capítulo 28

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Mon

Não tenho ideia do que conversamos no carro até a casa de Sam. Sei que falamos. Sei que vi a paisagem voando pela janela. Sei que até respirei, levando oxigênio aos pulmões como uma pessoa normal. Só não consegui registrar nada disso.

No instante em que chegamos ao quarto dela, jogo as mãos ao redor de seu pescoço e a beijo. Foda-se essa história de um passo de cada vez. Quero-a demais para ir devagar, e minhas mãos se atrapalham na fivela do seu cinto antes que sua língua entre em minha boca.

Sua risada rouca faz cócegas em meus lábios, e, em seguida, suas mãos seguram as minhas, para me impedir de abrir seu cinto. - Por mais que aprecie o entusiasmo, vou ter que desacelerar você, Mon.

- Mas não quero ir devagar, - protesto.

- Só lamento, docinho.

- Docinho? Quem é você, minha avó?

- Ela chama as pessoas de 'docinho'?

- Na verdade, não, - confesso. - Vovó xinga feito um caminhoneiro. No Natal passado, soltou um filho da puta na mesa de jantar, e meu pai quase engasgou com a comida.

Sam solta uma risada. - Acho que gosto da sua avó.

- Ela é uma graça.

- Aham. Parece mesmo. - Ela deita a cabeça. - Agora podemos parar de falar da sua avó, sra. Assassina de Climas?

- Você matou primeiro, - observo.

- Não, só mudei o ritmo. - Seus olhos castanhos fervem de calor. - Agora sobe na cama para eu fazer você gozar.

Ai. Meu. Deus.

Eu me jogo no colchão tão rápido que trago outra risada aos lábios de Sam, mas não me importo de parecer ansiosa. O nervosismo que senti ontem à noite não está revirando meu estômago hoje, porque todo o meu corpo está tremendo de excitação. Lá no fundo, me vem a ideia de que talvez não vá conseguir de novo, ou pelo menos não com o toque de Sam, mas, puta merda, estou morrendo de vontade de descobrir.

Ela se deita ao meu lado, enfia a mão pelos meus cabelos e me beija. Nunca estive com alguém que tem uma pegada tão bruta comigo. Luís me tratava como se eu fosse quebrar, mas Sam não. Não sou um frágil artefato de porcelana para ela. Sou só... eu. Adoro a forma como fica animada, a maneira como puxa meu cabelo se minha cabeça não está exatamente onde quer que esteja, ou como morde meu lábio quando tento provocá-la, privando-a da minha língua.

Sento na cama apenas para que ela possa tirar minha blusa, e ela segue em frente, abrindo meu sutiã com uma única mão, o tipo de destreza que aprendi a esperar de Sam. Assim que tira a própria camiseta, pressiono a boca contra seu peito esquerdo. Não cheguei a encostar nela ontem e estou morrendo de vontade de saber qual é a sensação de tocá-la, que gosto ela tem. Sua pele é quente sob meus lábios, e quando minha língua se move tímida sobre um mamilo, um gemido rouco escapa de sua garganta. Num piscar de olhos, estou de costas na cama, e estamos nos beijando de novo.

Sam envolve meu peito com a mão, brincando com o mamilo entre os dedos. Minhas pálpebras se fecham num espasmo, e, neste momento, não me importo se ela está olhando para mim. Só penso no bem que me faz sentir.

- Sua pele parece seda, - ela murmurou.

- Você roubou isso de um cartão Hallmark? - provoco.

- Não, tô só constatando um fato. - Seus dedos roçam a parte inferior de meus seios. - Você é macia, suave e perfeita. - Ela levanta a cabeça para me lançar um olhar irônico. - Meus calos devem estar te arranhando toda, né?

𝐎 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨Where stories live. Discover now