Depois de duas semanas incríveis nos Estados Unidos, fizemos a viagem de retorno a Istambul. Juliette dormiu a viagem quase toda e eu estava satisfeito por tudo.
Mesmo que o câncer ainda fosse uma ameaça, já que a remissão não é uma cura, eu era grato por cada novo dia e principalmente por ter ao lado uma mulher companheira e amorosa como Juliette. Tudo era incrível nessa nossa caminhada e agora muito mais por ver sua barriguinha arredondando. O nosso filho estava crescendo e crescia muito mais o nosso amor.
Meu motorista nos esperava no aeroporto e junto dele estavam meus pais. Juliette e eu nos olhamos e logo meu pai se aproximou.
- Cadê a benção?
Tomamos a benção e ele foi logo dizendo.
- É verdade que está esperando um filho? - ele se dirigiu a Juliette.
- É verdade pai. - eu o respondi.
- Mas tem certeza que é seu mesmo?
- Por Alá, me respeita! - Juliette disse magoada.
- Pai, como pode vir aqui e fazer isso?
- Como fez um filho se vivia tão debilitado?
- Não me insulte. Depois de meses distante, vir me procurar com uma conversa sem vergonha dessas. Sai da minha frente, agora!
- Rodolffo, eu só quero te proteger.
- O senhor é um homem sem vergonha. Que decepção pai.
- Por Alá, confias demais nessa mulher. - ele disse afobado.
- A única que ficou comigo quando eu estava doente. A única que não me julgou ou teve nojo, vergonha ou repulsa de mim. Minha esposa é tudo que me faz bem e não se preocupe, não vai precisar conviver com seu neto ou neta. Pretendo ir embora de Istambul em breve.
- Troque sua terra por outra e verá que aqui há valor, lá fora nada presta.
Juliette segurou meu braço e eu entendi aquilo como um pedido. Nos retiramos e deixei meus pais para trás.
Ela chorou o caminho inteiro e eu fiquei arrasado. Mulher nenhuma merecia ouvir isso.
- Não precisa chorar mais. O quê importa é que eu confio em você de olhos fechados. Nunca cogitei nada que ferisse o seu caráter.
- É tão injusto comigo. Eu nunca faria isso.
- Eu sei. Mas pensa no bebê. Tudo que você passa, ele sente. Não vale a pena o desgaste.
Quando chegamos em casa, fomos organizar tudo e enquanto eu preparava algo para comer, Juliette se organizava para tomar um banho.
Instantes depois de ter entrado no banheiro, escuto um grito agudo. Corri depressa e encontro Juliette escorada no box.
- O quê houve?
- Eu estou sangrando... - ela me mostrou os dedos com sangue e no vaso sanitário também tinha.
- Por Alá... Vamos ao hospital imediatamente.
Juliette me pediu auxílio e eu te ajudei. Logo fomos ao hospital mais próximo. Fizemos uma viagem silenciosa e eu estava um pouco travado. Tudo isso por que não saia da minha mente o meu suposto filho que Sibel abortou.
- Está sentindo dor? - perguntei assim que chegamos a recepção do hospital.
- Sim. Mas não posso perder meu bebê.
- Não vamos nos desesperar... Tudo dará certo.
Com pensamentos positivos entrei no hospital com a minha esposa.
...
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Os prometidos
FanfictionDuas famílias tradicionais e ricas prometem seus filhos em casamento ainda recém-nascidos. Assim surge a história dos prometidos.