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Para você, leitor(a), que as vezes se sente como o vilão da própria história.


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Para alguns, é muito fácil levantar de manhã, se preparar e sair de casa para estudar, trabalhar ou fazer seja lá o que for. Para a realeza, é ainda mais fácil. Sempre há quem os acorde, abra as cortinas e leve o café na cama. O banho sempre estará pronto e aquecido, com os mais deliciosos esfoliantes e os sais mais caros. Há sempre um grupo de pessoas encarregado de cuidar minuciosamente de um nobre, em troca de uma quantia deplorável de moedas para manter a família viva. Com os Hartley não é muito diferente.

Temos muitos servos, sim. Isso é verdade. Somos como todas as outras famílias da realeza em certos aspectos. Mas o que nos diferencia de outras cortes são nossos poderes. Não que magia seja uma novidade — claro que não. Porém, humanos com sangue mágico não são facilmente encontrados. De qualquer maneira, todo Hartley de sangue possui algum poder, seja ele fraco ou forte. Meu pai, o rei Ambrose, era o mais poderoso dentre todos em nossa família. Era. Também era ele quem instruía os príncipes e as princesas, ensinando-nos a controlar nossos dons. Claro que seus ensinamentos não eram amigáveis. O método utilizado servia mais como tortura do que como aprendizado.

Meu pai me levava ao limite. Exauria-me tanto que eu precisava de dois ou três dias para recuperar meu corpo. Com sorte, a rainha Arabella interveio e ordenou que ele parasse. Normalmente, ela não faria nada, mas os treinos começaram a ficar pesados demais a partir do momento em que minhas queimaduras se agravaram. Simon, meu irmão, não chegava a se machucar, pois recebia um treinamento mais leve. Ainda assim, o garoto passou a ter medo dos próprios dons.

Lucien, o irmão caçula, ainda não manifestou seu poder. Simon e eu possuímos habilidades ofensivas, enquanto minha irmã, a princesa Andrômeda, tem habilidades defensivas. Sua mãe é rainha consorte, portanto é Hartley apenas por casamento. A mulher veio de uma família de curandeiras. Não possui dom algum, mas a filha herdou sua ancestralidade, que se misturou ao nosso sangue. No fim, a garotinha é uma caixa de surpresas. Meu pai não gostou nada disso. Para ele, numa família real, poderes defensivos são inúteis. Nunca compreendi a forma como esse homem pensa, mas nós sempre fomos muito diferentes.

— Está muito apertado, sua alteza? — Lethia é a aia responsável pelo meu cabelo. Enquanto ela trança meus fios vermelhos, eu mergulho em pensamentos.

— Não, está tudo bem. Estou mexendo a cabeça?

— Não está, alteza. Na verdade, eu estava me perguntando se a princesa está bem.

A questão é que, quando estou muito concentrada em algo, às vezes até esqueço de respirar.

— Ah, estou bem. Não há com o que se preocupar. O salão de baile já está cheio?

•𝕷𝖆𝖌𝖗𝖎𝖒𝖆𝖘 𝕼𝖚𝖊 𝕼𝖚𝖊𝖎𝖒𝖆𝖒•Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang