Meus olhos varreram o quarto, pousando nos outros indivíduos que se encontravam ali, pulando e cantarolando na minha cama como se fosse um palco improvisado. Reconheci imediatamente Veiga, Piquerez, Endrick e Menino, apesar do choque da situação. Mas foi quando dirigi meu olhar para o chão que a verdadeira surpresa se revelou: Richard, caído e atordoado, com a mão sobre a testa onde minha frigideira tinha feito contato.

O choque tomou conta do ambiente por um breve instante, antes que risadas nervosas e exclamações de surpresa preenchessem o ar. A cena era absurda demais para ser verdade, e mesmo diante do inesperado, uma onda de humor irônico se espalhou entre nós.

Com a mão na testa e um olhar atordoado, Richard se sentou no chão, tentando processar a situação enquanto soltava uma piada para aliviar a tensão.

- Que porra é essa? Rapunzel 2.0? - ele disse, provocando risadas nervosas dos outros.

Minha expressão de indignação só se intensificou diante da tentativa fracassada de humor de Richard. Com a frigideira ainda em mãos, não hesitei em dar voz ao meu descontentamento.

- Rapunzel 2.0? Mais como "Fúria em Pessoa" 2.0! O que vocês pensam que estão fazendo invadindo meu apartamento assim?! - gritei, minhas palavras carregadas de irritação e incredulidade.

- Maitê, acredite em nós, foi só uma ideia idiota de última hora! - exclamou Veiga, com as mãos erguidas em sinal de rendição.

- Exatamente! A gente só queria te surpreender, fazer algo especial! - reforçou Menino, com um sorriso nervoso no rosto.

Piquerez, sempre o mais sensato do grupo, tentou acalmar os ânimos:

- Maitê, você sabe como é quando estamos todos juntos, né? As ideias malucas simplesmente surgem!

Endrick o sóbrio do grupo, balançou a cabeça concordando:

- É verdade, Maitê. Não foi nada pessoal, só queríamos fazer uma surpresa!

Enquanto os argumentos eram apresentados, as expressões variavam entre preocupação, nervosismo e uma ponta de arrependimento.

Cada um dos meus amigos tentava encontrar as palavras certas para amenizar a situação, mas ficava claro que todos estavam cientes do erro cometido.

- Uma surpresa?! Olha só que surpresa maravilhosa, agora eu tenho um bando de bêbados no meu quarto, cantando e pulando na minha cama! - continuei, apontando a frigideira em direção ao grupo, que parecia cada vez mais desconfortável com a minha fúria.

Após o desabafo inicial, continuei a repreender os intrusos do meu apartamento com uma mistura de indignação e sarcasmo. A frigideira ainda estava firme em minha mão, pronta para defender meu território caso necessário. Enquanto os olhava com uma expressão furiosa, meus pensamentos voavam em um turbilhão de emoções conflitantes.

- E você, Richard, será que poderia explicar por que diabos está no chão da minha casa? - perguntei, os braços cruzados e um olhar de desaprovação em seu rosto.

- Talvez porque você acabou de me dar uma frigideirada? - ele disse esfregando a testa e eu revirei os olhos puta com toda a situação.

- Isso não responde minha pergunta. - retruquei, minha voz carregada de frustração enquanto tentava manter a calma diante da situação cada vez mais absurda.

Antes que eu pudesse continuar, Richard começou a falar novamente, suas palavras carregadas de uma mistura de raiva e confusão.

- Por que você estava tão próxima do Gabigol hoje? E por que você não respondeu minhas mensagens? - ele perguntou, seu tom acusatório cortando o ar enquanto buscava respostas para suas próprias inseguranças.

Caso do Acaso - RICHARD RÍOS.Where stories live. Discover now