Calithen, a cidade capital de Soravelle, repleta de beleza e perigos, é palco de segredos antigos e intrigas reais. Lar da poderosa família Hartley, a realeza de sangue azul abençoada pelos Deuses, Calithen agora enfrenta um mistério sombrio: os don...
— O quê?! Mas... eu tenho dezessete anos! Faço dezoito em poucos dias. Se ele concordar com isso, é como se me enterrasse viva.
Gwendolyn apenas assente e coloca em minha cabeça uma tiara de diamantes azul-acinzentados, com ares prateados. O toque final da princesa perfeita.
— Eles não se importam com sua idade. Sua madrasta pode até tentar evitar que você se case com um velho repulsivo que esconde uma longa lista de esposas mortas... mas o rei não vai deixar você governar sozinha. Vai querer um homem ao seu lado. Um que ele possa controlar.
Talvez um dos conselheiros velhos. Talvez um viúvo endividado com filhos bastardos. Qualquer um que o rei ache que possa manipular.
— Pela Mãe... não consigo me imaginar casada. Essa ideia me dá náuseas. Eu não sirvo para isso. Não para amar. Não para me entregar.
Gwendolyn ajusta os últimos detalhes e faz uma careta entediada.
— Você diz isso porque nunca se apaixonou. Não sabe como é. É algo que transforma... ou destrói. Cada um sente de um jeito. E você... princesa... ainda não sentiu.
Ela termina, dá um passo para trás, e sorri.
— Já pode se apresentar ao rei.
Sinto minhas bochechas corarem, não por timidez, mas pela constatação: ela tem razão. Nunca me apaixonei. Tive alguns envolvimentos, mas sentimentos? Nunca.
— Obrigada, Gwendolyn. Você vai ficar para o baile?
— Eu queria, mas não posso. Mamãe está doente de novo. Preciso voltar.
— Claro. Se ela precisar de algo, me avise. Eu levo.
— Obrigada. Até amanhã, princesa. Tente não irritar o rei.
Ela abre a porta e dá de cara com Andrômeda, impaciente.
— O que faz aqui, princesa?
— Vim buscar minha irmã. Vai sair?
— Sim, alteza. Com licença.
Gwendolyn se apressa para fugir da presença da menina. Andrômeda me encara com tédio.
— Marisol, já está pronta? Mamãe mandou te chamar. Se você demorar, papai virá te arrastar pelos cabelos.
Típico do rei: sempre tão afetuoso.
— Calma, Viena. Eu já estava indo. E pare de franzir a testa, vai acabar com rugas.
— Mari! Já falei para não me chamar assim... E rugas?!
Vaidosa como a mãe. Mesmo com doze anos, teme envelhecer.
— Brincadeira, Andy. Você ainda é nova. Não vai ter rugas tão cedo. Agora, vamos?
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