Capítulo 25

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Vi Juliette ser levada e não me deixaram ir junto. Aqui havia essa separação e eu fiquei de coração partido, ela me chamando e não pude estar do lado dela.

Juliette nunca me deixou sozinho, em todos os momentos ela esteve comigo e mesmo que eu dissesse que não era necessário, sua presença era constante. Agora ela seguir sozinha, num momento difícil, era uma deslealdade.

Esperei por duas horas e nenhuma notícia me deram. Eu fiz barulho, mas ninguém se importava, me senti frustrado.

Até que num momento de distração, chegou junto a mim, o médico que lhe atendeu.

- Pode me acompanhar. Sua esposa já está no quarto.

Fui a passos rápidos e encontrei Juliette completamente adormecida. Toquei seu rosto e depois coloquei a mão sobre sua barriga.

- Ela está dormindo pesado... E o bebê?

- Eu apliquei medicação para que ela fique sedada. Não acorda por agora. Vamos até a minha sala para falar sobre o seu bebê.

Segui o médico e me sentei na sua frente.

- Sedei a sua esposa por que ela estava muito agitada.

- E o nosso bebê?

- Ela tem um descolamento de placenta e isso é a causa do sangramento, mas eu já contive com medicação e agora é repouso.

- Nós chegamos de viagem hoje.

- Devem ter extrapolado nessa viagem. Agora terá que fazer muito repouso.

- Promete que ela não vai perder o bebê?

- Não. Por que ela teve dilatação, mas espero que não volte a ter. Ela vai ficar em observação e só será liberada quando eu julgar que está tudo bem.

- Esse filho é muito desejado por nós dois.

- Ela chorava muito por isso que a sedei. Creio que foi apenas um susto e tudo ficará bem. Eu tenho uma informação, que vi no ultrassom, mas não sei se você deseja saber.

- Eu quero saber de tudo.

- É o primeiro filho de vocês?

- Sim. O primeiro.

O médico fez uma expressão de tristeza e me disse:

- É uma menina. Consegui ver perfeitamente a genital. Então se o desejo era um menino, sinto muito.

- Eu quero dez filhas, se Alá permitir, meu único desejo é que venham saudáveis.

- Pois bem, que bom que pensa assim. Já tratei casos em que o marido manda realizar o aborto em caso de ser um bebê do sexo feminino.

- Isso é monstruoso. Jamais faria isso.

...

Voltei ao quarto onde está Juliette e suavemente beijei a sua barriga .

- Fica com a gente pequenina, não deixa o papai e a mamãe, por favor.

Me permiti chorar e senti um medo absurdo, ainda maior do que quando recebi o meu diagnóstico.

- Alá, não tire a minha filha... Leve a mim, mas a ela não.

- Não diz isso... Que ele ouve... - Juliette disse ainda muito sonolenta. - Eu não quero perder ninguém.

Seus olhos pareciam muito pesados e ela não conseguia os abrir direito.

- Está tudo bem meu amor. Nossa menina está bem...

Ela me deu um sorriso e ao mesmo tempo uma lágrima molhou seu rosto.

- Ela vai ser forte como a mamãe dela é... Agora dorme, estou aqui do seu lado. Pode descansar meu amor.

- Eu te amo. - ela disse segurando minha mão e dormindo minutos depois.

Assim como ela fez comigo tantos dias, noites e madrugadas, agora chegou a minha vez de cuidar e dá muito amor a quem nunca me economizou cuidados.

...

Os prometidosWhere stories live. Discover now