CAPÍTULO UM.
PRESCOTT.
Dez anos atrás.
Eu empurrei a caixa de papelão para o lado, a lata de refrigerante velha tombando contra o papelão e rolando até o piso de carpete.
Meus dedos dos pés se esticam e minha cabeça tomba para trás enquanto atiro meus braços para cima para aliviar a dor que se forma em minhas juntas.
A televisão está desligada e uma brisa congelante atravessa as frestas quebradas da veneziana do outro lado da sala.
Eu me levanto preguiçosamente do carpete, meus dedos magricela doendo com o esforço de minhas mãos espalmadas sobre o chão para me ajudar a levantar.
Eu caminho até a televisão quadrada no canto da sala, em passos arrastados eu sigo até a tomada sobre o rodapé no fim da parede.
Eu caio de joelhos no carpete, e agarro o cabo da televisão caído sobre o carpete serpenteando atrás da cômoda de madeira sob a televisão. Eu conecto o cabo na tomada, uma breve e reluzente faísca ofuscando da tomada quando conecto o cabo.
Eu estreito os olhos na direção da tomada, minha mão rapidamente caindo sobre o carpete cinzento e úmido.
Tenho notado isso acontecendo nas últimas duas semanas, cada eletrodoméstico que conecto na tomada emitem essa faísca de energia.
Jollene disse que não é da minha conta e que é algo para um adulto resolver, no entanto.
Lembro-me que ela me encarou com aqueles grandes olhos leitosos e dentes afiados enquanto cambaleava pelo corredor para me pegar.
Não a vejo há alguns dias.
Eu me movo até a televisão quadrada, a grande caixa embutida atrás dela apitando um som agudo semelhante à pipocas estourando. Meu dedo pousa sobre o botão redondo ao lado direito da tela, riscos brancos e pretos rasgando a tela quando meu dedo afunda no botão. Arqueio-me sobre a televisão para segurar as antenas de metal tortas sobre a televisão.
Eu a ajusto, ficando na ponta dos pés para alcançar o metal e inclina-lo para o lado. As vozes abafadas pelos apitos da televisão soando cada vez mais audíveis.
Minhas pernas são curtas demais para alcançar a ponta das antenas - espero ter altura suficiente para alcançá-las quando fizer oito anos no próximo ano.
A voz do apresentador soando cortada através da caixa.
Eu solto as antenas e me atiro no carpete, meus joelhos apontados na direção da televisão enquanto os seguro dobrados em frente a meu corpo.
O frio doloroso roendo meus ossos como os ratos na cozinha.
A falta de meu sueter amarelo cortando minha alma em dois.
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GIRLS POISON. B.E✓
FanfictionNão tenha medo do escuro. Tenha medo da luz. Porque quando a luz chegar, ela o levará. A escuridão o abrigará.