18 - Atlas

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Me sentei na cadeira e o encarei, e não deixei de notar que ele era bonito. Desviei o olhar e ele andou até mim, com as mãos no bolso de sua calça.

- o que aconteceu com você? - Atlas perguntou e eu o olhei.

- não aconteceu nada. - menti, cruzando os braços.

- Jacob disse que você foi pro escritório do seu pai e voltou com isso. - ele afastou meu cabelo úmido do meu ombro. - isso tá muito vermelho, Sofia. - Atlas tocou o meu pescoço com as pontas dos dedos, o que me fez recuar um pouco.

- não toca em mim. - eu bati em sua mão, e ele me encarou sério.

- ele fez isso com você? - fiquei quieta. - se você não me ajudar, eu vou ficar ainda mais puto e vou descontar em você. - encolhi meus ombros na mesma hora. - não dessa forma, Sofia. Eu nunca encostaria em você, sem a sua permissão.

- falou o assassino maluco. - murmurei.

- Eu mato por que tenho motivos, Sofia. - Atlas bufou. - foi ele ou não? - silêncio. - o que aconteceu com você naquela casa, Sofia?

- coisas que só as paredes ouviram. - encarei as minhas mãos. - as paredes têm ouvidos. - ri nasalado, lembrando de quando Maria disse isso pra mim.

- Quem são as paredes, Sofia? Quem são?

- são só paredes, idiotas. - suspirei. - foi ele - sussurrei, abaixando a cabeça. - só não mata ele.

- tá de sacanagem com a minha cara! - Atlas bateu na mesa, o que me fez pular de susto. - porra! Esse cara te machucou, e você tá me pedindo pra não matar ele?

- se você matar ele, eu vou me sentir culpada. - afastei uma mecha de cabelo, levando para trás da minha orelha. - ele ainda é o meu pai. - funguei.

- olha pra mim, Sofia! - meu queixo tremeu. - olha pra mim! - ergui minha cabeça devagar, e olhei em seus olhos. - Ele fez coisas piores com você? - silêncio. - ele já te tocou onde você não queria? - sua mão acariciou a minha bochecha.

- recentemente. - limpei minha bochecha molhada. - Antes do casamento com Dmitry. - fechei os meus olhos, lembrando do dia no porão. - ele me jogou no porão e me espancou até eu desmaiar e não conseguir andar. - senti sua mão acariciar novamente a minha bochecha, e abri os meus olhos lentamente. - acordei dois dias depois.

- dois dias depois? - Atlas me encarou em choque. - onde estava o seu irmão?

- Ele não tinha como saber. Ele saiu e papai me pegou no jantar. - abaixei a minha cabeça.

- ele só estava estressado

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- ele só estava estressado. - Sofia afastou um pouco o tecido de seda de sua coxa. - é pro seu bem, mi amor. - ela repetiu as palavras do pai.

- ninguém te tirou de lá? - passei os dedos
na marca em sua coxa, e segui os olhos olhando seu rosto.

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