16 - pânico

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- casa bonita. - Jacob sussurrou.

Fiquei em silêncio. Do seu lado seguimos juntos para sala, e quando chegamos no cômodo, paramos. A cena à minha frente fez o meu estômago embrulhar, agarrei o braço de Jacob e virei o meu rosto, escutando sua risadinha.

- são só peitos. - ele sussurrou pra mim.

Uma mulher que eu desconheço, estava no colo do meu pai. A alça do seu vestido estava caída deixando seus seios expostos enquanto a boca do homem estava em seu pescoço. Jacob pigarreou e sua atenção foi para nós. A mulher rapidamente subiu a alça, e quando a mulher tentou se levantar, ele a impediu segurando firme em sua cintura, a mantendo ali.

- O que trás a minha filha e Jacob Vecchi aqui? - ele sorriu largo.

Jacob Vecchi? Então ele é irmão do Atlas?

- ah, meu deus! - Jacob revirou os olhos. - olha, viemos buscar as coisas de Sofia.

- ah, sim. - papai riu. - Sofia...- ele pareceu pensar um pouco. - as coisas da minha filha estão no quarto, pode subir. Quero conversar com ela. - ele deu dois tapinhas na bunda da mulher que se levantou e saiu rápido.

- não. Sofia vai sair e entrar comigo. Não quero você conversando com ela. - Jacob falou sério.

- Joker te mandou fazer isso? - ele pegou um charuto em cima da mesa de vidro, à frente do sofá. - Você é o cachorrinho dele, né?

- vamos Sofia. Você me leva até o seu quarto. - Jacob levou a mão até às minhas costas, pedindo para que eu andasse.

- Antes de saírem, quero falar com Sofia no meu escritório. - Jacob me olhou, e eu concordei com a cabeça em um aceno. - ou o seu dono me proibiu de falar com a minha filha?

- Vamos.

Jacob e eu subimos as escadas. Passamos por portas nos corredores e entramos no meu quarto. Assim que entrei, o cheiro do meu perfume inundou as minhas narinas.

- meu deus, esse cheiro queima o meu nariz. - Jacob tossiu, se sentando na minha cama. - quarto legal. - ele olhou pros lados.

- só tem uma cama. Uma penteadeira. Um guarda roupa. Isso é legal? - fechei a porta, olhando em volta.

- bom...- ele riu nasalado. - pra mim é legal. - Jacob deu de ombros. - são muitas malas? - neguei com a cabeça.

- só as coisas básicas naquela mala. - apontei pra mala que estava perto da porta de vidro, que dava para a minha varanda.- é meio estranho sair de casa. - andei até a minha janela, afastando as cortinas pesadas. - eu sempre quis sair daqui, mas não desse jeito. - suspirei fechando os olhos.

- como assim? - ele se aproximou.

- Minha vida não é perfeita, Jacob. - me virei pro homem.

- a minha também não.

- A de ninguém é perfeita. - olhei pras minhas mãos. - Você já desejou a morte do seu pai?

- eu nem tenho pai. - ele deu de ombros, não ligando muito. - você desejou a morte do seu?

- me ajude a montar outra mala. - falei rápido, mudando de assunto.

Jacob vestia uma calça preta, blusa branca e botas pretas, com cadarços amarrados.
Anéis em suas mãos e o cabelo solto. Era meio ondulado, e estava para trás de sua orelha, com alguns fios soltos na frente. Seus brincos e anéis o deixavam ainda mais atraente.

- Não leve coisas que você não quer. Lá tem exatamente tudo. - ele se sentou em minha cama novamente.

Abri o guarda roupa ainda vendo algumas peças de roupas ali. Papai pediu para que os caras dele, levassem o resto para a Rússia depois, mas parece que nunca vai ser levado, até por que, estou casado com outro homem.

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