O que semeia a destruição

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Essa distorção em minha mente, começa agora a me pregar uma peça e eu me vejo em devaneios, ilusões e indagações Surgem entre elas me perguntando, questionando, interrogando, entrevistando, informando me alertando sobre o que seria mais proveitoso puxar o gatilho, cair pela janela ou até mesmo morrer afogado. Quanto mais eu caio na minha angústia mais eu tento me livrar, mas agora eu olho para trás e eu consigo perceber os rastros que eu mesmo deixei da minha sanidade!

Minha perna estava inquieta batendo com a sola do pé no chão, apertando meus próprios joelhos e olhando para as paredes, fixando em cada fresta e em cada canto escuro, cada mancha suspeita ou formato de rosto que os móveis do meu quarto formava. Estava enlouquecendo ou aquela aparição me enlouqueceu? Eu não sei responder, eu apenas sei que foi real o que senti naquela tarde momentos depois.

Meu peito não era mais apenas meu peito, mas sim meu coração apenas meu coração que pesava em meu peito, que batia e latejava me estremecendo por dentro. As entranhas se contraem, o coração se agita e então ele para num instante que parece ser eterno, uma dor que tranca a garganta e impede o ar de passar, uma agonia e desespero me tomam conta mesmo que seja por um instante, mesmo que seja por aquele um instante eterno. Meu coração já não está no lugar quanto enfim volta a bater, minha respiração fica agitada, sinto que estou quase vomitando meu próprio coração, como se algo o carregasse, algo o apertasse e empurrasse espremendo meus órgãos contra meu próprio corpo, mas que sensação horrível era essa? Algo, talvez um alguém empurrava meu próprio coração para fora de mim mesmo e eu apenas podia sucumbir à dor! Eu fiquei petrificado, durante muitos minutos não ousava me mexer com medo daquela sensação voltar, o menor movimento a menor agitação e uma fisgada, uma pontada, uma cutucada se concentrava em meu coração se alastrando pelo meu corpo. Então eu decidi me render a inutilidade do meu ser, parei de lutar, fiquei ali apenas existindo tremendo o que veria a seguir.

Em minha mente muitos pensamento do como essa criatura estaria se vangloriando de si mesmo, de como estaria satisfeita se alimentando de meu tormento, de como ela estaria em completo deleite pelo sofrimento que tanto me causou, pela humilhação que me subjugou, e por tudo o que veria a seguir. Pensamentos vis viajavam entre devaneios em forma de pesadelos me assombrando pelo que estaria por vir, o que ele faria comigo, o que ele queria agora eu já me rendi e mesmo assim aqui estou o que mais ele quer comigo o que mais ele poderia me tirar?

Muitas horas se passaram e a noite caiu, esperando o pior me enfraquecer ainda mais, mas aquela foi a única noite em que eu não o vi, em que eu não o senti.

Para meus pais o que descrevi no dia seguinte foi a gota da água, já havia consultado anteriormente o psicólogo logo quando começou as aparições. Ele me deu remédios para ajustar o sono, remédios que nunca funcionaram. Desta vez me levaram no cardiologista, meu coração definitivamente não estava normal. Já era noite quando enfim me chamaram. Horas de exames e trocas de médicos, entre neuros, psicólogos e cardiologistas acabei sendo internado na mesma tarde para tratar o que disseram ser," privação externa do sono" o que causava minhas alucinações que me levaram ao estresse máximo do meu coração.

Me sedaram e me mandaram para um quarto, pensei que estaria melhor eu pensei que iria dormir, meu coração estava calmo e por incrível que parece estava confortável, mas quando finalmente tudo se acalmou, as luzes se desligaram, mas então eu me virei de pude ver na parede uma mancha escura e nessa mancha um rosto, e esse rosto começava se mexer.

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⏰ Last updated: Apr 30 ⏰

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