Capítulo 24

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Depois de duas semanas incríveis nos Estados Unidos, fizemos a viagem de retorno a Istambul. Juliette dormiu a viagem quase toda e eu estava satisfeito por tudo.

Mesmo que o câncer ainda fosse uma ameaça, já que a remissão não é uma cura, eu era grato por cada novo dia e principalmente por ter ao lado uma mulher companheira e amorosa como Juliette. Tudo era incrível nessa nossa caminhada e agora muito mais por ver sua barriguinha arredondando. O nosso filho estava crescendo e crescia muito mais o nosso amor.

Meu motorista nos esperava no aeroporto e junto dele estavam meus pais. Juliette e eu nos olhamos e logo meu pai se aproximou.

- Cadê a benção?

Tomamos a benção e ele foi logo dizendo.

- É verdade que está esperando um filho? - ele se dirigiu a Juliette.

- É verdade pai. - eu o respondi.

- Mas tem certeza que é seu mesmo?

- Por Alá, me respeita! - Juliette disse magoada.

- Pai, como pode vir aqui e fazer isso?

- Como fez um filho se vivia tão debilitado?

- Não me insulte. Depois de meses distante, vir me procurar com uma conversa sem vergonha dessas. Sai da minha frente, agora!

- Rodolffo, eu só quero te proteger.

- O senhor é um homem sem vergonha. Que decepção pai.

- Por Alá, confias demais nessa mulher. - ele disse afobado.

- A única que ficou comigo quando eu estava doente. A única que não me julgou ou teve nojo, vergonha ou repulsa de mim. Minha esposa é tudo que me faz bem e não se preocupe, não vai precisar conviver com seu neto ou neta. Pretendo ir embora de Istambul em breve.

- Troque sua terra por outra e verá que aqui há valor, lá fora nada presta.

Juliette segurou meu braço e eu entendi aquilo como um pedido. Nos retiramos e deixei meus pais para trás.

Ela chorou o caminho inteiro e eu fiquei arrasado. Mulher nenhuma merecia ouvir isso.

- Não precisa chorar mais. O quê importa é que eu confio em você de olhos fechados. Nunca cogitei nada que ferisse o seu caráter.

- É tão injusto comigo. Eu nunca faria isso.

- Eu sei. Mas pensa no bebê. Tudo que você passa, ele sente. Não vale a pena o desgaste.

Quando chegamos em casa, fomos organizar tudo e enquanto eu preparava algo para comer, Juliette se organizava para tomar um banho.

Instantes depois de ter entrado no banheiro, escuto um grito agudo. Corri depressa e encontro Juliette escorada no box.

- O quê houve?

- Eu estou sangrando... - ela me mostrou os dedos com sangue e no vaso sanitário também tinha.

- Por Alá... Vamos ao hospital imediatamente.

Juliette me pediu auxílio e eu te ajudei. Logo fomos ao hospital mais próximo. Fizemos uma viagem silenciosa e eu estava um pouco travado. Tudo isso por que não saia da minha mente o meu suposto filho que Sibel abortou.

- Está sentindo dor? - perguntei assim que chegamos a recepção do hospital.

- Sim. Mas não posso perder meu bebê.

- Não vamos nos desesperar... Tudo dará certo.

Com pensamentos positivos entrei no hospital com a minha esposa.

...

Os prometidosWhere stories live. Discover now