Capítulo 14

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Manu morava num predinho baixo sem elevador, no bairro da Vila Madalena. Seu apartamento ficava no último andar. Tinha dois quartos e uma pequena varanda que dava para uma árvore frondosa na frente. Espaçoso, ensolarado e numa rua razoavelmente tranquila, era uma raridade em São Paulo.

Manu gostava bastante dele. Infelizmente, depois de abrir o Carmona, aparecia por lá praticamente apenas para dormir. Fosse por cinco ou seis horas nas noites em que o restaurante funcionava, fosse por nove a doze horas aos domingos e segundas, para compensar o sono atrasado. Como quase nunca estava em casa, é compreensível que seus compromissos com a limpeza e a manutenção do lar estivessem tão defasados.

- Dois minutinhos – Manu exclamou pousando de leve as duas mãos no tórax de Massimo. – Espera dois minutinhos que eu preciso ver se nenhum resto de comida virou um ser mutante antes de te deixar entrar...

Ele sorriu concordando. Ela abriu a porta apenas o suficiente para conseguir entrar e a fechou atrás de si. Acendeu a luz e saiu correndo de um lado para outro, apanhando camisetas, meias, calcinhas, sutiãs, calças, shorts e saias espalhadas pela sala e pelo quarto. Jogou tudo no cesto de roupas sujas do banheiro e voltou recolhendo caixas de pizza, embalagens de chocolate, garrafas de vinho e latinhas de refrigerante vazias.

Jogou tudo no grande balde de lixo na lavanderia. Depois ainda apanhou copos, pratos, canecas e garfos e acomodou tudo na pia. Zanzou mais um pouco arrumando a cama, um sapatinho de volta pro armário, o telefone sem fio sobre a base, as revistas e jornais todas juntas numa pilha única e em pouco tempo a casa parecia... bem... aceitável. Apagou a luz do teto e acendeu a luminária de canto e o abajur vermelho ao lado da cama. Mais aceitável. Foi rápido. Se não dois, três minutos e abriu a porta ofegante.

Massimo a enlaçou pela cintura, colando o corpo no dela.

- Senti saudade – exclamou beijando-a no pescoço.

- Comporte-se, senhor Pastore! Vim aqui apenas fazer uma... digamos... manutenção no visual – exclamou escapando dos braços dele e indo até o armário em cima da pia.

Não tinha nenhum vinho deslumbrante, mas achou um português honesto, trazido de sua última estadia em Lisboa.

- Abre pra gente enquanto eu tomo um banho rápido? – disse entregando a garrafa e o saca-rolhas.

- Tem taças no armário ao lado da geladeira. Se quiser escolher uma música, fique à vontade – exclamou enquanto caminhava para o banheiro do quarto.

Massimo obedeceu. Abriu o vinho, serviu duas taças e começou a ler um exemplar da revista de gastronomia Lucky Peach, enquanto escutava o som contínuo do chuveiro elétrico.

Quando Manu saiu do banho enrolada numa toalha azul-escura, ele estava terminando uma boa matéria sobre churrasco texano. Encontrava-se confortavelmente sentado sobre a cama, com as pernas cruzadas esticadas, sem sapatos e sorridente. Massimo Pastore está folheando revistas e tomando vinho na minha cama, pensou Manu tentando não se atentar para a estranheza da situação toda.

Ele se ergueu mais quando ela se aproximou, postando-se bem no meio das pernas dele e se livrando da toalha. Ele beijou os seios gelados e ainda um pouco úmidos. Os mamilos reagiram como de costume, se espetando prestes a saltar fora do corpo. Ela recebeu os beijos dele por algum tempo, depois o afastou. Tirou a camiseta preta, e o empurrou, fazendo-o cair de costas no colchão.

Debruçou-se sobre ele, beijou a boca, o rosto pinicando com a barba por fazer, o peito, os mamilos, e foi descendo até a virilha onde o volume de sempre estava à esperava em prontidão. Abriu o botão, o zíper, e ele ergueu os quadris para que ela tirasse a calça e a cueca, tudo junto, num puxão único.

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