço e na boca.

- Você vai dar uma excelente escrava sexual quando acabarmos o treinamento – exclamou sorrindo. – Pode confiar em mim.

A chama interna de Manu passou para fogo médio.

- Não sei se você notou, meu estimado amo, mas nosso objetivo foi alcançado já na primeira tentativa. Duas vezes!

- Notei. Por isso resolvi fazer algumas mudanças no nosso combinado – disse levantando e caminhando rumo ao banheiro.

- Ah, resolveu? E que mudanças seriam essas? – Manu perguntou e se pôs em pé para observá-lo melhor.

- Conto durante o almoço. Ou talvez jantar, já que passa da uma da tarde. Agora preciso de um banho urgentemente – exclamou e entrou no banheiro.

Manu espiou pela porta aberta e escutou o som da água quente batendo no piso claro de mármore. Lembrou do corpo de Massimo e a chama passou do fogo médio para alto. Ele me quer lá dentro. Se não teria fechado a porta. Ele me quer, mas não vai me ter. Não agora. Domine esse homem, Manu. Seja firme. Diga não. Dome Massimo Pastore!, pensou seu cérebro castrador, enquanto o corpo tratava de arrancar o vestido, os sapatos e corria saltitante para o banheiro já tomado pelo vapor.

- Seria bom mantermos um intervalo entre as tentativas – disse Massimo enquanto ela entrava suavemente no boxe.

- Você me deu um presente e tanto ontem, Massimo Pastore. Gostaria de retribuir – Manu exclamou se ajoelhando diante dele.

Massimo não disse nada. Nem precisou. Sua indiscutível firmeza dizia por ele. Estou ficando dependente disso, Manu pensou enquanto o abocanhava e iniciava um suave movimento de vaivém com a cabeça. Ele aceitou o presente de bom grado. Entrelaçou os dedos nos cabelos dela, fechou os olhos e se entregou, crescendo ainda mais. Ela respondeu subindo os dedos pelas pernas, agarrando de leve as nádegas duras de Massimo e fazendo ele entrar mais fundo em sua boca até a garganta. Nessa hora, por causa do movimento brusco, quase engasgou e teve de tirá-lo da boca para respirar.

Aproveitou para admirá-lo mais uma vez. Duro, brilhante, naquele tom único que mudava do rosa para o vermelho escuro, conforme o nível de excitação. Ele quis erguê-la, mas ela fez que não, encarou-o de propósito com os olhos azuis bem abertos e continuou encarando-o enquanto o engolia, enquanto fazia-o meter fundo em sua boca, até chegar novamente na garganta. Como era bom ter a boca cheia de Massimo, pensou e de repente quis realmente ter a boca cheia de Massimo.

- Agora é a sua vez de gozar pra mim – exclamou passando de leve a língua na glande brilhante.

Massimo sorriu de prazer.

- Goza pra mim? Goza na minha boca? Me enche de você?– Manu pediu e abocanhou-o novamente antes que houvesse resposta.

Massimo segurou os cabelos dela com mais força e ela continuou, ido e vindo suavemente, passando a língua, os lábios, fazendo lentas pausas para respirar e admirá-lo por inteiro. Continuou até que sentiu o corpo dele estremecer, e, dentro de sua boca, aquele volume único pulsando e crescendo, inacreditavelmente mais duro. Avançou mais até onde era possível e ficou ali, passando a língua de leve enquanto sentia ele jorrar em golfadas direto na sua garganta. Continuou um tempo com ele na boca, sentindo o gosto do sêmen invadindo suas papilas. Salgado com algo de picante... Não tinha um gosto exatamente bom, mas ela queria mais mesmo assim. O que aconteceu com você, Manu? De semifrígida-avessa-ao-sexo-oral para devassa-rainha-do-boquete em menos de doze horas?

Manu continuou ajoelhada, sentindo Massimo lentamente diminuir de tamanho dentro de sua boca, sorvendo cada gotinha do gozo dele. Teria continuado mais tempo. Teria, talvez, continuado até que ele ficasse novamente duro e gozasse de novo, e assim quantas vezes ele aguentasse... Mas Massimo a ergueu, puxou-a para junto de si e a abraçou sob a água quente.

- Sem dúvida uma excelente escrava sexual – sussurrou no ouvido de Manu.

Ela sorriu raspando o rosto nos pelos encharcados do peito dele.

- Se ser sua escrava for algo parecido com o tempo que passamos juntos até agora, pode contar comigo, senhor Pastore – Manu respondeu com a voz amortecida de prazer. Estava novamente queimando por dentro em modo fogo alto. Mas agora isso não a incomodava. Sabia que, cedo ou tarde, Massimo trataria de apagá-lo.

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